ANTES DO SERTÃO, O MAR: GLAUBER DESEMBARCA NA PRAIA DO BURAQUINHO


Por meio de um “golpe de estado” e com os apoios ideológicos de Lênin e Fidel, Glauber Rocha estréia no longa-metragem e lança as bases do Cinema Novo. O resultado é Barravento, um bem realizado exercício formal. O cineasta denuncia a alienação religiosa como responsável pela sujeição e miséria do povo brasileiro, representado por uma comunidade de pescadores do litoral baiano.








Barravento

Direção:
Glauber Rocha

Produção:
Rex Schlindler, David Singer

Iglu Filmes
Brasil – 1961

Elenco: Antônio “Pitanga” Sampaio, Aldo Teixeira, Luiza Maranhão, Lucy Carvalho, José Teles, Lídio Cirillo dos Santos, Rosalvo Plínio, Alair Liguori, João Gama, Antônio Carlos dos Santos, Dona Zezé, Flora Vasconcelos, Jota Luna, Élio Moreno Lima, Francisco dos Santos Brito, Dona Hilda, Adinora, Arnon, Sabá, Hélio de Olveira, Canjiquinha, moradores da aldeia de Buraquinho.

Filmado em 1959, Barravento, primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, teve montagem concluída dois anos depois. É o marco inicial do Cinema Novo. Propõe: 1) nova estética de realização; e, 2) a ação política para iluminar e resolver os profundos desajustes sociais brasileiros.

Sua gestação é interessante e tumultuada. Desde meados dos anos 50, a jovem intelectualidade baiana se encontrava em estado de plena efervescência. Nesse contexto o filme veio à luz. Glauber Rocha, nome mais destacado do grupo, realizara, em 1959, dois curtas-metragens pouco vistos, os experimentais e simbolistas O pátio e A cruz na praça. Do segundo não restam vestígios. Próximo a Glauber circulavam Roberto Pires, Braga Neto, Rex Schlindler, Waldemar Lima e Luiz Paulino dos Santos, expoentes do núcleo responsável pela eclosão do Cinema Novo em solo baiano. Dos esforços desta turma nasceram três filmes fundadores, destinados a revelar e a discutir as contradições da sociedade brasileira. Barravento é o primeiro. Os demais, de 1962, são de Roberto Pires: A grande feira e Tocaia no asfalto. Foram todos produzidos pela Iglu Filmes, empresa fundada por um “capitalista abnegado”, Rex Schlindler, associado a Braga Neto e David Singer.

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