Crítica: Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos (2013, de Harald Zwart)



Mais uma produção baseada em uma saga de livros juvenis. Costumo chamar eles de “os filhos de Crepúsculo”. Interessante que a maioria dos filhos tem sido “melhores” (ou menos ruins?) que seus pais. Em um ano onde ‘Meu Namorado é um Zumbi’, ‘Dezesseis Luas’, ‘A Hospedeira’ e este ‘Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos’ realmente não emplacaram como planejaram, fica a dúvida de quais destes ganharão sequências e virarão franquia. Aparentemente o único que teve “sorte” foi justamente este daqui, que apesar da recepção fria de crítica e público, a continuação já está engatilhada. E justamente achei este o mais promissor, devido à algumas boas cenas de ação e vários elementos sombrios, o que infelizmente não salvam o filme de ser bem mediano.


Harald Zwart, que dirigiu o bom remake de ‘Karatê Kid’, parece ter dado uma regredida, com uma direção e condução pouco inspiradas. Mesmo que com 2 horas e 10 minutos, algumas cenas são arrastadas e não chegam a um lugar específico. Há também o problema de alguns cortes e avanço de cenas bem grotescos. O pessoal da edição parece ter afunilado o material, e ironicamente isto deixou o filme mais difícil de se acompanhar. O elenco é fraco, mas isso é algo que já é comum em filmes adolescentes. E devido ao material fictício da fita, nem cobro tanto o quesito atuação. Quem parece estar mais à vontade, embora um tanto caricato, é o cantor Jonathan Rhys Meyers (aqui ele é o sinistro vilão). Lena Headey (de ‘300’ e a série ‘Game Of Thrones’) é uma participação de luxo, mas não muito bem aproveitada. Entre os jovens atores, o coadjuvante Robert Sheehan mostra talento e ser um possível futuro bom ator, se escolher melhor seus papéis. A trilha sonora é inexpressiva e os efeitos especiais funcionam em algumas cenas, noutras não.

Mas o maior problema é mesmo o roteiro, que tem uma barriga bem grande e não se concentra em que rumo tomar. O filme atira para todos os lados, tentando acertar ação, suspense, aventura, fantasia, ficção, drama, romance, etc. Vários elementos e situações lembram ‘Crepúsculo’, ‘Harry Potter’, ‘Star Wars’, ‘Van Helsing’ e assim por diante! Um dos poucos acertos é o clima e a fotografia sombria da obra, algumas locações bem obscuras e com alguns detalhes com móveis e ambientes velhos. Há vários tipos de seres e monstros, tendo um final bem embaralhado com várias criaturas brigando. Há alguns aspectos mais pesados, que não são muito bem explorados, como a possibilidade de incesto e algumas situações mais macabras. As coreografias de ação são boas e conseguem manter o ritmo em algumas cenas. Enfim, talvez por isso o filme possa ser caracterizado como assistível. Pena que a premissa no mínimo interessante não tenha sido bem explorada, entregando um resultado final bem clichê. ‘Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos’ poderia ser muito mais do que foi, principalmente com um roteiro melhor trabalhado e talvez mais sugado da obra literária (que tem seus seguidores). Mesmo assim digo sem medo que pelo menos o filme consegue empolgar em algumas cenas, algo que simplesmente não ocorre com seu pai – aquele filme da menina sem sal e nada feminina, o lobo bobo e o vampiro cintilante – a saga responsável pelo nascimento de várias obras juvenis e sem sentido.

NOTA: 5

Direção:  Harald Zwart

Elenco: Lily Collins, Jamie Campbell Bower, Robert Sheehan, Kevin ZegersJemima WestJared Harris, Lena Headey, Jonathan Rhys Meyers, Aidan Turner, Godfrey Gao, CCH PounderKevin DurandRobert MailletStephen R. Hart.

Sinopse: quando sua mãe é atacada e levada de casa em New York por alguma criatura, uma aparentemente adolescente comum, Clary Fray descobre coisas sobre seu passado e linhagem durante sua busca para salvá-la. E isso muda toda sua vida.

Trailer: 





















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