
‘Os Croods’ é a nova animação da DreamWorks, responsável por sucessos como ‘Shrek’, ‘Madagascar’, ‘Kung Fu Panda’ e ‘Como Treinar o Seu Dragão’. Trata-se da maior rival da Disney no quesito qualidade e rentabilidade no gênero da animação. Acontece que nos últimos 2 anos, o gênero sofreu uma pequena queda na qualidade, possivelmente ocasionada pelo excesso de continuações. Não que as últimas animações tenham sido ruins, mas as que realmente foram originais e se destacaram são ‘Rango’ (2011) e ‘ParaNorman’ (2012). Curiosamente, ambas foram pouco divulgadas ou comentadas. Depois de algum tempo, ‘Os Croods’ chega quebrando um jejum, para nosso deleite. Eis que anuncio uma das mais interessantes, originais e maduras animações dos últimos dois anos.

Independente da teoria da evolução ou não (teoria no qual sinceramente não compartilho meus ideais), ‘Os Croods’ não lança esta discussão. O foco aqui é o temor pelo desconhecido, a fé e a coragem para enfrentar seus medos. E um dos maiores medos pode ser o de usar sua mente! Com um bom humor genuíno, este imenso sucesso de crítica e bilheteria vale cada segundo. A direção segura da dupla Kirk De Micco e Chris Sanders entrega um filme infantil divertidíssimo, mas que irá agradar facilmente os mais velhos, devido sua madura lição. O romance juvenil entre Guy e Eeep é engraçado e acontece às avessas. Crug é o herói da trama, no qual ganha força e sentimento no terceiro ato da fita. Não se engane, há muita aventura, ação e efeitos 3D. Estes são bons elementos neste tipo de filme. Mas aqui o foco é na lição humana, deixando os demais elementos como um delicioso tempero.
A parte técnica é encantadora. Os efeitos em CGI da animação, os efeitos sonoros, o designe e o layout da produção, assim como o colorido e detalhes de animais, plantas e paisagens são de encher os olhos. Há vários animais pré-históricos hilários e fofinhos; alguns inclusive fictícios. Gostei desta parte onde o roteiro e a direção apostam numa liberdade criativa, entregando tudo como realmente é: uma fantasia, porém de linda mensagem. Em um ano pouco expressivo para os filmes voltados à criançada (e aos eternos criações também), ‘Os Croods’ é uma doce e agradável surpresa. Um excelente filme para se assistir em família, se distrair e até mesmo se emocionar. O final todo é envolvente e cativante. Como ponto original e positivo, aqui não temos um vilão. Temos uma situação nova, e o risco de encarar esta situação. Trata-se da escolha de fazer mudanças, conhecer o desconhecido e se deixar “tocar pela luz”.
Em tempos de alta tecnologia, a verdade é que às vezes vivemos na nossa própria “caverna”. Nos negamos a evoluir mentalmente, a questionar, a quebrar às regras. Nos negamos a não atravessar a fronteira e a sair da rotina. E não se engane, todos nós temos nossos limites, que muitas vezes impusemos sem necessidade. Como Eep diz a certa altura: isto não é viver, é sobreviver! Você está realmente vivendo ou apenas sobrevivendo? E quando algo grande acontecer, estará pronto e determinado a tomar as decisões que quebram suas próprias regras? De maneira perspicaz e bem sutil, ‘Os Croods’ lança alguns questionamentos, se revelando assim um ótimo entretenimento, da melhor qualidade. Assista à esta animação de mente aberta, relaxe e ria um pouco. Mas acima de tudo, evolua!
NOTA: 9,5
Direção: Kirk De Micco e Chris Sanders
Elenco: dublagem de Nicolas Cage, Ryan Reynolds, Emma Stone, Catherine Keener, Clark Duke, Cloris Leachman.
Sinopse: o filme acompanha a família Crood, que tem sua caverna destruída. O clã se vê obrigado a partir em busca de uma nova casa. Liderados por Crug, só não imaginavam que sair das cavernas ia render a maior aventura de suas vidas. Cage emprestará sua voz a Crug, que cautelosamente guia sua família em busca de um lugar seguro, depois que um terremoto destrói sua casa. Ao tentar encontrar um caminho em ambiente perigoso e hostil, ele encontra o personagem de Reynolds, um nômade que encanta o clã de Crug com seus modos modernos – especialmente sua filha mais velha.
Trailer:
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