Crítica: O Sombra (1994, de Russell Mulcahy)




A era moderna de superproduções baseadas em HQ’s de super heróis começou em 1998 com Blade – O Caçador de Vampiros. De lá para cá vieram os Homem Aranha, X-Men, Lanterna Verde, Hulk, os novos Batman e Superman, etc. Mas os filmes de super heróis sempre permearam o cinema. E nos anos 90 não era diferente. Esta década de 90 foi sem dúvida do homem morcego, com seus 4 filmes um tanto extravagantes. Mas poucos conhecem alguns bons filmes de heróis que seguiam a linha. Teve a divertida trilogia Darkman, o trash O Fantasma e este ‘sombrio O Sombra’ (perdoem o trocadilho, eufemismo puro!).



O filme segue bem a linha de Batman em alguns quesitos: herói atormentado, vilão estranho, algumas cenas extravagantes, um ar policial e noir típico dos filmes dos anos 90, alguns breves momentos trash e um humor que na época até funcionava. Adicione uma mocinha elegante e cenas de ação que quase surpreendem. Quase porque estamos falando de um filme de 1994, onde os grandes blockbusters estavam começando carreira nos verões norte-americanos. Os efeitos especiais estavam em época de testes ainda e nem tudo funcionava bem. Mas aqui em O Sombra quase tudo flui bem para um típico filme B divertido. 



O Sombra não é muito bem lembrado por fãs de HQ’s, afirmando que a obra impressa é bem melhor (sempre é, estou errado?). A atuação de Alec Baldwin nem sempre emplaca e há falhas no roteiro. Aliás, o roteiro aqui é básico e simples o suficiente para apresentar que há um herói, uma mocinha com seu pai cientista sequestrado e um vilão com um plano de dominar o mundo. Então desligue seu cérebro e veja este clichê interessante. Mesmo que muito básico (e de novo eu afirmo que o filme pega carona nos filmes do Batman na época), a obra diverte muito. A linda e sumida Penelope Ann Miller é a sedutora Margo, capaz de ler mentes. Seu pai é Ian McKellen, que mais tarde iria se tornar ícone pop como o Magneto de X-Men e o Gandalf de O Senhor dos Anéis. O senhor cientista é feito prisioneiro por Shiwan Khan, um descendente do ilustre e sanguinário dominador Mongol de eras antigas: Gengis Khan. É aí que nosso herói precisa salvar o mundo. Ora, realmente Baldwin não consegue ser um herói marcante, porém tem alguns momentos que o filme engrena, como as cenas finais em que o ator se esforça.


Ele obteve seus poderes através de um clã místico tibetano, e assim adquiri habilidades sobrenaturais. Uma delas é que na hora da ação, sua sombra tem vida própria, sendo quase que como um ajudante do herói. Um dos pontos altos do filme é a direção de arte e alguns momentos originais, visualmente falando. A câmera acompanhando a sombra, o visual do herói, a linda sala do vilão mongol e uma ilusão de óptica envolvendo os desenhos do chão e a roupa do vilão, sem esquecer da incógnita adaga endemoninhada; que grita, morde e voa sozinha. Tudo isso dá um fôlego bacana e torna o filme uma boa sessão retrô.



A direção de Russell Mulcahy não é ao todo ruim, ao menos ele se esforça por sempre ter gostado de trabalhar com filmes de fantasia (ele dirigiu os dois primeiros Highlander e o terceiro Resident Evil). Guardo boas recordações deste filme, devido ser um dos meus primeiros contatos com filmes de heróis, isto lá em 1996 ou 1997. Relembra minha boa infância, dá um ar nostálgico e é um bom representante das primeiras tentativas de fazer os super heróis virarem febre. Um filme que diverte com momentos engraçados e trash. É bem produzido e a trilha sonora funciona bem. Típico filme noventista, com tons sombrios e uma ação legal.


NOTA: 7




Direção: Russell Mulcahy


Elenco: Alec Baldwin, John Lone, Penelope Ann Miller, Peter Boyle, Ian McKellen, Tim Curry,  Jonathan Winters, Sab Shimono e Al Leong.


Sinopse: aprisionado por místico tibetano, bandido é obrigado a redimir-se de seus erros. Transforma-se no milionário Lamont Cranston. Mas, à noite, assume seu alter ego, o Sombra, implacável justiceiro que deve impedir que Shiwan Khan, destrua Nova York.





Trailer:



























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