Crítica: Meu Namorado é um Zumbi (2013)



Outro filme que se pode chamar de “filho de Crepúsculo”. Ironicamente seus filhos tem se saído melhor. Dezesseis Luas surpreendentemente me pareceu assistível. A Hospedeira já foi bem chato, mas pelo menos a atriz principal é boa. Agora cheguei neste Meu Namorado é um Zumbi (título péssimo!!!). Querem minha sinceridade? O melhor deles, uma grande e divertida surpresa. O filme é baseado no livro Warm Bodies de Isaac Marion. Na direção temos Jonathan Levine, que no ano passado dirigiu o engraçado e emocionante 50%. O diretor mostrou ter fôlego na hora de contar esta estória que deveria ser cabulosa. Em um apocalipse zumbi, uma mocinha survivor é protegida por um jovem e reflexivo zumbi, que começa uma revolução de zumbis pacíficos contra uma forma mais evoluída e má de zumbis cadavéricos. 



Bobo, muito bobo. O roteiro é superficial em alguns momentos, principalmente na parte do romance dos protagonistas. Mas há alguns bons momentos, onde lampejos de elogios e nostalgia surgem. A começar pela trilha sonora incrível, só com clássicas do rock. Quem diria que um zumbi seria fã de Beatles e colecionador de vinil? A explicação é que o som do vinil é mais vivo! Irônico não? Embora a atriz Teresa Palmer não atue muito bem, ela é mais expressiva que a Kristen Stewart. A um tempo atrás me detonaram aqui no blog por postar que Teresa Palmer era uma das jovens atrizes que estavam em evidência no momento (independente de talento). Aí está a resposta aquelas pessoas. E confesso que até certo ponto eu gosto dela (gostei dela como alienígena valentona detonando com tudo em uma roupa de couro apertada, no final do injustiçado Eu Sou o Número 4). 

Mas é o jovem  Nicholas Hoult que rouba a cena. O cara atua bem e sua narrativa como um zumbi confuso é interessante. Ainda na parte nostálgica do filme, há uma cena em que a moça compara o rapaz com a capa do Blu-ray do clássico Zumbi de 1979 do mestre italiano Lucio Fulci. Além de um elogio ao subgênero de zumbis, é interessante ver um clássico relembrado em um filme moderno. Os efeitos especiais são bem simples, porém satisfatórios. Há diversas boas piadas, incluindo uma envolvendo o penteado do rapaz e uma música clichê do publico gay.

O veterano  John Malkovich é o seco pai da moça. Sua personagem poderia ter sido melhor desenvolvido, mas mesmo assim seu porte não passa despercebido. Toda parte da guerrilha e a ação final é bacana. Para completar, o filme se dá ao luxo de ter uma fotografia bonita. As cenas no aeroporto e na casa do jovem zumbi (um enorme avião) são bonitas e bem gravadas, utilizando as belas paisagens de fundo. Se você desligar seu cérebro, não esperar um grande filme e perder um pouco o preconceito, achando que será um Crepúsculo da vida, se surpreenderá com um filme leve, engraçado e com um ótimo ator central. Meu Namorado é um Zumbi merece uma chance e vale a olhada.

NOTA: 6,5



Direção: Jonathan Levine


Elenco: Nicholas Hoult, Teresa Palmer, John Malkovich, Analeigh Tipton, Lizzy Caplan, Dave Franco, Rob Corddry, Cory Hardrict, Ayisha Issa, Justin Bradley.


Sinopse: O protagonista é R (Hoult), um zumbi tentando se adaptar à sua nova condição. Ele não faz ideia do que aconteceu, quem ele era ou mesmo seu nome. Em uma caçada pelas ruínas de uma cidade, flashes da vida de sua vítima surgem. São lembranças vívidas adquiridas diretamente do cérebro que consome e, em meio a esta crise existencial, encontra Julie (Palmer), uma garota humana que ele que precisa proteger desesperadamente. R não faz sabe de onde veio este sentimento, nem quem realmente é a pessoa.


Trailer:

















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