Crítica: Nada de Bom Acontece Depois dos 30 (Curta concorrente do IBIFEST)

Nada de Bom Acontece Depois dos 30, curta que faz parte dos quatro finalistas do IBIFEST, traz um conceito muito interessante e uma vibe muito próximo de alguns dos bons episódios de Black Mirror. O conceito de que depois dos 30 anos nossa vida é só ladeira abaixo, juntando isso a um futuro distópico, é uma narrativa interessante e bem executada.

Destaque para a direção, bastante precisa e firme naquelas cenas que exigem mais do psicológico das personagens, tanto as que temem esta morte obrigatória aos 30, como aqueles que claramente estão com a mente “lavada” e aceitam tal horror com orgulho e senso de dever cumprido.

O filme tem potencial para virar um longa-metragem, com discussões que vão desde políticas rígidas, manipulação em massa, desinformação, medo do futuro, livre arbítrio, passando por questões sociais que envolvem o direito do próximo e livre arbítrio. Claro, devido as limitações de ser um curta, nada disso é aprofundado, mas confesso que seria interessante ver um projeto completo pautado em cima de todo esse potencial.

Devido ao momento delicado de pandemia que vivemos, e todos desafios dela, que incluem negacionismo, desinformação, fragilidade da vida, etc, de algum modo projetos como esse conversam bem com nosso mundo real. Talvez Nada de Bom Acontece Depois dos 30, mas teremos de viver tudo que nos aguarda após isso para sabermos. Talvez fiquemos surpresos.

Não perca a programação do IBIFEST:

Título Original: Nada de Bom Acontece Depois dos 30

Direção: Lucas Vasconcelos

Duração: 12 minutos

Elenco: Pedro Nercessian, Kaique Bastos, Nina Rosa (II), Rhuan Santos.

Sinopse: Um homem questiona a ideologia governamental em que as pessoas devem morrer ao completar 30 anos.

Trailer:

Valorize a cultura e o cinema nacional!

Deixe uma resposta