Crítica: Jungle Cruise (2021, De Jaume Collet-Serra)

Não é segredo para ninguém que a Disney possui inúmeras propriedades para explorar e criar lançamentos empolgantes para os seus espectadores. Indo além das propriedades valiosas como Star Wars e Marvel Studios, a casa do Mickey Mouse se arrisca lançando filmes live-actions inspirados em marcas de seus domínios, entre elas a mais controversa que é a iniciativa de fazer novas versões de animações consagradas do seu estúdio. Contudo a mais curiosa das propostas em fazer filmes até então, vem de adaptar atrações de seus famosos parques temáticos com a iniciativa de fazer franquias baseadas nesse entretenimento que lotam as filas nos seus resorts super disputados todo o ano. Já temos a mais famosa que já rendeu no total de 5 filmes que foi Piratas do Caribe estrelada pelo astro do passado Johnny Depp, e até tentativas frustradas que não renderam o sucesso esperado como a comédia de terror com Eddie Murphy, Mansão Mal-Assombrada e o filme de aventura retro futurista TomorrowLand contando com George Clooney no elenco.

Partindo da mesma ideia, a Disney lança mais um filme com intenção de fazer uma nova franquia, Jungle Cruise, baseado na atração clássica criada pelo próprio Walt Disney e contando novamente com grandes astros do cinema para atrair o público, que aqui no caso é Dwayne ‘The Rock’ Johnson e Emily Blunt. É um filme que topa o desafio de transformar uma atração “vintage” dos parques da Disney em produção de aventura a lá Indiana Jones e a franquia A Múmia.

Se passando no início do século XX durante a Primeira Guerra Mundial, Blunt interpreta uma talentosa botânica que parte ao lado de seu irmão (Jack Whitehall) para a Amazônia em busca de uma árvore mágica que dizem ter pétalas com poder de cura para qualquer doença. Com a ajuda de um simpático e trapaceiro barqueiro (The Rock) eles partem rio abaixo em busca dessa árvore, enfrentado os perigos da floresta e em simultâneo, soldados alemães comandados por um general interpretado pelo ator de Breaking Bad, Jesse Plemons, além de uma perigosa maldição ao redor do tesouro mágico.

O filme utiliza ao seu favor os mais comuns clichês e artifícios em longas do gênero e busca ser despretensioso ao longo de sua exibição, afinal muito do que foi visto durante a divulgação da nova produção foi de que veríamos mais um típico blockbuster que o astro The Rock costuma estrelar, sendo algo acessível para toda a família e garantir a diversão necessária para o público, vinda do seu carisma que é sempre presente em suas produções.

É visível que muito dos clichês que se espera em filmes de aventura estejam presentes e possam entregar o que esperar de Jungle Cruise, afinal é um desafio criar algo de uma atração de parque que hoje em dia seria inferior comparado aos tipos de atrações que a Disney busca inventar todos os anos, pois a atração se situa em um barco navegando numa floresta tropical e desbravando cenários com animais feitos por animatronics (bonecos com movimentos programados) que para época eram revolucionários, sendo guiados por monitores e fazendo piadas de “tiozão” durante o passeio, fatos que são relembrados e até mesmo homenageados durante o filme.

A escala da produção é sentida durante a exibição, não querendo ser muito grande eloquente como os filmes da franquia Piratas do Caribe eram, o longa busca mais pela diversão e comédia em vista que os seus protagonistas estão atrelados ao carisma de seus intérpretes, os seus personagens não conseguem escapar da imagem e identidade encontrada pelos atores, e isso é o que tira muito da identidade principal de Jungle Cruise, porque durante muito tempo na produção fica soando como algo mais do mesmo. Isso sempre é o desafio da Disney de criar filmes baseados em atrações, visto que o único que deu realmente certo em questão de particularidade foi o primeiro Piratas do Caribe de 2003 que conseguiu se sustentar pelo carisma do personagem do até então astro Johnny Depp, o Capitão Jack Sparrow, que fez a marca se atrelar por muito tempo até se saturar, mas ainda garantiu que o filme conseguisse se destacar. É o que falta a Jungle Cruise para fugir dessa armadilha.

A produção é dotada de efeitos especiais cabulosos, com um investimento preciso em certos personagens e outros nem tanto, especialmente em animais digitais que soam falsos em certos momentos, talvez haja uma sensação de querer ser cartunesco pelo clima despretensioso apresentado na trama, contudo em contrapartida, os personagens humanos digitais capturam a atenção do público pelo visual atraente e criativo, em particular nos exploradores amaldiçoados que vemos na trama.

Ainda voltando aos personagens, não vemos um devido desenvolvimento marcante em seus protagonistas, que novamente são sustentados pelo carisma da persona dos atores do que em personalidade aprofundada propriamente dita, o que não é um problema grave, mas em casos como vimos no do irmão da personagem de Blunt, sendo uma nova tentativa de encaixar a representatividade LGBTQ+ nos filmes da Disney, isso é demonstrado apenas como exigência de estúdio, em vez de ter o devido respeito e entregar alguém marcante e memorável. Pode-se arriscar dizer que quem se sobressai na atuação no longa é o vilão de Plemons, se assumindo caricato com sotaque forçado e é notável que o ator se mostra estar se divertindo com o papel, visto que ele é conhecido por interpretar vilões em constantes produções para o cinema e para a TV.

Pode até soar como o filme é completamente esquecível, porém é seguro dizer que Jungle Cruise garante uma diversão casual para os fãs do gênero que vive uma constante seca no cinema comercial mainstream, ou apenas para quem gosta do astro The Rock, que segue um caminho seguro e sem muita pretensão de mudar o gênero com uma história linear que segue o que se espera, apesar de conter uma reviravolta interessante que pode até frear os mais exigentes de que os personagens escodem mais do que aparentam. Uma diversão familiar que pode ser assistida sem muito alarde e serve como uma distração casual, caso queira ver no cinema ou quando estiver disponível no streaming Disney+ sem pagar o Primer Access. Porém considerando o histórico anterior de filmes baseados em atrações de parques temáticos, o novo longa se sai melhor do que os anteriores.

Título Original: Jungle Cruise

Direção: Jaume Collet-Serra

Duração: 2 horas e 7 minutos

Elenco: Dwayne Johnson, Emily Blunt, Edgar Ramirez, jack Whitehall, Jesse Plemons e Paul Giamatti

Sinopse: Uma biolaga brilhante parte para a Amazônia em busca de uma arvore mágico capaz de curar qualquer doença, aliada ao seu irmão e um simpático barqueiro, ambos devem enfrentar inúmeros perigos na florestas.

TRAILER:

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