Orange (2016, de Hiroshi Hamazaki e outros)


Orange (オレンジ) é um anime baseado na série de mangás escrita e ilustrada por Ichigo Takano, publicada no Japão entre 2012 e 2013. A adaptação para a TV foi exibida em 2016 pela emissora japonesa Tokyo MX e tem conquistado fãs mesmo anos depois de sua estreia. No Brasil, o anime se encontra disponível na plataforma Crunchyroll.

A história segue Naho, uma garota que, no primeiro dia de aula do colégio, recebe uma carta de si mesma – só que dez anos mais velha. Para se provar verdadeira, a carta diz várias coisas muito específicas que vão acontecer ao longo do dia da garota, e elas de fato acontecem, mas o seu objetivo não é apenas brincar consigo mesma, é fazê-la não cometer os mesmos erros que sua eu do futuro, porque ela não quer que a Naho do passado se arrependa depois.

Embora algumas mudanças que sua eu mais velha a mande fazer tenham estrita relação consigo mesma, o mais importante e o real motivo de Naho ter enviado a carta é Kakeru, o garoto novo do colégio. Alguma coisa aconteceu com ele no futuro, algo que temos uma ideia do que é, mas não sabemos detalhes ao menos que continuemos a assistir aos episódios, e é isso o que Naho, com a ajuda de seus amigos, precisa arrumar.

Comecei a ver Orange porque olhei para a capa e pensei que fosse um simples romance colegial, porém não sabia ao certo o que esperar. A narrativa do anime parece a princípio ser boba, todavia ela utiliza romance e viagens no tempo para falar de temas universais ainda maiores: luto, depressão e suicídio.

O fato de terem escolhido contar essa história com jovens foi ótimo para conscientizar pessoas nessa faixa etária de todas essas questões que são importantes, e, ao mesmo tempo, são tabus. Se não se fala abertamente sobre dor em países como o Brasil, não é no Japão que eles vão fazê-lo – dada a sociedade totalmente fechada para emoções que construíram –, e o anime me parece também uma ótima forma de abordar o tema de uma forma natural. Como eu costumo brincar, Orange é o anime-propaganda do CVV.


Apesar disso, alguns pontos me incomodaram. Primeiramente, a animação por vezes é falha, principalmente quando olhamos para o fundo da tela, onde figurantes caminham de forma estranha enquanto os principais estão normais. Em segundo lugar, a justificativa que deram para a viagem no tempo foi tão sem noção, para não dizer tosca, que era melhor a gente ter pensado que foi magia.

Outra coisa que me deixou irritada foi a personalidade de Naho, porque ela simplesmente não existe, e mesmo que a personagem evolua ao longo dos episódios, ela continua tão sem sal quanto a Bella em Crepúsculo – e a similaridade não para por aí, dois caras são apaixonados por ela também! Nunca entenderei. E, já que estamos falando de personagens, o Hagita, um dos amigos do sexteto, parece só estar ali porque desenharam, para ficar três garotos e três garotas, mas esqueceram de encaixá-lo direito na maioria dos episódios.

Por fim – porque não só de reclamação vive a crítica –, preciso dizer que deixar por pouquíssimos segundos as cartas na tela foi uma péssima escolha. Às vezes havia um voice off, mas não dava para contar apenas com isso, já que não acontecia em todas as cartas. Sendo assim, tive que pausar praticamente todos os episódios para ler ou precisei apenas ignorar que não havia lido uma ou outra frase, torcendo para que as coisas fizessem sentido no final.


No mais, gostei bastante das amizades e de algumas personagens, principalmente do Suwa e do Kakeru; eles dão um show tanto em questão de personalidade quanto no quesito bromance. Além disso, fiquei bastante presa à história por querer saber se eles conseguiriam salvar Kakeru no final, e isso me fez praticamente maratoná-lo.

Muitos dizem que esse é um anime de chorar, contudo, embora eu tenha me emocionado, não chega nem perto de ser um Shigatsu wa Kimi no Uso, muito menos um Violet Evergarden da vida. Ainda assim, acho que vale a pena assistir pelo menos uma vez – por causa do Suwa e da mensagem que a história passa. Mesmo não sendo uma nota dez para mim, é um anime do qual eu com certeza vou me lembrar anos depois de ter assistido.


Título Original: Orange

Direção: Hiroshi Hamazaki, Naomi Nakayama, Hideki Tonokatsu, Taku Yamada, Takanori Yano, Ryuta Kawahara, Satonobu Kikuchi, Nobukage Kimura, Takayuki Kuriyama, Takahiko Kyôgoku, Keiko Oyamada, Kazuhiro Ozawa, Takahiro Tamano, Nobuo Tomizawa e Yûichirô Yano.

Episódios: 13

Duração: 24 minutos

Elenco: Kana Hanazawa, Seiichirou Yamashita, Makoto Furukawa, Natsumi Takamori, Rika Kinugawa, Kazuyuki Okitsu, Ayane Sakura Mamiko Noto, Kikuko Inoue, Tomohiro Tsuboi, entre outros.

Sinopse: Certo dia, Takamiya Naho recebe uma carta escrita por ela mesma dez anos no futuro. A carta narra exatamente os eventos daquele dia, incluindo a transferência de um novo aluno para a turma dela chamado Naruse Kakeru. A Naho do futuro diz repetidamente que ela tem vários arrependimentos e quer consertar eles garantindo que Naho do passado tome as decisões certas, especialmente sobre Kakeru. O mais chocante é que ela descobre que daqui dez anos Kakeru não estará mais entre eles. A Naho do futuro pede que ela cuide dele com atenção.

Trailer:


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