Primeiras Impressões: A Maldição da Mansão Bly (2020, de Mike Flanagan)


Lançada na sexta-feira passada, A Maldição da Mansão Bly é a nova temporada da série antológica A Maldição. Após o sucesso da primeira temporada, A Maldição da Residência Hill, a Netflix e os criadores da série optaram por apresentar uma história nova por temporada, e aqui acompanhamos Dani (Victoria Pedretii), uma au pair estadunidense responsável por duas crianças em uma enorme mansão na Inglaterra. Ela se junta aos outros funcionários da mansão em uma tentativa de entender os motivos por trás do comportamento estranho das crianças, desvendando aos poucos o mistério e a história do que aconteceu lá no passado, ao mesmo tempo em que precisa proteger a si mesma e as crianças dos habitantes sobrenaturais da mansão.


É provável que essa temporada seja mais divisiva do que a anterior, mas não necessariamente por problemas ou aspectos negativos. Ao invés disso, a questão é a diferença fundamental de tom e história entre o que vimos na Residência Hill e o que é apresentado aqui – personagens mais simpáticos, um foco um pouco diferente em romance e tragédia, e menos sustos ainda do que na primeira temporada. Embora isso eventualmente faça sentido no contexto da narrativa, é provável que os primeiros episódios se arrastem um pouco, especialmente quando não há a “recompensa” em termos de momentos assustadores ou grandes reviravoltas. Isso não significa que a trama não seja repleta de segredos, mas apenas que eles se apresentam e se desenvolvem de uma maneira diferente. No fim das contas, é difícil de realmente entender o que a temporada busca tratar até sua conclusão, o que pode ser uma exigência difícil para quem busca uma satisfação completa desde o primeiro episódio.
Apesar dessas dificuldades, a temporada oferece uma série de personagens carismáticos e talvez melhor situados para o sentimentalismo que Flanagan frequentemente traz em suas histórias. Enquanto acompanhamos Dani e sua jornada com personagens como Owen (Rahul Kohli), o cozinheiro, ou Hannah (T’Nia Miller), a governanta, surge uma sensação forte de proximidade entre eles, o que ressalta bastante o impacto dos momentos trágicos da história. Os flashbacks da primeira temporada estão de volta aqui, mas se situam principalmente no contexto da morte da babá que precedeu Dani, revelando aos poucos as relações entre os personagens e eventos do passado. Nesse sentido, é um fator positivo que os flashbacks também se passem na mansão, o que cria uma conexão maior do que na primeira temporada, onde passávamos boa parte do tempo fora da Residência Hill. Há uma ênfase forte na história e no passado da mansão, o que eventualmente ajuda a fazer sentido da forma pouco ameaçadora como os fantasmas se comportam durante a progressão dos episódios.
De maneira geral, A Maldição da Mansão Bly irá agradar especialmente a quem busca uma história alternativa à Maldição da Residência Hill, com os personagens novos e a trama diferente oferecendo um contraste bom para os elementos narrativos e a estrutura de flashbacks que Flanagan usa novamente aqui. A sensação é definitivamente mais suspense ou mistério do que terror, mas isso acaba combinando mais com o tom e os temas que essa história em específico trazem. A Maldição da Mansão Bly é uma continuação forte, embora diferente, e que estou ansioso para rever no futuro. 
Título Original: The Haunting of Bly Manor
Direção: Mike Flanagan
Episódios:
Duração: 494 minutos
Elenco: Carla Gugino, Victoria Pedretti, Amelia Eve, Amelie Bea Smith, Benjamin Evan Ainsworth, Rahul Kohli, Tahirah Sharif, T’Nia Miller, Henry Thomas, Kate Siegel, Oliver Jackson-Cohen
Sinopse: Fugindo de seu passado complicado, a jovem Dani Clayton (Victoria Pedretti) aceita o trabalho de tutora de dois irmãos órfãos – Miles (Benjamin Evan Ainsworth) e Flora (Amelie Bea Smith) – em uma reclusa mansão, mas logo desconfia de forças sobrenaturais no local.


Trailer:


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