Crítica: Lúcifer – 1ª Parte da 5ª Temporada (2020, de Ildy Modrovich e outros)


Caso não tenha visto ainda, dá uma lida na nossa matéria sobre as primeiras impressões de Lúcifer!


Milhares de anos passaram para Lúcifer (Tom Ellis) desde que a 4ª temporada acabou – literalmente – com nossos corações. Nem mesmo as profundezas do inferno foram capazes de mudar o sentimento de Lúcifer por Chloe (Lauren German). E apesar de óbvio, a relação deles parece ainda mais confusa agora. Confira o que achamos da primeira parte da 5ª temporada de Lúcifer!

Seria cômico se não fosse chato as relações amorosas dos humanos com os angelicais, uma vez que isso vem se repetindo tempos no roteiro e, por incrível que pareça, os anjos são os seres mais antigos do universo que ainda tem crises de adolescente. 

Acredito que isso seja uma maneira de humanizá-los, uma vez que a série tenta nos levar cada vez mais para suas vidas e entender suas escolhas. É difícil de entender quando vemos Lúcifer ser manipulado por um humano comum, assim como é um pouco revoltante ver Chloe caindo nas mentiras de outros anjos, enfim, é um ciclo bem complicado de relacionamentos e isso foi o que basicamente rondou a primeira parte da série. 

Caso você não tenha assistido tudo, pare por aqui, vai rolar spoilers


Todos os personagens de alguma forma estão tentando superar alguém, ou alguma situação que envolva amor de uma forma geral. Temos Chloe abatida com a volta de Lúcifer para o inferno, e isso por dois meses, mas para ele, milhares de anos se passaram, e mesmo assim, ele acaba achando uma forma de reviver a sua antiga vida. 

Temos Dan (Kevin Alejandro) tentando terapias alternativas para tentar se curar da ferida que foi perder Charlotte (Tricia Helfer), e essa abertura foi o que levou a outra pessoa se aproveitar dele, falaremos mais para frente. Maze (Lesley-Ann Brandt) como sempre tem uma carga muito maior do que parece, apesar de ser um demônio, ela aprendeu com os humanos a entender seus sentimentos e mesmo tomando atitudes infantis, ela sofre e muito, primeiro por ser “deixada” por Eva, e depois por Lúcifer e muito antes disso, por sua mãe, Lilith, da qual temos um vislumbre em um dos episódios. A dor e a esperança a fazem agir de maneira confusa e mesmo assim, é difícil ficar com raiva dela. 


Amenadiel (D. B. Woodside) agora experimenta uma das mais difíceis tarefas, até mesmo para um anjo, que é a de ser pai. Logo após seu irmão Miguel reaparecer para causar na vida de Lúcifer, fica claro que suas intenções vão muito além, atacando um por um, na óptica do medo, o que por fim nos faz entender melhor o enredo dessa história que, a princípio, deveria ser a última da série. 
O medo é a base de todo relacionamento humano, seja ele qual for. O medo de não ser amado, como Chloe; o medo de não ser o suficiente, como é o caso de Maze; o medo da perda, como é o caso de Amenadiel e temos também nossa perita preferida, Ella, no meio dessa loucura, que, quando finalmente parece ter conhecido alguém que valesse a pena, ele não era mais do que um dos seus casos policiais.
Gosto de ver como nós humanos conseguimos criar várias versões de uma mesma história, a Bíblia está entre nós por séculos e ainda hoje somos capazes de interpretá-la de diversas formas, assim como na série, que nos mostra uma versão muito mais serena de Lúcifer da qual estamos acostumados a conhecer. E nessa mesma pegada, nos mostra a versão contraposta de Miguel, o braço direito de Deus, que nada mais é do que um egocêntrico e invejoso irmão. 
Temos então toda essa briga familiar, idas e voltas com relacionamentos, Dan descobrindo que Lúcifer de fato é Lúcifer e os humanos impotentes nisso tudo, quando finalmente Deus retorna para finalizar a série. 
O acréscimo do irmão gêmeo do mal fez a série crescer e ao mesmo tempo nos lembrar das primeiras temporadas, brincando consigo mesma, ao passo que tenta solucionar crimes. A direção usa e abusa de asas angelicais e, se você assim como eu esperava loucamente pela briga entre Lúcifer e Miguel, é porque também teve medo de ver muito GCI, mas tudo correu bem, as cenas foram muito bem feitas e com dubles muito bem coreografados. Tivemos algumas histórias paralelas mas que por fim, serviu para entendermos melhor o passado. 
A 5ª temporada trás o melhor e o pior da série, em termos de dramédia, a série continua excelente e isso é sem dúvidas um alívio para os fãs. A direção acerta em dar mais ênfase nas amizades e nas relações que se fortaleceram esse ano, o visual continua incrível, com tomadas ao ar livre e mostrando muito da cidade dos anjos, Los Angeles e as atuações continuam ótimas. Tom Ellis consegue construir um personagem detestável (Miguel) ao passo que consegue nos fazer adorar cada vez mais Lúcifer, Chloe continua entre a cruz e a espada e cada um dos personagens consegue expor com clareza seus medos, suas dúvidas e seus pontos fracos, o que nem sempre foi claro até então. A série deixou um gostinho de quero mais!

Direção: Ildy Modrovich, Bola Ogun, Sam Hill, Viet Nguyen, Nathan Hope, Eagle Egilsson, Claudia Yarmy, Lisa Demaine, Richard Speight Jr., Kevin Alejandro

Episódios: 8

Duração: 55 min. aprox.

Elenco: Kevin Alejandro, Lauren German, Rachel Harris, Tom Ellis, D. B. Woodside, Lesley-Ann Brandt, Aimee Garcia, Tricia Helfer 

 

Sinopse: A série se desenvolve ao redor de Lucifer Morningstar, que está entediado e infeliz como o Senhor do Inferno. Ele renuncia seu trono e abandona seu reinado para tirar férias em Los Angeles, onde dá início a uma casa noturna com a ajuda de sua aliada demoníaca chamada Mazikeen. Depois que uma celebridade a quem Lucifer ajudou a alcançar a fama é assassinada, ele se envolve com a polícia de Los Angeles, onde começa a ajudar a Detetive Chloe Decker a resolver casos de homicídio e encontrar os responsáveis para que possa “puni-los”. 

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