TOP 5 : Filmes do Studio Ghibli Para Ampliar Sua Visão Sobre o Universo da Animação




Quando
se pensa em Studio Ghibli,
provavelmente o primeiro nome que venha à cabeça é o longa A Viagem de Chihiro
,
que ficou mundialmente famoso ao levar o Oscar de m
elhor animação em 2003 e até o
presente momento, é o primeiro filme de animação em língua não inglesa a levar
a estatueta para casa. Porém, o estúdio é muito mais do que isso
, acumulando lindas animações que também merecem ser contempladas. 

Tendo
como principais mentes criativas, Hayao Miyazaki e Isao Takahata (infelizmente
já falecido), o Studio Ghibli foi fundado em 1985 no Japão, tendo sua sede em
Tóquio; e vem recebendo o status de cult entre
apreciadores de cinema mundo afora. Suas obras convidam o espectador a uma
imergir em uma experiência diferente da que se está acostumado a assistir
nas gigantes Disney e Pixar.



Com
obras que refletem sobre a condição humana, e tratam de forma sensível temas
como guerra, luto, e travessia da infância para a vida adulta; os filmes desse
estúdio são apaixonantes, e após assistir apenas uma obra, o desejo de ir atrás
de outras é unânime. No Studio Ghibli, animação é tida como expressão artística cuja premissa é moldar a percepção
que se tem do mundo afora, permitindo enxergar até mesmo as atividades mais
comuns do cotidiano por uma prisma sensível, trazendo uma atmosfera de magia e
musicalidade.



Principalmente
nas animações de Miyazaki é possível enxergar a beleza e a perfeição dos
detalhes em tarefas corriqueiras como calçar sapatos, cortar uma fruta, ou saborear uma refeição. Até mesmo nas histórias em que estão presentes elementos
de magia, esses ficam em segundo plano, sendo o principal foco em todas as
animações do estúdio a valorização das emoções humanas e suas complexidades.
São obras simples no bom sentido, pois embora se perceba a atenção detalhes,
opta-se por retratar e valorizar as coisas simples da vida, sem apelar para o
uso de exageros.

Como
não poderia ser diferente, a cultura japonesa é enaltecida nas obras do
estúdio, como é visto em O Conto da Princesa Kaguya, que teve como inspiração
uma famosa lenda japonesa. Igualmente, no emocionante Túmulo dos Vaga-lumes se
tem uma obra que apresenta com sensibilidade e delicadeza a história de dois
irmãos tentando sobreviver no Japão durante os horrores da Segunda Guerra Mundial. Outro elemento recorrente é a ambientação em paisagens bucólicas, com
o objetivo de valorizar a natureza e pontuar a importância da conscientização
sobre a preservação do meio ambiente.



A gigante do streaming Netflix vem
incluindo as obras do estúdio em seu catálogo, contribuindo para uma
popularização crescente das mesmas, e consequentemente, acumulando cada vez mais
apaixonados pelo jeito Ghibli de
fazer animação. 





1. O Conto da Princesa Kaguya (2013, de Isao Takahata): 

Tendo sido lançada no Japão em 2013 e no Brasil em 2015, tem como inspiração a antiga lenda japonesa intitulada O Conto do Cortador de Bambu. A narrativa conta a história de um humilde camponês, que certo dia, enquanto realizava seu ofício, percebeu um bambu que irradiava uma luz brilhante e misteriosa. Ao cortar o caule, se deparou com uma minúscula menina, e resolveu levá-la para casa, para criá-la junto de sua esposa. É aí que começa a história da princesa Kaguya, que será nos apresentada desde seus primeiros passos até a vida adulta. 
A obra tem uma fotografia espetacular, em que cada frame poderia ser emoldurado e transformado no mais belo quadro, e trata de temas como a inocência da infância, família, posição da mulher na sociedade e a importância da valorização das coisas simples da vida. 


É uma história dotada de uma sensibilidade que somente o Studio Ghibli poderia nos proporcionar. São demonstradas as mais diversas emoções da protagonista, não a pintando como uma pessoa perfeita ou que só faz boas ações o tempo todo. Ela também sente raiva, medo, e todas as emoções que um ser humano experimenta ao longo da vida. Apesar de ter o “princesa” no título, não se trata da história da típica e frágil donzela que passa seus dias suspirando e sonhando com o dia que um príncipe virá resgatá-la, e juntos partirão para um aventura. Kaguya é uma protagonista forte, mas que também tem seus desafios; quer encontrar e descobrir seu próprio caminho, em vez de seguir o que os outros esperam dela. Apesar do tema fantasioso que é o nascimento de um broto de bambu, o principal tema da narrativa é algo intrínseco à natureza humana: a busca pela própria identidade.

2. Túmulo dos Vaga-lumes (1988, de Isao Takahata): 



Essa é considerada por muitos uma das animações mais emocionantes de todos os tempos, tendo o poder de arrancar lágrimas até mesmo do espectador mais “durão”. Dirigido pelo grande nome do estúdio – Isao Takahata e lançado no Japão em 1988, aqui acompanhamos a história de dois irmãos: Seita e Setsuko, que estão lutando para sobreviver num Japão destroçado nos meses finais da Segunda Guerra Mundial. A história tem um tom de biografia, e ao contrário de outras animações do estúdio, aqui não há a presença de criaturas fantásticas, ou de elementos existentes para aliviar o peso do assunto abordado. 
É uma das obras mais importantes do estúdio, e para a população japonesa como um todo. O nome da obra não foi escolhido à toa, e faz referência a uma crença japonesa que as luzes dos vaga-lumes representam a alma dos antepassados. 
Aqui, é retratado o comportamento do ser humano diante da dificuldade, e a delicadeza do amor entre irmãos. A obra é de extrema sensibilidade, mostrando como é possível ter momentos de riso até mesmo num cenário caótico de destruição; e como o amor ainda é capaz de curar feridas. Uma obra emblemática, um dos melhores filmes sobre as consequências da guerra já feitos, uma verdadeira obra de arte do cinema.


3. Meu Amigo Totoro (1988, de Hayao Miyazaki): 



Também foi lançado em 1988, no mesmo ano que Túmulo dos Vaga-lumes, mas que traz uma experiência muito diferente da citada anteriormente. Nos é apresentada a história de duas irmãs que se mudam com o pai para uma vila rural, a fim de ficarem mais próximas da mãe que está fazendo tratamento em um hospital. Ao contrário do que se espera, aqui não acontecem tragédias, nem existem vilões que venham a atrapalhar as brincadeiras de infância das duas meninas. O que nos é apresentada é a relação das irmãs ao conhecerem alguns seres mágicos que vivem na floresta, entre eles, o Totoro. 
O filme brinca com o imaginário e o lúdico, convidando o espectador a relembrar a inocência e a pureza da infância. A relação de amizade entre as irmãs, o respeito à natureza e a forma com que as crianças lidam com a dor (aqui representada pela mãe doente), são os principais, porém não os únicos temas de Meu Amigo Totoro. 
Em suma, é uma fábula sobre a riqueza do imaginário infantil, ambientada em meios a cenários bucólicos, utilizando-se de cores alegres e dotada de sensibilidade e pureza. Essa obra pode ser analisada sob diversas camadas: há quem embarque no caminho mais direto e entenda que se trata de duas crianças que conhecem criaturas mágicas e vivem aventuras inesquecíveis e aproveitam a infância; já outros entendem que Totoro é fruto da imaginação das crianças que foi inventado como um mecanismo para lidar com a doença da mãe. De qualquer prisma, a aventura é aproveitada, e não é à toa que essa é uma das obras mais conhecidas e queridas do estúdio. 


4. O Serviço de Entregas da Kiki (1989, de Hayao Miyazaki): 

Uma animação que foi lançada no Japão no de 1989 e conta a história de uma jovem bruxinha que seguindo a tradição de sua família, ao completar 13 anos parte em uma viagem rumo à uma nova cidade, acompanhada de seu fiel companheiro: o gatinho Jiji. A trama tem como principal tema a transição da infância para a adolescência, e os desafios que vem com a independência e o amadurecimento.

Uma aventura cativante que nos convida a acompanhar a protagonista por cenários de tirar o fôlego enquanto ela lida com os desafios da cidade grande, aprendendo a superar os inconvenientes do cotidiano, e também, a perceber a beleza naquilo que é rotineiro. Nessa obra, é possível perceber que houve muita atenção aos detalhes das cenas, nada que está ali é por acaso; o que contribui para que soe tão natural e totalmente crível existir um mundo em que bruxos coexistem pacificamente com humanos comuns. Uma história fofa, divertida e aproveitável por todas as idades.






5. Ponyo – Uma Amizade Que Veio do Mar (2008, de Hayao Miyazaki):


Essa animação foi lançada no Japão em 2008 e no Brasil em 2010, e narra a história de um garotinho de cinco anos que desenvolve uma inesperada amizade com Ponyo: uma peixinho-dourado que sonha em se tornar humana. Não é à toa que a premissa do filme lembre o roteiro de A Pequena Sereia, já que essa foi uma das inspirações de Miyazaki. Entretanto, a aventura do Studio Ghibli tem uma atmosfera mais voltada à inocência da infância e com foco na construção da linda amizade entre os dois protagonistas.

Aqui, o amor fraterno é retratado, em vez do amor romântico. A principal mensagem da animação é a de que a vida é uma aventura: todos queremos encontrar felicidade, seja como for que ela pareça para nós.



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