Crítica: Ragnarok – 1ª Temporada (2020, de Jannik Johansen e Mogens Hagedorn)

Ragnarok – Da mitologia nórdica, a definição de fim do mundo. Ragnarok começa com desastres naturais e culmina numa grande batalha entre deuses e gigantes.



Para os amantes de Vikings, a série norueguesa tem muita história para contar. Ambientada em Odda, o roteiro nos leva a conhecer Magne (David Stakston), um jovem com dificuldades em aprendizado e em controlar seu temperamento – segundo sua mãe, já que na história ele é bem ingênuo e dócil – e seu irmão Laurtits (Jonas Strand Gravli), um jovem bem inteligente e manipulador, muito diferente do irmão, mas que não chega a criar uma sensação ruim, muito pelo contrário, diria que ele talvez seja o personagem mais interessante da série.



Em meio a mudanças e rotinas, tudo tudo acontece quando Magne conhece uma senhora que, após dizer coisas misteriosas, ele passa por algumas mudanças, como: ganhar uma força excepcional, enxergar e ouvir melhor, dentre outras coisas que nem ele mesmo sabe que era capaz de fazer. Temos então a alusão bem óbvia dos deuses nórdicos como Thor espelhado em Magne, Loki em Laurits e assim por diante quando passamos a observar sem muita dificuldade esses personagens e claro, os inimigos naturais deles, os Titãs ou Gigantes.






Thor – Um dos deuses mais poderosos da mitologia nórdica, Thor controlava clima e forças da natureza. Ele lutou contra os inimigos da civilização e representou a lei e a ordem.
Talvez um dos grandes problemas da série seja criar um laço com esses personagens, apesar de gostarmos deles parece que falta algo que nos ligue aos seus problemas. Magne por exemplo, passa a querer corrigir todos os erros ambientais de sua cidade após a morte misteriosa de sua melhor amiga, amiga essa que quase não tivemos contato, já que tudo ocorre no primeiro episódio. Podemos entender após a explicação de quem Thor representava e podemos tentar ligar isso ao personagem, já que ele é a materialização do herói nos tempos modernos.

Ainda não sabemos ao certo o papel de Laurits nisso tudo, se por ventura ele também virá a ser um deus ou se está ali somente para fazermos a ligação dos personagens, é o personagem mais interessante. Podemos notar que suas ações apesar de, por vezes, seja para irritar o irmão, ele ainda se importa com ele e sua família, fazendo o possível para protegê-los quando necessário, isso claro é feito pelos seus termos, que envolve uma pitada de humilhação e muito sarcasmo.

 
Gigantes – Um termo genérico para várias criaturas sobrenaturais da mitologia nórdica. Eles eram associados a uma natureza temerária e destrutiva. Os arqui-inimigos dos deuses.




E claro, temos os grandes “vilões” da história. Após uma pequena pesquisa sobre os significados dos personagens, podemos notar uma interessante mistura de palavras quando notamos que o sobrenome Jutul vem Jotuheim, que significa “mundo dos gigantes” e esse episódio em si podemos entender a dinâmica dessa família e seus interesses. De fato eles não ligam para os humanos (e porque deveriam?), tudo que eles buscam é poder. Mas tudo muda quando Vidar (Gísli Örn Garðarsson) percebe que há uma ameaça a ele e sua família, ficando imprudente e não pensando direito em algumas consequências. Em todo caso, a família dos “gigantes” é praticamente estruturada no medo e na sobrevivência, não acredito que haja amor ali, mas se houver está muito escondido ou não foi devidamente passado para o telespectador.

Apesar dos séculos de interações humanas, eles não demonstram que se importam conosco, como disse antes, até que Fjor (Herman Tømmeraas) se apaixona por uma, criando um grande problema para ele, já que isso é terminantemente proibido.

E isso é um pouco do que vemos em curtos 6 episódios, muitas histórias se cruzando e sem serem devidamente aproveitadas, espero que a segunda temporada se desenvolva com mais tranquilidade, já que apesar de tudo, a série é interessante. O universo nórdico é algo que cria fantasias e nos instiga a querer continuar assistindo, por isso ainda consigo dizer que é uma série boa.  

Direção: Jannik Johansen Mogens Hagedorn 

Episódios: 6

Duração: aprox. 42 minutos

Elenco: David Stakston, Herman Tømmeraas, Gísli Örn Garðarsson, Jonas Strand Gravli, Theresa Frostad Eggesbø, Emma Bones, Ylva Bjørkaas Thedin, Henriette Steenstrup, Synnøve Macody Lund
Sinopse: Em uma cidade norueguesa envenenada pela poluição e abalada por geleiras derretendo, o fim dos tempos parece real. Só uma lenda poderá combater um mal antigo. 

Trailer:





Me contem o que vocês acharam da série!



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