Crítica: Abracadabra (1993, de Kenny Ortega)

 

     Hocus Pocus ou, em português do Brasil: Abracadabra, é um longa-metragem dirigido por Kenny Ortega em 1993. O filme foi feito numa época em que não havia se instaurado o politicamente correto, portanto quem assiste o filme pode estranhar um pouco as piadas de cunho sexual num filme infantil, dentre outras coisas como piadinhas com o “capiroto”. 

     Eu mesma assisti muito o filme quando pequena. E depois que foi criado o canal da Disney Channel e Disney XD, todo ano, em outubro, este mesmo filme passava (agora já não sei, mas era tradição). E quando era criança tais piadas sempre passaram despercebidas por mim. Mas revendo o filme hoje é outra história, né? 


    Aliás, uma pequena curiosidade já que falamos da Disney, para quem não sabia – como eu – Kenny Ortega foi diretor de High School Musical também! 

     Apesar da comicidade sempre presente, se paramos para refletir percebemos que é uma história triste e que conta com momentos pesados, que antigamente não eram retirados dos filmes, por exemplo: o filme começa com Thackery Binx, um jovem colono de aparentemente uns 15 anos percebendo que sua irmã caçula sumiu. O fato é que ela foi parar na casa das três bruxas, as vilãs da história. Ele tenta, mas não consegue salvá-la. A vida da pobre menina é sugada pelas bruxas, para assim mantê-las jovens, e Thackery nunca mais se perdoou. As bruxas também o transformaram em um gato preto. 

     Ainda na primeira sequência do filme, os aldeões julgaram as bruxas como culpadas e as enforcaram. Mas antes que isso acontecesse, elas conseguiram criar uma profecia: a de que poderiam voltar à vida caso uma pessoa virgem acendesse uma vela mágica que ficou na casa delas. E claro, isso realmente acontece cerca de 300 anos depois. 


     Imagine a vida triste e culposa que Thackery levou sendo um gato por todo esse tempo? Ele nunca se perdoou. E a cena do enforcamento? E a citação do termo “virgem” numa história infantil? Pois é… Tenso. E tem outros momentos em que o fato do protagonista ser virgem com uns 14, 15 anos (no máximo) veem à tona e é visto como algo vergonhoso ser virgem nesta idade. 

       A violência do filme é geralmente amenizada pela paleta de cores que é sempre muito colorida, principalmente à noite, quando o vermelho, roxo, rosa e azul provêm das luzes. O figurino também é muito alto astral apesar do enredo sombrio. As falas são divertidas, sarcásticas e contém um humor astuto, que faz com que qualquer um ria apesar das piadas nada corretas. E acho que é justamente o fato das piadas não serem compatíveis com os tempos atuais que faz com que nós, espectadores, demos risada de forma indignada. E entre as risadas soltemos um: “Isso tá muito errado. Esse filme é muito errado!” Mas o auge é quando os nossos heróis decidem atrair as bruxas para a escola, e prendem-nas numa espécie de câmara de gás(???) e elas são queimadas vivas. Sim, queimadas. Quem achou que essa era uma “brilhante” ideia para se colocar num filme infantil??? Isso realmente foi inaceitável. E me chocou quando fui rever o filme. Primeiro porque não me lembrava disso, e depois porque quando pequena eu não tinha a referência Segunda Guerra Mundial no meu repertório, né? Simplesmente erradíssima essa cena. Como eu queria que tivessem cortado.

      Embora reconheça esses problemas, espero que não façam remake, reboots ou sequências do filme, porque 90% dos que estão sendo feitos não estão ficando sequer minimamente aceitáveis. 


Título Original: Hocus Pocus

Direção: Kenny Ortega

Duração: 96 min

Elenco:  Bette Midler, Sarah Jessica Parker, Kathy Najimy, Sean Murray, Omri Katz, Vinessa Shaw, Thora Birch (…)


Sinopse: Max, um jovem de 14 anos, se muda para uma cidadezinha junto com sua família. É Halloween e ele não acredita nessas coisas de bruxaria. E por conta desse deboche acaba acendendo uma vela que está conectada com com uma antiga profecia. A lenda de que três irmãs bruxas retornariam à vida. Isto de fato acontece e elas pretendem sugar a força vital de todas as crianças, para se manterem jovens para sempre. 

Trailer:
Já conhece esse clássico, leitxr? Comente e compartilhe!!!


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