Crítica: A Grande Muralha (2016, de Zhang Yimou)

Filmes chineses sempre nos trazem alguma magia e efeitos de encher os olhos. Somos levados a um universo esplêndido e bem definido sobre os contos e mistérios que rondam as histórias asiáticas. Vemos muitos personagens que lutam por honra, por vingança e pelo bem de sua sociedade, lutas essas que parecem uma dança de tão bem sincronizadas e aqui não chega a ser tão diferente. O filme tenta trazer todas essas alegorias para o roteiro, de forma modesta e bem dirigida ele consegue nos lembrar alguns grandes filmes, mas não se compara com os grandes clássicos. Confira o que achamos do filme à seguir.


O filme mistura dois tipos de ambientes, o americano onde vemos os personagens de Matt Damon e Pedro Pascal sendo inseridos, em um deserto, fugindo de bandidos, lembrando os clássicos de bang-bang e em um segundo momento a sincronia e perfeição do cinema chinês. William (Damon) e Tovar (Pascal) estão atrás do pó negro (pólvora) um mito entre os ladrões, mas são pegos em uma emboscada, tendo que correr e se esconder para sobreviver. Em meio a uma fuga, algo os ataca, um animal enorme e nunca visto antes. William consegue acertar um golpe fatal e leva um pedaço do corpo do estranho animal consigo, porém sua localização é dada e os bandidos os perseguem novamente, até que eles se veem em frente a uma grande muralha, amparada por um exército nunca visto antes.


Mesmo sendo tratados com desconfiança e uma certa chacota dos soldados, eles são levados a sério pela comandante Lin Mae (Jing Tian) que resolve dar uma chance a eles. Acontece que esse animal estranho que ambos mataram, se trata de uma ameaça antiga e cheia de significados e que agora está vindo à tona novamente. 

Percebemos que William tem uma certa necessidade de se provar para esse povo que ele também pode ser digno de confiança e de honra. Diferente de Tovar que, apesar de gostar muito de seu amigo, entende seu lugar no mundo e não quer nada mais com ele, o que acaba lhe trazendo mais problemas. Apesar de termos uma história simples, do ponto de vista do espectador, ele trás algumas questões filosóficas e morais, não chega a ser algo que vá ser aprofundado, mas faz com que os personagens ajam de maneira diferente daquela esperada, pela simples troca de culturas.


O visual do filme é simplesmente magnifico, não há como assistir e não se lembrar das belíssimas armaduras, as cores e as coreográficas lutas com movimentos de câmera nas sequências de ação. Um belo clichê dos grandes filmes e de toda a magnitude que esperamos quando vemos algo do tipo. Claro que também conhecemos um pouco os “segredos” que rondam a Muralha e nos faz lembrar de outras grandes construções como as pirâmides, que também conta com uma grande gama de lendas e mistérios.

Em resumo, a direção consegue expor tudo o que pretende, desde lutas coreografadas, desde o visual da muralha e dos exércitos, a mistura de culturas quando William acaba lutando ao lado deles e na mitologia que dá vida ao filme, apesar de ficar um pouco cansativo no final, a história se segura bem com esses pontos citados e faz jus a grandes filmes, ao utilizar, como eu disse antes, um clichê bem dirigido e escrito. É um ótimo entretenimento e tenho certeza que você também vai gostar.

Disponível na Netflix.


Título Original: The Great Wall

Direção: Zhang Yimou

Duração: 107 minutos

Elenco: Matt Damon, Pedro Pascal, Jing Tian, Willem Dafoe, Andy Lau

Sinopse:
No século XV, William (Matt Damon) e Tovar (Pedro Pascal) são dois mercenários em busca de “pó negro” (pólvora). Depois de escaparem do ataque de uma criatura misteriosa, eles se encontram, acidentalmente, aos pés da Grande Muralha. Lá, eles acabam aprisionados pelos guerreiros chineses, que estão na iminência de sofrerem um ataque. Reza a lenda que, a cada 60 anos, uma horda de monstros tenta transpassar a barreira, para se alimentar dos humanos que vivem do outro lado.



Trailer:

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