Ninho de Musaranho (2014, de Esteban Roel e mais)

O cinema espanhol, principalmente em produções de suspense vem se destacando nos últimos anos. Um Contratempo, O Corpo, e Durante a Tormenta (crítica aqui) são exemplos de filmes bem conhecidos e que se tornaram obras relevantes. Entretanto, vamos falar sobre um filme menos conhecido do público geral, mas de extrema qualidade: Ninho de Musaranho.

Um filme de baixo orçamento com a estreia dos diretores Esteban Roel e Juanfer Andrés, já consegue entrar para a lista dos melhores do gênero. Antes de mais nada, devemos entender o título do longa para assim entrar na história. Musaranhos são pequenos roedores que vivem em pequenos ninhos. Apesar disso, eles são conhecidos pela sua impetuosidade. Isso tudo, é uma similitude ao modo de vida das duas irmãs que vivem em um apartamento em Madrid, nos anos 50. Um fato bem interessante do filme é o fato de ser filmado somente nesse ambiente. 


Esse detalhe traz semelhanças com “clássicos” como Louca Obsessão que tratam diretamente e indiretamente do mesmo assunto, assim como a limitação de espaço para filmagem. Isso tudo, casa muito bem com o fato da personagem principal sofrer de uma doença chamada agorafobia, uma espécie de pânico de lugares abertos que consequentemente impede ela sair de casa e passe seus dias no ofício de costureira. 


Desde cedo, Montse aprendeu a ficar responsável pela sua irmã menor, já que a mãe morreu no parto e o pai mudou muito de comportamento após o episódio. Com isso, Montse passa a ser muito protetora e passa a ter algumas atitudes sem o mínimo de necessidade. 


Porém, um acontecimento muda tudo. Quando Carlos (Hugo Silva), um vizinho do apartamento de cima, aparece todo machucado na porta de sua casa, Montse decide recolhê-lo e decide prestar cuidados ao homem. 




Porém, esse fato desencadeia graves consequências. O filme caminha por um paradoxo de “amor abusivo” e um distúrbio emocional da personagem principal, que deixa  a vida de todos em perigo. Todas essas atitudes são explicadas por um plot twist extremante competente e que surpreende a todos.  


Não posso deixar de citar alguns detalhes técnicos que fizeram desse filme tão qualificado. A interpretação de Macarena Goméz no papel de Montse é de aplaudir de pé. O realismo perante a situação é de uma magnitude extrema. Outro fato que contribui bastante nessa situação é  o trabalho de câmera que dá uma sensação plena de claustrofobia, que deixa o filme mais denso e sinistro.


Sou suspeito a falar, mas, o cinema espanhol, vem conquistando meu coração há algum tempo. É difícil você sair decepcionado com alguma obra, no gênero. E Ninho de Musaranho, é do mesmo timbre. Um filme que apela para o psicológico com várias camadas de drama, que vai conquistando o telespectador. É uma excelente pedida para você que está à procura de um filme que fuja do convencional. 



Título Original: Musarañas
Direção: Estaban Roel e Juanfer Andrés

Duração: 97 minutos

Elenco: Asier Etxeadia, Carolina Bang, Hugo Silva, Luis Tosar, Macarena Gómez, Nadia de Santiago, Sílvia Alberto, Tomás del Estar. 
Sinopse: Em Madri, nos anos 50 vive Montse ( Macarena Gómez), uma mulher que sofre de Agorofobia cuida da irmã mais nova ( Nadia de Santiago) já que a mãe morreu durante o parto e o pai abandonou as filhas.  A doença de Montse faz com que ela se prenda dentro de uma apartamento, piorando a situação. Um dia, a relação entre as irmãs começa a mudar com a chegada de um vizinho Carlos ( Hugo Silva). 

Trailer:

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