Crítica: Divaldo – O Mensageiro da Paz (2019, de Clovis Mello)

Divaldo Franco nasceu na Bahia,
em Feira de Santana, em 1927 e descobriu sua mediunidade logo cedo. Mas, claro,
ele não sabia que esse era o nome que se dava para pessoas que conseguiam ver e
se comunicar com pessoas que já haviam falecido. Hoje, com 92 anos, Divaldo é
um dos principais divulgadores da doutrina espírita e tem um enorme legado como
líder humanitário. Sua história virou filme intitulado
Divaldo – O Mensageiro
da Paz
, que entra em cartaz no dia 12 de setembro.

O recorte da história da vida de
Divaldo é divido em três fases no filme: criança, aos 6 anos, jovem com vinte e
poucos anos, e adulto, em meados de seus 40 anos. Apesar de parecer pouco para
uma pessoa que passou por muitas coisas, o recorte dá um bom panorama para quem
não conhece o médium.


Ghilherme Lobo no papel de jovem Divaldo
A fase jovem, em que Divaldo é
interpretado pelo ator Ghilherme Lobo, é a que tem mais tempo em cena. Pois é
na juventude que o médium tem a oportunidade de estudar sobre a doutrina espírita
e aprende a usar sua mediunidade para ajudar quem precisa. Mas também é quando
ele precisa abrir mão de ser um jovem comum, que pode sair e namorar.
Somente na vida adulta, em
Recife, é quando Divaldo, que passa a ser interpretado por Bruno Garcia, entende
seu propósito e começa a criar sua grande obra, pela qual ganhou reconhecimento
nacional: a Mansão do Caminho. Vemos as dificuldades que o médium precisou
enfrentar para conseguir criar esse projeto, que hoje funciona como escola e
oferece serviços de saúde, educação e social para a população.


Ator Bruno Garcia interpreta Divaldo na vida adulta
Durante todo o filme nós vemos Divaldo ser acompanhado por Joanna de Ângelis, interpretada por Regiane Alves, sua guia espiritual responsável por encaminha-lo na direção certa e que também o ajuda a escrever seu primeiro livro. Ele também é acompanhado, ou melhor, atormentado, por um espírito obsessor, interpretado por Marcos Veras, que busca vingança e faz de tudo para tirar Divaldo do caminho certo.

Regiane Alves interpreta a guia espiritual Joanna de Ângelis
O jogo de câmera e de luz
facilita a percepção do espectador, que logo consegue identificar e diferenciar
quando um espírito está em cena. O longa foi dirigido e escrito por Clovis
Mello, que fez um formidável trabalho, principalmente como diretor. O roteiro é
bem feito e funciona bem como forma de contar, em apenas duas horas, a história de Divaldo, mas, em
alguns momentos, parece ser raso e apresenta momentos recheados de clichês. Já
na direção, Clovis acerta com cortes e movimentação de câmera precisos.

Por se tratar de um filme que
aborda religião, muita gente pode torcer o nariz, principalmente aqueles que
não seguem essa determinada religião. Porém, o filme consegue equilibrar bem quando
fala sobre o assunto em si. É claro que em alguns momentos você pode ter a
sensação de que o filme está tentando te “catequizar”, mas acredito que seja
algo aceitável, visando a proposta do filme.


Ghilherme Lobo e Clovis Mello no set
Sobretudo, Divaldo – O Mensageiro
da Paz
é uma cinebiografia que apresenta uma história carregada de
religiosidade sem força-la no espectador, que trata mais sobre ser movido pela
própria fé e mostra o amor na sua forma mais pura. Emocionante e recheado de
lições, é um longa que te deixa mais leve e te dá uma pontinha de
esperança na humanidade.



Título Original: Divaldo – O Mensageiro da Paz

Direção: Clovis Mello

Duração: 120 minutos

Elenco: Bruno Garcia, Regiane Alves, Ghilherme Lobo, Laila Garin, Marcos Veras, Caco Monteiro e outros

Sinopse: Convivendo com a mediunidade desde os quatro anos, Divaldo (Bruno Garcia) era rejeitado pelas outras crianças e reprimido pelo pai (Caco Monteiro). Ao completar 17 anos, o jovem decide usar seu dom para ajudar as pessoas e se muda para Salvador, com o apoio da mãe (Laila Garin). Sob a orientação de sua guia espiritual, Joanna de Ângelis (Regiane Alves), ele se torna um dos médiuns mais importantes de todos os tempos.


Trailer:

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