Crítica: Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro (2019, de André Øvredal)

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Quando
se trata de gêneros cinematográficos, muitos entre eles se dividem em
subgêneros, para ver se pode haver uma certa inovação ou até mesmo uma nova
chance criativa de se explorar em termos de direção. Ultimamente muitos cineastas tem se
arriscado
 nessa área, entre os exemplos está o norueguês André Øvredal, esse
cineasta tem se arriscado numa série de filmes de terror com
 propostas muitos
diferentes entre si. No início demonstrou um pouco de seu talento ao fazer um
mockumentary (documentário falso) sobre criaturas mitológicas eslavas
com
O Caçador de Trolls, filme que
estreou num circuito limitado, mas acabou ganhando notoriedade em Hollywood ao
fazer
A Autópsia, terror que brincou
com o gênero de quarto fechado. Agora ele se arrisca numa nova produção deveras
ambiciosa, pois ela contém a produção mais conhecida de Guil
lermo del Toro, cultuado diretor que continua a sua prática de produzir filmes de terror de iniciantes para ver
se eles possuem chance de brilhar em Hollywood, exemplo disso é o Andrés 
Muschietti, diretor de Mama, que
acabou ganhando a possibilidade de dirigir as duas produções de sucesso de
IT – A Coisa.


Na
nova empreitada, vemos aqui uma adaptação interessante de uma série de livros
de autoria de Alvin Schwartz, Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro, onde novamente o diretor se assume com a temática de
terror, mas desta vez assumindo uma identidade infanto-juvenil, onde a produção
narra uma história onde um grupo de jovens do final da década de 1960 se vê atacados pela presença de um livro amaldiçoado que se escreve sozinho, revelando
histórias macabras que acontecem de verdade comeles, que levam ao surgimento
de criaturas assustadoras feitas para atormentá-los.


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É
necessário debater que o conteúdo do filme, como já foi mencionado é
infanto-juvenil, a princípio soaria problemático e até de certa forma preconceituosa para
os mais ávidos admiradores do gênero, mas a produção entende a sua identidade e
segue nela até o fim de maneira agradável e não forçada como soaria de início, que consegue contrabalancear o senso de drama em alguns personagens e comédias
em outros. Ao mesmo tempo a produção se divide com uma nova forma de narrar as tramas com o uso de anedotas (sentido de histórias pequenas) assustadoras que
conseguem trazer os artifícios para dar origem às criaturas do filme, onde o filme equilibra o uso de cgi com uso de
efeitos prátic
os com maquiagens bem trabalhadas, que levam uma certa influência
vinda do Del toro na produção.



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O
longa se firma como uma aventura de terror que lembraria os fãs mais antigos de
GooseBumps, programa antigo de terror que era exibido na antiga Fox Kids, ou até mesmo do longa-metragem
de 2011 dirigido por J.J. Abrams, Super 8,
 no sentido de ser uma aventura macabra
de terror que utiliza o fator nostalgia, só que invés de usa a previsível
nostalgia dos anos 1980, aqui vemos o conteúdo do ano de 1967, com referências à eleição de Richard Nixon e a guerra do Vietnã, só que neste caso o fator de
nostalgia deriva direto no cinema com a personagem protagonista Stella (Zoe Margaret
Colletti) que detém uma cultura de cinema da época, no qual deva ser um certa
influência de Del Toro para o projeto, pela referência do cinema de George
A. Romero para os mais interessados do cinema e pela atração da juventude com elementos
macabros durante a adolescência.


Mesmo
tendo essa noção, o filme se segura no sentido de terror, que utiliza o
elemento do jumpscares que é
executado de maneira adequada e não gratuito como os filmes de terror comuns que
existem em circuito comercial, a direção do norueguês se mostra criativa no uso
da fotografia e no uso de luzes e até mesmo da edição em determinado momentos.


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O
filme se firma muito bem ao narrar a trama dos personagens e a trama macabra do
livro, mas ele inevitavelmente cai para uma necessidade de uma franquia que
acaba tirando o peso que poderia ser o final, que, analisando a trama como um tudo, tinha tudo para ser
impactante e macabro, deve ser a tal necessidade de surfar na onda de se
realizar grandes tramas de produções de terror que se aproveitam da nostalgia
como a série de sucesso Stranger Things
ou até mesmo o já mencionado IT – A Coisa.
É natural que se espere uma nova forma de se criar uma franquia, mas o longa não
prepara nada disso, por isso os ganchos deixados no final acabam soando
gratuitos e vazios.


No
contexto em torno de tudo isso, Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro se mostra um curioso e agradável terror
com um apelo diferente para o cinema, apesar de já valer o aviso de quem esperar algo mais sombrio
e macabro, não é muito recomendável. Mas a execução agradável e direção certa e
criativa se mostram dignos de se ad
mirar, mas que a vontade de criar uma
franquia e apelar para continuações prejudica de que se tenha mais impacto do que
seria no início da adaptação do livro original.


Título Original: Scary Stories to Tell in the Dark

Direção: André Øvredal

Duração: 115 minutos

Elenco: Zoe Margaret Colletti, Michael Garza, Gabriel Rush, Dean Norris, Gil Bellows, Lorraine Toussaint, Austin Zajur, Natalie Ganzhorn, Austin Abrams e Kathleen Pollard.

Sinopse: Um grupo de jovens encontram numa casa abandonada um livro velho que contem histórias macabras, porém quando os jovens despertam os poderes antigos do artefato, coisas macabras acabam ocorrendo entre eles.

Trailer:


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