Crítica: O Sol Também É Uma Estrela (2019, de Ry Russo-Young)


Somos como borboletas que se agitam por um dia e pensam que é para sempre.

Carl Sagan 


Com esta reflexão deste grande astrônomo e astrofísico (e tantas outras formações) iniciamos nossa jornada em O Sol Também É Uma Estrela, filme baseado no best-seller homônimo de Nicola Yoon. O longa vai nos mostrar como Natasha (Yara Shahidi) e Daniel (Charles Melton) se conhecem e aos poucos vão se apaixonando, de forma inusitada, em um dia na bela e caótica Nova York, com uma “clara ajuda do destino”, como ele insiste em afirmar para ela, que se enxerga como uma pessoa mais cética diante disto. 

Natasha está em uma corrida contra o tempo para evitar a deportação dela e de sua família para a Jamaica, seu país de origem, enquanto Daniel está prestes a realizar a entrevista até então mais importante de sua vida: a de uma recomendação para a Universidade de Dortmund, para o curso de medicina, que sua família tanto preza que ele faça. 
Em uma jornada, que é até certo ponto envolvente, nosso potencial casal discute se a vida é determinada pelo destino (argumento de Daniel) ou por eventos aleatórios do universo (argumento de Natasha), o que rende alguns pensamentos com um ar filosófico. O roteiro de Tracy Oliver, tenta se levar a sério em diversos momentos, se valendo de argumentos pseudo-científicos para sustentar os pontos, lembrando, mesmo que vagamente, Mr. Nobody em alguns momentos, porém é raso e por vezes pretensioso, quando tenta abordar essa temática. 

Pior ainda é em uma cena onde ocorre uma descarada situação de racismo com a protagonista e o roteiro se utiliza de um “tudo bem, não foi nada” para continuar a história. Já que o pano de fundo da história é a situação dos imigrantes nos Estados Unidos, pauta extremamente em voga, principalmente com o atual governo, e ainda os personagens principais serem também imigrantes (incluo nessa o advogado de origem latina), não é possível entender bem o porquê do racismo não ser combatido à altura, uma vez que nossa protagonista demonstra ser forte e persistente suficiente para não deixar essa passar. 


Apesar de um encaminhamento um pouco clichê, que no fim das contas todo mundo acaba gostando um pouquinho, os protagonistas possuem uma química realmente boa, a trilha sonora é um deleite e ajuda na composição das cenas, e o grande destaque sem dúvidas é a belíssima fotografia, que exalta as belezas urbanas existentes em Nova York, dentre elas o famoso “Manhattanhenge”. 
Assim, com um certo quê nacionalista, que demonstra grande amor pelo país, que é a potência que é em grande parte pelos sub-empregos dos imigrantes, a mensagem que o filme nos passa é que o amor é capaz de vencer todas as barreiras, e o universo, seja na forma de destino ou de eventos aleatórios, se encarregará de unir as pessoas que precisarem estar unidas.
Título Original: The Sun Is Also A Star


Direção: Ry Russo-Young

Duração: 120 minutos

Elenco: Yara Shahidi, Charles Melton, John Leguizamo, Jake Choi, Cathy Shim, Gbenga Akinnagbe, Keong Sim, Faith Logan, Camrus Johnson, Anais Lee, Miriam A. Hyman, Jordan Williams, Carol Scudder.

Sinopse:
 

Natasha (Yara Shahidi) é uma jovem extremamente pragmática, que apenas acredita em fatos explicados pela ciência e descarta por completo o destino. Em menos de 12 horas, a família de Natasha será deportada para a Jamaica, mas antes que isso aconteça ela vê Daniel (Charles Melton) e se apaixona subitamente, o que coloca todas as suas convicções em questão.


Trailer:



E você, o que achou do filme? Concorda com a crítica? Comente e não deixe de nos seguir nas redes sociais! 

Deixe uma resposta