Crítica: Pássaro Branco na Nevasca (2014, de Gregg Araki)

Pássaro Branco na Nevasca é um thriller dramático, e por estar mais focado em causar suspense, acaba pecando um pouco na carga dramática que lhe envolve. No entanto, todas as camadas pelas quais o filme perpassa estão bem visíveis, pouco exploradas, mas visíveis, então cabe ao espectador se colocar no lugar da protagonista e tirar suas próprias conclusões.

Kat (Shailene Woodley) tem apenas 17 anos quando sua mãe, Eve (Eva Green), desaparece sem deixar vestígios. Kat e seu pai, Brock (Christopher Meloni), não ficam tão surpresos com o sumiço de Eve, já que ela era, aparentemente, tão insatisfeita fazendo parte daquela família. Por conta do seu alcoolismo, abusava psicologicamente da filha e também não media esforços para mostrar o quão era grande seu desprezo e nojo pelo marido.

A polícia fez investigações durante dois anos, mas devido aos relatos da família e junto a isso não terem evidência alguma do desaparecimento, o caso foi encerrado. Haviam suspeitos, mas suposições sem provas não são o bastante para conseguir um mandado de busca. Sendo assim, Kat e Brock tentam seguir a vida com aquele mistério em aberto, até que Kat começa a descobrir coisas que nem mesmo os espectadores antes tinham suspeitado, até que, no fim, nós acabamos sabendo mais do que ela própria.

A trilha sonora é maravilhosa e ajuda em 100% a imersão do espectador na trama. O roteiro e enredo do filme são excelentes! O roteiro traz uma temática importante, como ser uma adolescente vivendo em seu auge de liberdade (que nem sempre é tão bom e certo) não tendo a mãe como apoio ou presente, presenciando, ainda, o casamento fracassado de seus pais. Já o enredo, que brilha, é trabalhado, aqui, de modo que dá a sustentação necessária à história, mostrando o desenrolar dos acontecimento de forma atemporal, mas sem perder o sentido, sendo essa toda a graça do filme.

O que deixa a desejar no filme, são as atuações e a direção de arte. A única que entrega um trabalho que consegue transmitir o drama e caos da situação, é Shailene Woodlay. Nem mesmo Eva Green consegue se destacar aqui, pois aparenta estar tão confortável em seu papel que o acaba fazendo de qualquer jeito. Os demais atores não estão nem bons, nem ruins, estão ali simplesmente batendo ponto. Quanto a direção, pecou um pouco ao executar de forma bastante simplória os anos 80. Muitas vezes parecia uma produção de filme amador, e as caracterizações, especialmente as da personagem de Eva Green, pareciam fantasias. Além disso, a metáfora visual que é feita com o título, além de tosca, pode acabar entregando a surpresa após determinado ponto do filme caso o espectador ligue certos pontos. Esse conjunto de coisas incomoda um pouco, mas não tira o valor que o filme possui.

Pássaro Branco na Nevasca sem dúvida alguma vale a pena ser visto, devido a sua abordagem às situações corriqueiras mostradas de formas tão ousadas e trágicas, mas, cuidado, não vá com muita sede ao pote para não se decepcionar. Esse é o conselho que lhes dou.

Título Original: White Bird in a Blizzard

Direção: Gregg Araki

Duração: 91 minutos

Elenco: Shailene Woodley, Eva Green, Christopher Meloni, Angela Bassett, Gabourey Sidibe, Mark Indelicato, Shiloh Fernandez e mais.

Sinopse: Eve Connors (Eva Green), mãe de Kat (Shailene Woodley), abandona a família, deixando todos em estado de choque. Kat e seu pai tentam colocar a vida em dia, mas logo a jovem começa a ter sonhos perturbadores. Aos poucos, ela irá perceber que há uma verdade terrível por trás do desaparecimento da mãe.

Trailer:


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