Crítica: Polar (2018, de Jonas Åkerlund)





Parece que todo mundo quer um pedaço da grande fatia que são as adaptações de HQs para o cinema e a telinha. A Netflix, claro que não ia ficar de fora dessa e lança Polar, uma história baseada na obra homônima, criada em 2012, pelo espanhol Victor Santos.


A história acompanha o assassino conhecido como Black Kaiser, que está prestes a se aposentar, já que as políticas da empresa dizem que ao completar 50 anos você não é mais apto para o serviço. A princípio, acompanhamos sua rotina, que acredito que tenha sido proposital, para criar um laço com o protagonista Duncan Vizla (Mads Mikkelsen), mostrando-o como um senhor que faz seus exames periódicos e se preocupa com suas finanças, a fim de ter uma boa aposentadoria. O que torna impossível não fazer comparações com outro assassino de aluguel muito conhecido e que, de certa forma, também só queria se aposentar em paz, John Wick, vivido pelo excelente Keanu Reeves. Então, se um dia alguém chegar e dizer que quer viver uma vida pacata e aproveitar a aposentadoria, deixe-o!


Entretanto, a ganância do presidente não permite que ele deixe as pessoas em paz e começa a ordenar que todos os aposentados sejam executados, a fim de não ter que gastar dinheiro e ainda embolsar essa grana toda. Mas o que ele não esperava era que o tiro sairia pela culatra ao tentar dar fim em Black Kaiser, mesmo depois dos conselhos e avisos de Vivian (Katheryn Winnick), a única que parece ter um pouco de bom senso. O presidente, um homem mesquinho e frágil apesar de sua posição, não dá ouvidos e acaba começando uma pequena guerra em seu território.


É interessante notar que a excentricidade do filme fica por conta dos assassinos. É como se eles vivessem numa época diferente, usando fantasias, roupas e estilos totalmente próprios, como se cometer um assassinato fosse uma grande brincadeira, e isso contrasta e muito com a realidade de Vizla, que aparenta ser mais sério em sua ambientação e no modo de agir, como se estivessem comparando a velha guarda com os “jovens” de agora, o que não é ruim, pois essa mudança de clímax é o que torna o filme interessante. E de quebra temos a vizinha, Camille (Vanessa Hudgens), que parece carregar suas próprias marcas e aparenta ser profundamente triste, mas com o passar do filme descobrimos que tem muito mais nessa história do que parece.


Polar tem sequências ousadas, tenta ser inteligente em algumas partes e é com certeza muito espirituoso. Mescla cores quase psicodélicas, lembrando os anos 80 ao mesmo tempo que contrasta com o antigo preto e cinza quando se trata de Mads, a eterna disputa do velho e do novo. A direção não poupa o telespectador de ver muito sangue e violência gratuita. Apesar de alguns furos, o filme não é um desperdício. O vilão é fraco e é movido por algo frio e apático, não convence, mas acredito que não era essa a ideia inicial e ele faz o que promete, dá um motivo para toda a violência acontecer. Não há uma grande moral, nem grandes motivações. E tudo bem. O filme ainda é bom de se ver, mas não é algo que vai mudar sua vida.

Título Original: Polar



Direção: Jonas Akerlund



Duração: 118 minutos
Elenco: Mads Mikkelsen, Vanessa Hudgens, Katheryn Winnick, Matt Lucas, Anthony Grant, Nia Roam, Anastasia Marinina, Fei Ren, Josh Cruddas, Lovina Yavari, Johnny Knoxville

Sinopse: Duncan Vizla (Mads Mikkelsen) se aposenta quando seu antigo empregador o marca como uma responsabilidade para a empresa. Contra sua vontade, ele logo se vê perseguido por um exército de assassinos mais jovens, mais rápidos e implacáveis ​​que não vão parar em nada para vê-lo silenciado. Não tendo mais escolha do que voltar à vida sombria que ele pensou ter deixado para trás, ele deve usar seu arsenal de habilidades mortais para superar seus inimigos e proteger uma mulher inocente.




Trailer:

E vocês o que acharam do filme? 

Deixe uma resposta