Crítica: Desejo de Matar (2018, Eli Roth)

Longe de ser o melhor filme de ação do ano, Desejo de Matar nos entrega um enredo mais leve do que o filme original e traz das cinzas dos filmes ruins Bruce Willis, que dispensa comentários. Particularmente, temos um elenco muito bom, do qual sou suspeita para falar. Na história, temos um homem gentil e amoroso, que vê seu mundo dar uma volta quando sua casa é invadida, sua esposa Lucy (Elisabeth Shue) acaba morrendo e sua filha, Jordan (Camila Morrone) fica seriamente ferida. Mas antes de entrarmos nos clichês da vingança, o filme prepara o telespectador desde o primeiro minuto, nos dando informações e notícias sobre a profunda criminalidade que aterroriza a cidade e como a polícia, por muitas vezes, acaba ficando em segundo plano ao tentar ajudar e socorrer a população.
A polícia composta pelo Detetive Rains (Dean Norris) e sua parceira Detetive Jackson (Kimberly Elise) não são aquela típica dupla de policiais preguiçosos que desistiram da cidade. Eles são engajados e preocupados com a verdade e em encontrar os assassinos da esposa do Dr. Paul Kersey (Bruce Willis). Porém a espera se torna muito pesada para carregar sozinho e Paul, acidentalmente, acaba entrando no meio de um assalto, salvando as pessoas que estavam em perigo. Um vídeo de um telespectador foi o suficiente para torná-lo um herói. Pessoas se dividiam entre as que estavam agradecidas pela sua coragem e outras que estavam indignadas e preocupadas com as consequências que isso poderia gerar na comunidade.

O engraçado da história é que, da noite para o dia, Paul sai da sua bolha e resolve acabar com o crime, literalmente, com as próprias mãos. Transforma-se em um homem corajoso e sem medo, muito diferente daquele que nos é mostrado no começo do filme, um homem titubeante e que evita qualquer tipo de conflito. Em todo caso, o filme o leva quase que acidentalmente aos assaltantes que entraram em sua casa e ele, de maneira inteligente e um tanto quanto violenta, vai atrás deles. Um por um eles caem. 


Sim, é uma história clichê. Não traz nada de novo no mundo da ação e mesmo assim, é um ótimo filme de se assistir. Faz-nos pensar no que faríamos se estivéssemos na mesma posição de Paul. Claro que não é todo mundo que resolve sair por aí caçando bandidos, mas e se? Será que teríamos culhões suficientes para fazer justiça com as próprias mãos? Será que isso é realmente tão errado quanto parece? O filme tem uma ótima dinâmica, um ótimo elenco e uma ótima direção. Traz de volta aquele Bruce Willis há muito esquecido e talvez um dos seus melhores filmes nos últimos tempos. Desejo de Matar é sobre fazer justiça, uma justiça torta, mas justiça. É sobre um homem que começa a ver o mundo com outros olhos e resolve agir sobre isso. É sobre tudo aquilo que estamos cansados de ver dia após dia nos noticiários.




Título Original: Death Wish


Direção: Eli Roth



Duração: 107 minutos

Elenco: Bruce Willis, Vincent D’Onofrio, Elisabeth Shue, Camila Morrone, Dean Norris, Kimberly Elise


Sinopse: Paul Kersey é um homem pacífico que tem sua vida destroçada quando três marginais invadem seu apartamento, estupram sua filha, que fica em estado gravíssimo, e matam Joanna, sua mulher. Após uma viagem a uma cidade do Arizona na qual todos andam armados e a criminalidade é mínima, Kersey decide eliminar qualquer um que o ameace, pois a polícia se mostra incapaz de encontrar os culpados. Assim Kersey se arma e começa a patrulhar as ruas, matando assassinos e ladrões e ficando obcecado em fazer justiça.

Trailer:



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