Crítica: Channel Zero: Candle Cove – 1ª Temporada (2016, de Craig Macneill)

Apesar de
ser pouco conhecida e considerada, de certa forma, ainda em um processo
de desenvolvimento, a série consegue inovar no já conhecido termo
terror. Baseado em creepypastas, que nada mais são do que
histórias de terror no melhor estilo, além de terem ficado populares na
internet ao longo do tempo: as lendas urbanas. 
Sabendo disso, já é possível começar a entender um pouco da loucura da primeira temporada, Candle Cove (2016)A SyFy, inclusive, vira e mexe lança algumas séries memoráveis, como Xena: A Princesa Guerreira, Os 12 Macacos e as bizarras sequências de Sharknado.

O formato pode parecer um pouco com American Horror Story,
mas sem todo aquele glamour e exposição de determinados elementos
como a violência, para chocar o telespectador. A emissora vem apostando e
investindo em séries, que apesar do baixo orçamento, entregam histórias interessantes em todos os sentidos. O roteiro escrito por Max
Landis, é baseado em uma história de terror escrita por Kris Straub.

A
história gira em torno de misteriosos assassinatos que podem estar
relacionados a um programa infantil produzido na década de 1980. Mike
Painter (Paul Schneider), é um psicólogo infantil que, quando pequeno,
testemunhou o desaparecimento de seu irmão gêmeo, Eddie, e de mais quatro
crianças que viviam na pequena cidade de Iron Hill, em 1988. Agora
adulto, ele retorna à cidade para investigar o que realmente aconteceu.
No entanto, ele enfrenta a resistência de sua mãe, Marla (Fiona Shaw), uma viúva que não deseja relembrar o passado. A situação se
complica quando mais crianças começam a desaparecer.

O
que mais podia dar errado, não é mesmo? Acredite quando eu digo que
tudo! A história em si é tensa e agoniante, sempre fica a impressão de
que os envolvidos sabem bem mais do que realmente dizem. Confiar não é a
palavra que se deva usar aqui e a insegurança é algo palpável. Mesmo
adulto, Mike não se sente à vontade na casa da mãe, ou mesmo na cidade
onde cresceu, como se tudo ao redor causasse mal estar. 



Apesar da
fotografia mesclar o interior das casas em tons mais escuros e pesados, o
exterior é claro e ensolarado, cheio de verde e rodeado por natureza.
Um contraste claro em relação aos sentimentos que os personagens sentem
quando estão sozinhos em seus pensamentos e quando precisam “fingir” que
está tudo bem. Até quando os assassinatos/sumiços das crianças já foram
superados. Porém, nada é mais estranho do que o programa de fantoches,
onde somente crianças conseguem assistir, sendo estranhamente
perturbador. Duvida? Então dá uma olhada: 



Super tranquilo para as crianças verem antes de dormir, né?

A simplicidade e a estranheza da série são os pontos altos. A curiosidade só cresce ao mesmo passo em que as bizarrices vão aumentando, ainda mais com a atuação relapsa de Paul Schneider, que não se esforça em momento algum para que o personagem crie empatia em nós. A atuação parece querer passar ao telespectador como ele se sente em relação – principalmente – à mãe, já que parecem dois estranhos em cena e, as memórias de criança, há muito tempo enterradas, fazem com que a insatisfação por estar de volta àquele cenário só cresça.


Outra coisa que vale a pena dizer, é que não há
sustos premeditados. Tirando a estranha reação das crianças e de alguns
adultos, a trilha sonora é quase nula e não dita os momentos de terror.
Diferente dos filmes e séries atuais, o som é englobado em cena, como
se ele sempre estivesse ali, dando uma profundidade e contribuindo para
que o nosso subconsciente faça todo o trabalho. Nada acontece à noite,
ou em uma rua deserta e muito menos no escuro. Tudo acontece basicamente à luz do sol, o que é outro ponto a ser destacado em uma série de
terror. Já que o que realmente incomoda é aquilo que não vemos!



E
esse é o básico que você precisa entender ao começar a ver a série, vou
parar por aqui, para não dar spoilers , mas se minha humilde
opinião vale de algo, então tudo o que eu tenho a dizer é: assistam! 


Título Original: Channel Zero: Candle Cove


Direção: Craig Macneill

Episódios: 6

Duração: 44 minutos

Elenco: Fiona Shaw, Natalie Brown, Paul Schneider, Shaun Benson
Sinopse: Na primeira temporada de “Channel Zero”, um psicólogo infantil volta para a pequena cidade de Iron Hill, onde quando era menor, testemunhou o desaparecimento de seu irmão gêmeo, juntamente com mais quatro crianças. Agora adulto, ele retorna à cidade para investigar o que realmente aconteceu. No entanto, ele enfrenta a resistência de sua mãe Marla (Fiona Shaw), agora uma viúva que não deseja relembrar o passado. A situação se complica quando mais crianças começam a desaparecer.
Trailer: 
 

Assistam e me contem o que acharam! 🙂



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