Especial de Natal: Cartão de Natal (2018, de Ernie Barbarash)

Natal e cidades pequenas são duas coisas incríveis que, quando juntas, conseguem ser melhores ainda. Sem querer tirar o crédito das cidades grandes, mas o clima aconchegante e familiar vem mesmo é das pequenas. Felizmente, esse ano, a Netflix nos proporcionou poder ver um filme super delicioso que traz essas duas coisas. É mesmo para morrer de amores!

Cartão de Natal nos contará a história de uma garota super rica, Ellen Langford, que está prestes a herdar o negócio milionário de seu pai, Jim Langford. A garota se envolve num pequeno escândalo, o que faz seu pai ficar apreensivo em deixar o negócio em suas mãos, já que vem se mostrando imatura demais para tanta responsabilidade. Sendo assim, antes de passar o cargo à filha, ele dá à ela uma missão: ir à sua cidade natal, Snow Falls, qual ela nunca conhecera, para entregar um cartão de Natal ao especial ex-parceiro do pai, ”tio Zeke”.

Junto com a missão vieram algumas condições: Ellen tinha que entregar o cartão nas mãos do tio Zeke; tinha que se virar nos dias que fossem necessários passar lá, com apenas 100 dólares; e não podia contar a ninguém que era filha do tão famoso Jim Langford, para não ganhar tratamento especial, pois a condição de se virar com pouco dinheiro era a mais importante, para saber dar valor as coisas.

Assistir uma garota mimada de cidade grande dando um showzinho de futilidade numa cidade pequena onde, em sua opinião, só tem gente ”matuta”, pode ser bastante engraçado ou insuportável, depende muito da sua personalidade ou senso de humor. Particularmente, eu achei insuportável e quase desisti de assistir o filme achando que ele seria o tempo todo assim, mas resolvi dar uma chance e, adivinhem, não me arrependi! Valeu a pena!

No momento em que acaba o dinheiro de Ellen, que ainda não conseguiu encontrar o tio Zeke, ela precisa dar seu jeito para continuar hospedada no local, pois não passa pela sua cabeça voltar para casa sem concluir o que fora fazer. Decepcionar ao pai e a si própria não era uma opção. Logo, para pagar sua estadia, ela começou a prestar serviços no hotel em que estava hospedada, num café da cidadezinha e ajudando nos serviços comunitários da cidade.  

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Eu, que sou de uma cidade pequena e carrego esse espírito das “pessoas matutas”, achei muito lindo ver uma pessoa aparentemente fútil e mimada da metrópole descobrindo, no interior, o valor da vida, das coisas e das pessoas; e com essa nova visão de mundo, conseguir olhar pra própria vida reavaliando o significado e importância das atitudes e pessoas que veio semeando até o momento, deixando para lá tudo aquilo que viu que podia diminuir seu novo espírito. Assim como é lindo demais ver que, independente de quem você seja e como seja, as pessoas interioranas estão bem longe de querer julgar alguém; eles veem as pessoas como pessoas, enxergam e enaltecem o melhor que cada um pode oferecer e seguem assim, distribuindo carinho, solidariedade e muito aprendizado.


Eliza Taylor como Ellen Langford conseguiu cumprir com o papel de garota mimada para a garota responsável e amável numa metamorfose tão sutil que, no início você começa a detestando e, quando menos esperar e praticamente sem perceber, estará lá, torcendo e se emocionando por ela. Eliza, junto com Jake Lacy, no papel de Jake Collins, conseguem dar a química que um bom casalzinho de filme clichê merece. Aliás, Jake está incrível fazendo o papel de galã do interior, aquele homem super bondoso com tudo e todos mas que, infelizmente, tem certos bloqueios por conta de um antigo relacionamento. Os dois são os que mais roubam as cenas, mas além deles, todos os demais cumprem maravilhosamente com seus papéis, quase nos fazendo acreditar que estamos mesmo dentro de uma comunidade completamente querida e solidária. E o tio Zeke, interpretado por Anthony Sherwood, aaah!, esse vem só pra te fazer chorar!!!

A produção do filme é toda linda, afinal, com tanta neve, frio, lareiras, decoração de natal, boa trilha sonora, figurinos, fotografia, como não ser??? E não só isso, a história é muito bem construída, faz sentido, é próxima da realidade e não deixa lacunas, que é algo que pode irritar um pouco quando ocorre em filmes mais simplistas, como esse.


Cartão de Natal é uma ótima opção para assistir nessa data super linda, que por mais que não se acredite no que tem por trás do significado do Natal, não tem como negar que a sensação de aconchego e acolhimento é real. E assistir um filme que mostra o bem que essa época do ano pode trazer às pessoas é incrivelmente mágico, chegando ao ponto de nos perguntarmos: estamos sendo bons o suficiente para nós, para o próximo e para o mundo?


Título Original: Christmas Inheritance

Direção: Ernie Barbarash

Elenco: Eliza Taylor, Jake Lacy, Andie MacDowell, Joanna Douglas, Mag Ruffman, Lori Hallier, Neil Crone, Anthony Sherwood, Bill Lake, Michael Xavier e mais.

Sinopse: Um pai envia sua filha à cidade natal com o intuito de fazê-la aprender com a cidade pequena e amadurecer um pouco mais antes de torná-la dona de seu negócio milionário. Um tanto relutante à ideia, mas empolgada também, Ellen viaja à Snow Falls e acaba por descobrir muito mais que o valor das coisas e pessoas, como também, o amor.

Trailer:


Obrigada pela leitura, espero que tenha gostado da indicação!
Feliz Natal!

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