Crítica: Era Uma Vez Um Deadpool (2018, de David Leitch)


Alguns meses depois da
estreia de Deadpool 2,
eis que somos surpreendidos com o anúncio do lançamento de mais uma filme da
franquia nos cinemas: Era
uma Vez um Deadpool
. Mas o que realmente seria esse filme? Uma readaptação?
Uma continuação? Um especial de Natal da 
Netflix? Nenhuma das opções acima. Segundo
fontes oficiais, o longa é “uma versão conto de fadas” de Deadpool
2
. Ou seja, uma versão mais branda e indicada para o público infantil. Uma
reimaginação “infantilizada” daquilo que foi o segundo filme do herói
desbocado.
A proposta até seria boa se ela realmente fosse botada em
prática. Não existe uma “versão conto de fadas” de Deadpool.
Não existe nenhuma repaginação radical ou uma reimaginação daquele
universo. Era Uma vez um Deadpool é só uma versão censurada e
mal editada do segundo longa, uma obra OPORTUNISTA que quer ganhar dinheiro
fácil vendendo uma ideia que não se sustenta.

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As novas cenas são com Wade Wilson contando o longa para o ator
Fred Savage, que está preso em um quarto – que é a reprodução fiel do cenário
de seu personagem em 
A Princesa Prometida –  e é obrigado
a ouvir e interagir com a história que está sendo contada. No decorrer do filme
acontecem algumas interrupções para que Fred e Wade apareçam debatendo,
discutindo e até sacaneando a própria trama. São os melhores momentos do filme.
E só. 
Deadpool 2 já foi bem inferior ao seu longa original e
essa versão requentada só piora as coisas.
Muitas cenas são
retiradas. A sequência de luta inicial, a abertura ao som de Celine Dion (…)
De acordo com a Fox, oito cenas foram gravadas exclusivamente para a nova
versão, que tem 
apenas três minutos a
menos do que o corte original de Deadpool 2
Apesar do sucesso mundial (os dois filmes geraram cerca de US$
1,520 bilhão nas bilheterias), o conteúdo adulto e as piadas explícitas
impediam que o filme entrasse em cartaz na China, o segundo maior mercado
mundial.  Com a sequência, a tentativa foi melhor sucedida. E assim
concluímos quais eram as reais intenções desse projeto. 
Era Uma Vez não
é uma versão para crianças. Até porque o filme continua tendo piadas pesadas e
referências que nenhuma criança iria entender. Qual criança sacaria a
referência de Fred Savage em 
A Princesa Prometida, um filme da
década de 80? Aliás, que criança conheceria Fred Savage?  

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A iniciativa da FOX em doar um dólar a cada ingresso vendido
para a instituição Fuck Cancer é bem positiva e serve para camuflar um pouco as
reais intenções capitalistas desse filme, que é um verdadeiro caça-níquel. A
proposta seria bem aceita se fosse um lançamento especial em blu-ray, um
especial  de natal da 
Netflix ou uma
sessão especial para o fãs, mas empurrar esse filme no circuito comercial já é
um pouco demais. Especialmente em uma época em que o espaço de tela é bem
discutido e disputado principalmente pelo conteúdo brasileiro e por pequenas
produções. Os blockbusters americanos costumam dominar mais de 50% das telas
dos cinemas brasileiros. Querer relançar Deadpool – meses após
a sua estreia – sem uma desculpa realmente plausível só pode ser encarado como
oportunismo barato. E não adianta colocar uma homenagem – muito fofa – para
Stan Lee no final da projeção; o filme continua sendo oportunista.


Título Original: Once Upon a Deadpool.


Direção: David Leitch.

Elenco: Ryan Reynolds, Fred Savage, Josh Brolin.


Sinopse: Versão de Deadpool 2 destinada para menores, o filme traz Wade Wilson (Ryan Reynolds) lendo suas grandes aventuras para Fred Savage.

TRAILER:
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