Crítica: Biutiful (2010, de Alejandro González Inãrritu)


Após sua aclamada trilogia de filmes composta por Amores Brutos (2000), 21 Gramas (2003) e Babel (2006), Iñárritu faz seu retorno com Biutiful (2010). Aqui se faz presente uma nova linha de narrativa para o diretor, deixando de ser histórias paralelas de múltiplos personagens, para uma linear e de um único protagonista.
O longa conta a história de Uxbal, um médium, pai de dois filhos e possuidor de suas guardas, devido à instabilidade de sua ex-mulher. Coordenador de diversos negócios ilícitos pela cidade, possui um recém descoberto câncer terminal que lhe dará apenas mais alguns meses de vida.

Iñárritu retoma sua parceria com o diretor de fotografia Rodrigo Prieto, que entrega um excelente trabalho e através dela é possível perceber toda a atmosfera que cerca a vida de Uxbal. Atmosfera essa, criada com uma grande combinação da percepção visual com a sonora, responsável por Gustavo Santaolalla. Ele apresenta um trabalho delicado de trilha e efeitos como um simples tic-tac de um relógio ou um batimento cardíaco nos momentos certos.

O filme contém grandes nomes em seu elenco, mas o destaque vai para Javier Bardem. Sua majestosa atuação e seu personagem complexo renderam a ele o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Ele consegue representar e evoluir seu personagem de acordo com a evolução da própria trama. A busca por redenção é bem explorada e interpretada, além de bastante significativa.

Biutiful não é o melhor trabalho de Iñarritu, mas não deixa a desejar e apresenta mais uma grande obra para a sua filmografia. A trama e suas questões abordadas, interpretações e qualidades técnicas são garantia de um grande filme. Um filme desconfortável, mas com conteúdos necessários e atuais, como a situação de imigrantes em diversos países.

Título Original: Biutiful

Direção: Alejandro González Iñarritu

Elenco: Javier Bardem, Maricel Álvarez, Eduard Fernández, Rubén Ochandiano.

Sinopse: Uxbal (Javier Bardem) coordena vários negócios ilícitos, que incluem a venda de produtos nas ruas da cidade e a negociação do trabalho de um grupo de chineses, cujo custo é bem menor por não serem legalizados e viverem em condições precárias. Além disto, ele possui o dom de falar com os mortos e usa esta habilidade para cobrar das pessoas que desejam saber mais sobre seus entes que partiram há pouco tempo. Uxbal precisa conciliar sua agitada vida com o papel de pai de dois filhos, já que a mãe deles, Marambra (Maricel Álvarez), é instável. Até que, após sentir fortes dores por semanas, ele resolve ir ao hospital. Lá descobre que está com câncer e que tem poucos meses de vida.

Trailer:
Concorda com a crítica?
Nos diga o que achou e não deixe de nos seguir nas redes sociais!

Deixe uma resposta