Crítica: Rita 1ª a 4ª Temporada (2012-2017, de Christian Torpe)

Sabe quando você está procurando algo novo, diferente, leve, mas que ao mesmo tempo te instigue, para assistir? Pois é, outro dia, órfão do final de algumas séries que estava acompanhando, uma amiga me indicou Rita. Na hora pensei: “Nossa. Nem sequer ouvi falar. Será que tem mesmo na Netflix?“. Não deveria ser nenhuma surpresa, mas, o catálogo da Netflix é realmente bastante surpreendente e abrangente, e bem maior do que aqueles 10-15 títulos que aparecem em cada gênero.

Rita é uma série dinamarquesa que conta o dia a dia de uma professora de ensino fundamental de uma escola pública, e da escola em si. Rita é uma mulher independente, mãe de 3 filhos e que é adorada unanimemente por seus alunos (colocando muitas vezes sua ética em risco), mas, não podemos dizer o mesmo com seus relacionamentos interpessoais.


A série é um verdadeiro deleite aos simpatizantes de maratonar conteúdos. São 4 temporadas com 8 episódios e cada um deles com uma média de 40 minutos. No entanto, não se engane, o fato da série ter uma duração relativamente curta não quer dizer que ela não tenha um conteúdo interessante ou dinâmico, muito pelo contrário. Podemos atribuir à abordagem da narrativa dinamarquesa a esses episódios relativamente curtos. Eles não enrolam o espectador, criando e resolvendo conflitos com uma rapidez que soa com uma naturalidade assustadora, mas que faz todo sentido.

O que a série tem de melhor, sem dúvida, é Rita, vivida por Mille Dinesen, uma personagem com diversas camadas. Parece uma mãe egoísta, mas com lapsos de cuidado, uma professora daquelas que adoraríamos ter tido em nossa formação, uma mulher que usa o sexo para se satisfazer mas fugindo de relacionamentos, uma pessoa de uma sinceridade afiada e que divide opiniões. Rita é a pessoa que decidiu ser aquilo que queria ser, sem mudar de ideia no meio do caminho ou suavizar suas características em prol da boa convivência em sociedade.


E o mais incrível é que não para por aí. A série conta com personagens coadjuvantes tão cativantes quanto a própria Rita. Hjordis (Lise Baastrup), para citar um exemplo, é uma das personagens que mais causa comoção e fez tanto sucesso, que teve seu spin-off (apenas 4 episódios), provando como estes atores funcionam bem juntos. Os coadjuvantes, inclusive, são destacados, tanto quanto a própria Rita, por um trabalho simples, mas extremamente cuidadoso de fotografia, direção de arte e figurino, que exaltam a personalidade destes. Inclusive a conclusão da série se dá pelo figurino e é incrível.

Claro que nem tudo são flores. Como a série deve ser de um orçamento bastante limitado, a montagem talvez tenha sido a parte mais prejudicada. Como algumas tomadas são bastante repetidas, como, por exemplo, momentos onde os professores estão chegando na escola ou andando nos corredores no começo dos episódios, provavelmente foram gravadas em lotes, e com isso, algumas vezes uma cena começa com um figurino e termina com outro.


As 4 temporadas são fantásticas e é difícil destacar notas individuais para elas, tamanha a continuidade natural que ocorre, portanto a crítica aqui é única. Rita é uma série sobre autoconhecimento, relações interpessoais, política (e é interessante perceber como mesmo na Dinamarca, problemas com Educação lembram os desafios que temos por aqui), reencontro com o passado, perdão entre outras diversas subtramas que permeiam as temporadas.

Se estava buscando uma série diferente, com um elenco de primeira e uma protagonista acima da média, Rita pode te surpreender.

Título Original: Rita
Criador: Christian Torpe

Elenco: Mille Dinesen, Carsten Bjornlund, Ellen Hillingso, Lise Baastrup, Nikolaj Groth, Morten Vang Simonsen, Sara Hjort Ditevsen, Charlotte Munck e outros.
Sinopse: Todos os alunos sonham em ter como professora a simpática Rita Madsen (Mille Dinesen), uma mulher de personalidade forte e com talento especial para sua profissão. No entanto, fora da sala de aula a vida dessa professora é um completo desastre.

Trailer:


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