Crítica: Tal Pai, Tal Filha (2018, Lauren Miller)



Não é novidade para ninguém que a cada dia que se passa, a Netflix vem recheando seu lar de conteúdo original; às vezes bom, às vezes ruim. O filme em questão é dirigido por Lauren Miller, que aparentemente é nova no ramo, sem trabalhos muito conhecidos, e ela consegue fazer Tal Pai, Tal Filha beber da fonte do “bom”, felizmente! É uma comédia leve, que faz rir e que possui certa carga dramática, caso se tenha identificação com a história, por parte do telespectador. Cumpre o que promete e talvez até um pouquinho mais! 

O filme contará a história de Rachel, uma jovem executiva que já conquistou muita coisa em sua vida profissional por consequência do seu vício no trabalho; isso é ótimo, mas até certo ponto. Por não conseguir deixar o trabalho de lado até mesmo no dia do seu casamento, o seu futuro marido decide repensar se vai ou não trocar os votos com ela, mas faz isso quando está prestes a dizer “sim”; e (in)felizmente ela é deixada no altar pelo noivo. 


Para deixar ainda mais conturbada essa confusão toda, o pai de Rachel resolve aparecer no dia do casamento, mas por ser outro viciado em trabalho acabou abandonando a família quando Rachel tinha 5 anos, pois achava que a família atrapalhava a vida profissional e via que as duas estavam melhores sem ele. Arrependido dessa atitude do passado, ele acha que um evento festivo e feliz é um bom momento para aparecer. 

O aparecimento do pai num momento tão repentino e sem explicações mexe mais com ela do que o fracasso do casamento, e isso é um gancho para uma história de reconciliação muito bonita – e engraçada – que começa a se desenrolar quando Rachel, após beber uns drinks com o pai, decide ir para a sua viagem de lua-de-mel acompanhada dele. Em meio a xingamentos e abraços, Rachel vai percebendo o quanto tem do pai em si mesma, e vai tornando-se mais flexível. 


Por vezes, a forma que a personagem de Rachel foi desenvolvida irrita demais, mas de maneira alguma isso foi um erro de construção, pelo contrário, temos nela uma boa ilustração de uma pessoa viciada em trabalho e o quanto esse exagero pode afetar e prejudicar suas relações. Na viagem de lua-de-mel, quando a personagem não sai do celular um minuto para curtir e aproveitar os lugares e pessoas, também é uma boa ”crítica” da sociedade atual, que não sabe mais olhar as coisas ao redor sem que seja pelo visor da câmera do seu celular.


Tal Pai, Tal Filha vem de mansinho como quem não quer nada, mas acaba sendo uma grande surpresa, e tem esse resultado devido a todo o conjunto da obra, desde a parte de direção e roteiro, que conseguiu ser bastante original visto a tanta coisa ”mais do mesmo” que comumente nos vem sendo entregue. Destaca-se também o elenco, que teve boa contribuição de todos os atores e atrizes, mas quem tem destaque especial são os nossos protagonistas, Kristen Bell, como a filha, e Kelsey Grammer, como o pai, que de forma alguma levaram o filme sozinhos, mas que com tamanho carisma, conseguiram conduzir a trama para onde ela precisava ir. 




Título Original: Like Father

Direção: Lauren Miller

Elenco: Kristen Bell, Kelsey Grammer, Seth Rogen, Zach Appelman, Lenny Jacobson, Kimiko Glenn, Brett Gelman, Jon Foster e mais.

Sinopse: Uma jovem executiva (Kristen Bell) viciada no trabalho é deixada no altar pelo seu noivo. Ela resolve ir na viagem de lua-de-mel mesmo assim, mas acompanhada pela última pessoa que ela pensaria ir – seu pai (Kelsey Grammer), também viciado em trabalho, que abandonou sua mãe quando ela tinha 5 anos pois achava que sua família atrapalhava a carreira profissional.

Trailer:

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