Crítica: Todo Dia (2018, de Michael Sucsy)

“Quase todo mundo sabe que o primeiro não é o último amor”.

Invariavelmente, quando vamos crescendo, já nos deparamos com alguns pensamentos que refletem esta frase, como: “Por onde anda meu primeiro amor?”, “Como seria minha vida hoje se ainda eu estivesse com o (a) @?”, “Será que eu teria trilhado o mesmo caminho se estivesse com ele (a)?”.

Nunca saberemos dessas respostas mas, o que com certeza já pensamos como resposta para não estarmos mais com aquele grande amor é que simplesmente nós mudamos.

Alguns filmes retratam com maestria estas mudanças que ocorrem principalmente em nossa adolescência, como os recentes Lady Bird: É Hora de Voar e Me Chame Pelo seu Nome, até clássicos como O Clube dos CincoQuando comparamos o novo Todo Dia com estes outros títulos, fica claro que não estamos falando de um filme com a mesma qualidade narrativa que estes, mas, ainda sim, extremamente bem intencionado.


Partindo de uma ideia que poderia sim ser muito mais bem trabalhada, o filme conta a história de uma alma que se auto nomeia como A., que a cada dia desperta em uma pessoa diferente, e em uma dessas passagens, se apaixona por Rhiannon (Angourie Rice de O Estranho que nós Amamos).

O primeiro pensamento, ainda na sala de projeção, como não poderia deixar de ser diferente, é de o amor enquanto encontro de almas. E essa sacada é bastante genial, para entendermos que até quando o amor é um puro e verdadeiro encontro de almas, existe uma dificuldade grande em fazê-lo crescer.

Infelizmente alguns temas importantes da trama não são trabalhados, mas o filme nos convida a pensar sobre tantos aspectos, que isso não necessariamente se torna um problema. Acredito até que pelo público alvo que o filme quer tocar, isso possa ter sido proposital.


Existe um outro grave problema que qualquer obra que tivesse essa pretensão enfrentaria que é a de criar unidade na identidade de A. O fato de a cada dia habitar um corpo diferente, faz com que Angourie Rice seja a verdadeira responsável por conectar o público com A., deixando todos os demais atores como de fato meros coadjuvantes.

Trata-se de um filme leve e sem grandes pretensões, mas, com uma mensagem profunda e que a cada vez em que você pensar nele, lembrará de mais pontos a serem discutidos. A música This Is The Day cai como uma luva no filme, e cria até uma certa nostalgia.

Título Original: Every day
Direção: Michael Sucsy
Elenco: Angourie Rice, Justice Smith, Owen Teague, Maria Bello, Debby Ryan, Lucas Jade Zumman, Jacob Batalon e Colin Ford
Sinopse: Baseado no aclamado best-seller do The New York Times de David Levithan, “Todo Dia” conta a história de Rhiannon, uma garota de 16 anos que se apaixona por uma alma misteriosa chamada “A” que habita um corpo diferente todos os dias. Sentindo uma conexão incomparável, Rhiannon e A trabalham todos os dias para encontrar um ao outro, sem saber o que ou quem o próximo dia irá reservar. Quanto mais os dois se apaixonam, mais as realidades de amar alguém que é uma pessoa diferente a cada 24 horas afeta eles, levando o casal a enfrentar a decisão mais difícil que eles já tiveram que tomar.

Trailer:

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