Crítica: The Blacklist – 5ª Temporada (2017-2018, de Bill Roe)

Mais um ano passou e The Blacklist não decepciona os fãs. A lista negra de Raymond Reddington (James Spader) parece não ter fim, mas apesar da aparente repetição de roteiro, a série ainda consegue envolver o espectador em suas tramas que vão muito além dos casos. Esse ano em especial, a narrativa muda completamente em apenas oito episódios: o mundo cor de rosa pintando no começo acaba, quando Elizabeth (Megan Boone) precisa lidar com uma grande perda. Perda essa que, de certa forma, chocou também os fãs, que não esperavam uma morte tão precoce e inesperada. Porque se tem uma coisa que aprendemos a ter fé, é nesses personagens, que mesmo com sequestros, tiros, e toda a sorte de bandidos, sempre saem vivos dos episódios. Mas as coisas mudaram um pouco. E não foi ruim. Apesar da tristeza, a história ganhou um novo gás e vimos mais um lado de Liz, que parece estar em seu lugar mais sombrio. Se você gostou dela nas temporadas anteriores, talvez venha a gostar dessa Elizabeth que se entregou ao “lado negro”.

Confesso que a Elizabeth, de Megan Boone, me entediava um pouco, porém a atriz conseguiu elevar a personagem na narrativa de maneira sutil e eficiente. A doce e insegura Elizabeth da primeira temporada não existe mais, e deu lugar a uma pessoa mais densa e difícil de entender, às vezes. Sua química com James Spader é inegável, e o pilar da série continua a mostrar a que veio desde o princípio, e apesar de ser o vilão mais procurado do FBI, é inegável sua simpatia e carisma em tela. Em vários momentos somos lembrados do que ele é capaz e, por vezes, sentimos um frio na espinha ao ver o homem por trás do sorriso. E acredito que isso é o grande forte da série. Raymond Reddington é um ser humano capaz de fazer as piores coisas imagináveis, mas ao mesmo tempo se mostra um homem bom. Diferente dos outros personagens que conseguimos distinguir com perfeição onde a moralidade começa e até onde o limite pode ou não ser cruzado; Raymond vem para mostrar que não há limites naquilo que se deseja ou para os meios de alcançá-los.


E essas nuances entre o bem e mal parecem mover os personagens este ano. Elizabeth indo cada vez mais fundo na sua busca por justiça, o que justifica qualquer coisa que ela venha a fazer de ilegal – e que não é pouco – me fez pensar se essa atitude é única e exclusivamente por ela ter tido Reddington em sua vida. Outro personagem, que antes podia ser usado como exemplo do bom e correto policial, onde tudo se resumia em preto e branco, esse ano, passa a ver as coisas mais cinzas, Donald Ressler (Diego Klattenhoff), que já chegou a caçar Elizabeth por seus supostos crimes em temporadas passadas, agora se vê no meio de uma situação controversa, onde passa a entender que pessoas consideradas boas também são capazes de atos ruins. Ele se torna o exemplo vivo disso, o que aparentemente, modifica suas ações nos últimos episódios.

Mesmo com alguns episódios insossos no começo da temporada, já que Elizabeth está cuidando dos seus próprios problemas, descobrimos no meio de sua caçada pessoal não só o dedo, mas um braço inteiro de Raymond no mistério que cerca a história. Vimos que, mesmo se importando com Elizabeth, ele não dará o braço a torcer e muito menos deixará ela levar a melhor na sua busca por respostas. Elizabeth se torna aquilo que, provavelmente, Raymond jamais esperou dela, sua rival. Claro que é tudo muito sutil e a grande cartada é dada somente nos últimos episódios, mas, parando para pensar, tudo que aconteceu até aqui, culminou na sua guinada como personagem e principalmente, na forma como Elizabeth lida com seu pai. Nada é realmente o que parece e ISSO é o que tornou essa temporada a melhor e, provavelmente, a mais interessante até aqui. Tudo o que vocês assistiram até hoje, meus amigos, vai cair por terra nesse ano. O grande segredo de Raymond, que ele tanto lutou para manter, é o grande ‘xis’ da questão. Na temporada passada, Mr. Kaplan, que descanse em paz, deu a vida para que esse segredo viesse à tona. Não só ela, mas como muitos outros personagens ao longo dos anos, tentaram de alguma forma usar essa informação contra Raymond e todos morreram no processo. Porém, nada nos preparou para essa imensa reviravolta, onde, aparentemente, o inimigo, na verdade, se tornou um amigo em comum.


Temos perdas, tanto pessoais, como de confiança e literalmente de pessoas. Temos personagens mostrando outras facetas, muito mais fortes, determinados e por que não dizer, indisciplinados. Relações sendo construídas na surdina e outras sendo destruídas. Todos os episódios de alguma forma se encaixam e sem mais delongas, só tenho a dizer que o final foi chocante e um tanto inquietante. Haja paciência agora para esperar a próxima temporada e ver o desfecho desse gancho.


Título Original: The Blacklist

Direção: Bill Roe

Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff, Ryan Eggold, Hisham Tawfiq, Harry Lennix, Amir Arison, Mozhan Marno

Sinopse: O criminoso mais procurado do mundo, de repente, se entrega e se oferece para delatar aqueles com quem já trabalhou, inclusive um terrorista que todos achavam estar morto. Mas tem um pequeno detalhe: ele só fará isso, se trabalhar com uma agente novata do FBI, alguém com quem aparentemente ele não tem nenhuma ligação.

Trailer: 
E vocês? O que acharam da série?

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