Crítica: Oito Mulheres e Um Segredo (2018, de Gary Ross)

Agora é a vez delas! Partindo da trilogia de grande sucesso Onze Homens e Um Segredo, o spin-off Oito Mulheres e Um Segredo reafirma o poderio feminino em um mundo pouco explorado, para ratificar as mudanças que vivemos no mundo. De fato, o filme pode não conter o brilho da película original, contudo consegue seguir bem nivelado, até relembrando certos lapsos  e remetendo ao lado nostálgico para os fãs, mesclando o que há de melhor para equilibrar as ações presentes dentro da cômica aventura aqui imposta.

Debbie Ocean (Sandra Bullock) se aventura em mais um crime depois de arquitetá-lo durante seus cinco anos, oito meses e doze dias presa, e não foge do arquétipo vindouro de seu irmão, Danny Ocean (George Clooney). Com o auxílio de sua fiel escudeira, Lou (Cate Blanchett), ambas começam a “caça para o bonde”, recrutando as “amigas” para realizar o roubo de um colar de diamantes valioso, avaliado em 150 milhões de dólares, durante o evento Met Gala, em Nova York. Assim, a equipe começa a ser formada por Nine Ball (Rihanna), a melhor hacker em alto potencial disponível no mercado, Rose Well (Helena Bonham Carter), designer de moda que vive em queda dentro de sua área, Amita (Mindy Kaling), que é especialista em comprar e avaliar jóias, Tammy (Sarah Paulson), receptadora de produtos já aposentada (após conseguir construir uma família) e Constance (Awkwafina), a “mão leve”  jovem e rebelde do grupo. Não esquecendo de  Daphne Kluger (Anne Hathaway), a mais “inocente” de toda a trama.



Além da diferença numérica da equipe para o outro filme, a trama tem o ar mais leve, trazendo um ótimo relevo de idéias do diretor Gary Ross, dando a pitada certa para aguçar a química das atrizes; Sandra Bullock e Cate Blanchett são a personificação disso. As duas estão altamente envolvidas e sempre conectadas uma com a outra para a história não cair em um marasmo de ser “mais um filme masculino trazendo mulheres no papel”, mas destacando Debbie como uma líder confiante de si. O restante do elenco é bem apresentando em seu tempo de tela, sem a necessidade de aprofundamento maior. Para engrenar, as necessidades de cada uma são presenciais e o diretor soube trabalhar bem as características de todas, focando mais em algumas personagens, como a de Rihanna, que podemos dizer que interpreta seu estilo próprio no filme, um dos grandes acertos, e de Helena, que transcende todo aquele nervosismo e ansiedade do golpe apresentado. Anne Hathaway faz mais do mesmo de outros personagens que já fizera, colocando-se em uma zona de conforto. A grata surpresa da trama é Awkwafina, que está excelente em seu papel e agradando com o seu jeito despojado, sendo a mais bem humorada do grupo.




Não espere um ritmo alucinante, Oito Mulheres e Um Segredo segue o compasso do que a premissa se pede, sem perder o foco ou algo aleatório que seja introduzido. As pontas soltas servem para aliviar o substancial da trama, dando um glamour a mais. A direção de Gary Ross é simples, com uma execução exuberante entre os seus atos, divulgando os detalhes do roubo até o plano ser posto em prática, gerando uma alta expectativa para a grande entonação do “gran finale“, que surpreende mesmo depois do excelente cliffhanger, uma grande sacada do diretor. A medida que vai passando, vemos introduções de personagens da trama original, que não irei mencionar, e a assinatura do diretor com tomadas e cortes que remetem à direção de Steven Sodebergh, com certos enfoques e enquadramentos, mas nunca deixando de ser original nas suas decisões.

O clímax da história não é tão ousado como foi arquitetado. Por mais que seja interessante a forma de agir, o roubo da joia segue à risca o planejamento, sem oferecer nenhum tipo de improvisação extrema, mas apresenta o ápice do serviço das atrizes na execução. O único buraco que o roteiro pode ter deixado é exatamente nas “piadocas” soltas; o que era para gerar uma reação do público, foi pecaminoso na projeção, mas nada que alfinete o andar do filme.

Oito Mulheres e Um Segredo consegue implementar uma nova roupagem da franquia original de sucesso, seguindo a linha de raciocínio do primeiro. Gary Ross impôs o seu padrão que vai calibrar as futuras obras que podem vir e, logicamente, a aparição de novos personagens femininos para a trama. O material podia ter um pouco mais de arrisque, porém o filme se trata do inédito e isso é uma forma generosa de boas idéias. Essa é a fórmula para ser seguida e não deixar a “peteca” cair. 

Título Original: Ocean’s Eight

Direção: Gary Ross

Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Helena Bonham Carther, Anne Hathaway, Rihanna, Sara Paulson, Awkwafina, Mindy Kaling e Richard Armitage

Sinopse: Recém-saída da prisão, Debbie Ocean (Sandra Bullock) planeja executar o assalto do século em pleno Met Gala, em Nova York, com o apoio de Lou (Cate Blanchett), Nine Ball (Rihanna), Amita (Mindy Kaling), Constance (Awkwafina), Rose (Helena Bonham Carter), Daphne Kluger (Anne Hathaway) e Tammy (Sarah Paulson).

TRAILER:



E você, é fã da franquia original? Comente e não de assistir o filme e de navegar em nossas redes sociais!

1 thoughts on “Crítica: Oito Mulheres e Um Segredo (2018, de Gary Ross)”

  1. Adorei! Oito mulheres e um segredo manteve o nível da franquia a apresentou um novo leque de possibilidades para sequencias. Sarah Paulson fez um excelente trabalho no filme, sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerada uma grande atriz, desfrutei do seu talento neste filme The Post faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador.

Deixe uma resposta