Crítica: Jurassic World: Reino Ameaçado (2018, de Juan Antonio Bayona)



Jurassic World: Reino Ameaçado é o quinto filme de uma das maiores e mais lembradas franquias do cinema, tendo faturado 3 Óscars, e mais de $3.5 bilhões de dólares no mundo inteiro. Sem falar em toda uma gama de fãs e cinéfilos que são fascinados por uma franquia tão inovadora em sua época de lançamento, como também ter como pai Steven Spielberg, um dos maiores cineastas já existentes.


Nesse novo filme, a história é centrada na dúvida de salvar ou não os dinossauros da extinção, já que a ilha em que os mesmos vivem será consumida pela erupção de um vulcão. Nisso, Claire (Bryce Dallas Howard), decidida a voltar para a ilha, convoca Owen (Chris Pratt) para resgatar os animais, desencadeando uma série de acontecimentos e reviravoltas sobre a vida dos bichos.

Antes de entrarmos na sessão já sabemos que o filme tem como objetivo principal entreter o espectador, até porque, é uma franquia que faz isso desde o seu lançamento. Mas, na franquia Jurassic Park/World as coisas são um pouco diferentes; esse “entretenimento” – sendo proporcionado à grande gama do público, já que todos os filmes são blockbusters – tem como base o suspense e tensão, que foi a peça principal para gerar o destaque da mesma em meio ao mercado hollywoodiano de 1990. 

Apesar do equilíbrio entre essas duas bases parecer fácil, não é uma tarefa tão simples assim, principalmente quando o filme tenta se levar a sério, e que, infelizmente – apesar dos alívios cômicos proporcionados por seus protagonistas –, é o que acontece nesse novo longa.

Na maioria dos filmes, o papel de antagonista é necessário, principalmente quando se tem o papel de herói no roteiro. Ter um antagonista cruel e maléfico nem sempre é a melhor solução, tal recurso que encontramos no primeiro Jurassic World, que apesar de o vilão ter sido cruel, não passava de um animal guiado pelo seu próprio instinto que veio de uma criação extremamente bruta. Embora esse novo filme tenha como principal antagonista um vulcão em erupção, obviamente algo a mais teria que acontecer para ao menos existir a hipótese da continuação de uma franquia tão poderosa como essa. E acontece, porém envolto de uma má construção de personagem, pouco tempo em tela, o que gera péssimas conclusões de motivação, e o pior, que vai de encontro direto da principal joia dessa franquia, uma crueldade e suspense sem a menor ideia de entreter. 

Muitas das motivações e acontecimentos envoltos da peça vilanesca principal do filme são totalmente desligados de todo o resto do filme. Em um momento temos os protagonistas correndo para salvar a si mesmos, em outro, temos um vilão que por motivo nenhum resolve se mostrar mal e ruim. Quebrando não só o tom do filme, como gerando uma sensação de interrupção. Os melhores momentos do filme são quando não há essa presença vilanesca, porque não tem o que se há de melhor, o entretenimento.
E essa é a falha principal do filme, que particularmente não se preocupa em ter diálogos complexos, qualidades técnicas absurdas, ou uma direção jamais vista, logo, não tem porque ficar olhando para esses pontos, mas quando o ponto principal é divertir e não diverte, principalmente por se levar a sério demais, acaba gerando uma decepção e aquela velha sensação de: “será que falta muito tempo pra esse filme terminar?”. 

De resto – e felizmente –, só há coisas boas. Os 5 protagonistas estão ótimos, Chris Pratt dá uma ótima quebra de tom, sabendo não só ser o alívio cômico como herói principal; Bryce Dallas Howard sabe domar seu tempo em tela, proporcionando medo, precaução e dúvida; e Isabella Sermon, que tem como papel principal ser uma criança com medo, mas que acaba carregando muito bem uma certa tensão inserida em seu personagem. Além do filme ter um ótimo som, trilha sonora presente, ótimos efeitos especiais e uma bela cinematografia. 

Por fim, Jurassic World: Reino Ameaçado é um filme que traz ótimas cenas de ação, aventura, tensão e suspense, mas que acaba se alavancando demais em pontos distintos, causando um péssimo sentimento de quebra e desorientação. Felizmente, isso não toma a maior parte de si mesmo, tendo como resultado final um bom filme de ação e aventura, e que com certeza vai satisfazer o seu público.

Título Original: Jurassic World: Fallen Kingdom

Direção: Juan Antonio Bayona

Elenco: Chriss Pratt, Bryce Dallas Howard, Rafe Spall, Justice Smith, Daniella Pineda, James Cromwell, Toby Jones e Isabella Sermon.

Sinopse: Três anos após o fechamento do Jurassic Park, um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha Nublar. No local não há mais qualquer presença humana, com os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção? Decidida a resgatá-los, Claire (Bryce Dallas Howard) convoca Owen (Chris Pratt) a retornar à ilha com ela.

Trailer:

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