Especial: 5 filmes tão ruins que são bons

Não existe época para se divertir com seus amigos e familiares, e há alguma opção melhor do que reunir o pessoal e curtir aquele filmaço? Há sim, na verdade: reunir o pessoal e assistir aquele filme horroroso. Obviamente não estamos falando de filmes chatos ou insuportáveis, mas, sim, de obras tão essencialmente mal feitas e terrivelmente realizadas que não deixam outra escolha para o espectador a não ser cair na gargalhada, quem não adora rir da desgraça dos outros? Sem mais delongas, vamos para as recomendações:


5 – Terremoto (2014, de David Gidali)



Utilize alguns instantes de seu precioso tempo para apreciar a beleza desse cartaz. Apreciou? Agora, pense exatamente no tipo de filme que você acha que ele representa. Se você pensou em uma obra com menos de 90 minutos de duração, repleta de furos de roteiro, efeitos especiais pobríssimos, personagens completamente estereotipados e a triste participação de um ator semi-famoso em um papel que parece o envergonhar tanto quanto envergonha o espectador, acertou. Terremoto não faz escolhas criativas bizarras, nem nos faz questionar a sanidade mental de seus produtores – como alguns elementos mais à frente na lista – porém, diverte bastante pelo quão brega pode ser por seus baixos valores de produção, por isso merece um lugar aqui. Caso a curiosidade tenha batido, o ator semi-famoso é Henry Ian Cusick, o Desmond, da série Lost.

Preste atenção em: 
– Tomadas aéreas da cidade completamente normal, mesmo que todos os personagens tentem nos convencer de que o apocalipse está acontecendo;
– Referência a Sharknado;
– Diferença de idade entre os atores que não condiz com a dos personagens.


4 – The Room (2003, de Tommy Wiseau)

O que há para dizer sobre The Room? O filme, que começou como uma patética tentativa de produzir um concorrente ao Oscar e acabou como um clássico trash amado por milhares na internet, sendo até mesmo citado como o “melhor pior filme de todos os tempos”; ganhou até lugar no cinema mainstream quando James Franco decidiu adaptar a vida do diretor Tommy Wiseau, em The Disaster Artist. A obra é, certamente, divertidíssima e até merece ser considerada o filme ruim mais engraçado de todos; grande parte devido à excentricidade de seu diretor/roteirista/ator, que rouba cada cena que participa. Tommy quis produzir um drama pedante “artístico” e acabou praticamente criando uma comédia não-intencional ridícula. Acho bem justo.

Preste atenção em:
– Cenários de CG nível trilogia prequel de Star Wars;
– Quadros com fotos de colheres na mobília da casa;
– Todo o tempo do filme gasto com personagens jogando bola na rua.

3 – Fateful Findings (2013, de Neil Breen)

A atmosfera de Fateful Findings lembra muito a das obras surreais de David Lynch, porém, seu diretor/roteirista/ator (novamente a trindade sagrada), Neil Breen, não parece possuir qualquer tipo de conhecimento da linguagem cinematográfica ou habilidade com a câmera, o que acaba deixando a experiência confusa – e ridícula -. O espectador nunca para um pouco para refletir sobre o que acabou de acontecer, principalmente porque ainda está rindo do modo como os atores entregaram os diálogos e dos efeitos especiais pobres.

Preste atenção em:
– Cortes com timing ruim, que deixa os atores em silêncio por alguns segundos nas conversas;
– O modo como o protagonista hackeia o universo;
– Os arcos secundários que nada adicionam à narrativa principal.

2 – O Incrível Bulk (2012, de Lewis Schoenbrun)

O Incrível Bulk é um filme que consegue chamar atenção apenas pelas suas decisões técnicas; logo na primeira cena é possível perceber que todo o cenário é completamente digital, enquanto os atores ficam parados ou se movendo de forma constrangedora na frente de uma tela verde. A mesma técnica é usada em muitas outras obras de grande orçamento, é claro, como na trilogia prequel de Star Wars, porém, aqui, todos (literalmente) os efeitos especiais foram retirados de sites de forma gratuita (como o diretor revela nos comentários do DVD), então a qualidade da maioria deles é questionável, no mínimo. A atuação é horrenda, obviamente, e combina com os cenários digitais gratuitos de forma magistral; imagine a pior cena com tela verde que você já viu e multiplique a pobreza dos efeitos por 10, talvez você consiga chegar perto do que é essa obra durante toda a sua duração.

Preste atenção em:
– “Eu odeio poeira!”;
– Os últimos 15 minutos espetaculares do filme;
– Afinal, os protagonistas têm um carro, ou não?

1 – Obrigado a Matar (2010, de João Amorim)

Obrigado a Matar ganhou sua popularidade na internet graças a essa cena em que a mulher de João Amorim leva um tiro no meio da testa e exclama “ai!” enquanto cai ao chão, morta. Essa, certamente uma das cenas mais icônicas do cinema nacional, é o ápice da tosquice do filme, porém o resto da obra não deixa nada a desejar. Curiosamente, o protagonista é interpretado pelo próprio João Amorim, que também dirigiu e escreveu o filme (mas que surpresa), e os personagens secundários o citam como um “artista do cinema”, então há uma espécie de metalinguagem bem interessante, ou ele só não tinha ideia para nomes de personagens mesmo. Se você quer ver uma história de vingança repleta de reviravoltas que fazem sentido, assassinatos bem planejados e atuações convincentes, vá assistir outra coisa. Entretanto, se você quer ver uma tentativa bobinha, apesar de hilária, de alguns gaúchos de contar essa mesma história, veio ao lugar certo.

Preste atenção em:
– Linha temporal surpreendentemente complexa;
– Como todos os personagens parecem saber exatamente onde todos os outros estão;
– Soco fortíssimo de João Amorim.

Obs: Não foi encontrado o trailer oficial do filme (se é que ele existe), então vai uma paródia mesmo.

E você? Também adora zoar filmes ruins? Já conhecia esses? Deixe sua opinião e recomendações aí nos comentários.

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