Crítica: Deadpool 2 (2018, de David Leitch)


Publicação escrita por: Fagner Ferreira e Vinícius Carlos.
Se a primeira vez é inesquecível, a segunda só comprova o quão bom é o produto. É isso que podemos dizer sobre Deadpool 2, o novo filme do tagarela mercenário da Marvel, que nitidamente mudou o ritmo da trama trazendo um ar mais dramático, mas sem se esquecer das piadas e do sarcasmo do primeiro filme.



Deadpool 2 manteve a sua essência original na continuação, com muita ação, violência e sangue para todo lado, mas o teor muda ao tentar entornar dramas emocionais em nosso anti-herói. Se no primeiro filme, a jornada de Wade Wilson era movida pela vingança, aqui temos um Wade mais maduro, pensando mais no seu futuro ao lado de Vanessa (Morena Baccarin). Conforme a trama vai se desenrolando, a junção de algumas maneiras de transição acabam gerando uma carga cansativa no espectador, o que torna difícil de acompanhar o que o roteiro propôs; gerando cenas preguiçosas e de um desenvolvimento fútil, mas nada que comprometa o filme como um todo, pelo contrário, pode até ter sido proposital, sendo usado a favor da própria narrativa, fato que comprova as brincadeiras de “roteiro fraco” do nosso tagarela. 


Com isso a pesar, nós temos as introduções na nova jornada. Cable (Josh Brolin) não é exatamente o personagem vilanesco padrão, mas é aquele que se encaixa melhor como papel sombrio do filme. Brolin, mais uma vez, consegue interpretar brilhantemente um antagonista da Marvel – ressaltando seu excelente Thanos em Guerra Infinita – deixando no final um ar de uma possível continuação neste universo. A turma do X-Force é acidamente colocada de forma aleatória, apenas para criar números e ter momentos cômicos, embora Dominó (Zazie Beetz) tenha conseguido um destaque bem maior do que os outros. 

O clima debochado do filme é uma arma para tentar quebrar a seriedade que se passa. Entre sarcasmos, aparições e referências, as cenas de ação se sobressaem, até porque o diretor David Leitch é um expert nesse quesito, como vimos no seu último trabalho (Atômica).





Deadpool 2 não tenta se concentrar apenas em ser um filme mais “cool”, o que deixou pertinente nas suas execuções. De fato, mostrou suas adversidades, colocando na balança o equilíbrio entre conciliar a carga emocional e a cômica do anti-herói. O humor é bem proveniente da sua proposta, não espere algo bem cabeça, apenas concentre-se em receber a mensagem transmitida de que Deadpool 2 é muito mais irreverente que outras produções da Marvel no seu âmbito de ter uma melancolia cômica – apesar de ter momentos psicodélicos que podem destoar com a premissa do filme -.





A sequência agrada quem a esperou, e mesmo com toda a maturidade emocional que o cerca, é possível, sim, criar um bom entretenimento e ultrapassar a qualidade do primeiro, sem mesmo mexer em sua estrutura, acrescentando elementos necessários para uma nova história, mas o alerta é sempre bem-vindo, de que essa dificuldade dramática poderia ser prejudicial à própria narrativa de conduzir os fatos, caso haja um terceiro filme.


Por fim, Deadpool 2 não é só melhor que o primeiro, como entretém mais à grande parte do público, principalmente por ir além de um aspecto cômico e se sustentar bem nisso. Sem dúvidas, um dos melhores filmes do ano até aqui.


Título Original: Deadpool 2

Direção: David Leitch

Elenco: 

Ryan Reynolds, Josh Brolin, Zazie Beetz, Brianna Hildebrand, Morena Baccarin, Jack Kesy, T. J. Miller, Julian Dennilson, Stefan Kapicic, Karan Soni

Sinopse: 

Quando o super soldado Cable (Josh Brolin) chega em uma missão para assassinar o jovem mutante Russel (Julian Dennison), o mercenário Deadpool (Ryan Reynolds) precisa aprender o que é ser herói de verdade para salvá-lo. Para isso, ele recruta seu velho amigo Colossus e forma o novo grupo X-Force, sempre com o apoio do fiél escudeiro Dopinder (Karan Soni).

Trailer:


E aí, gostou da crítica? Ansioso para o filme? Fala pra gente nos comentários 😀

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