Somos imersos na trama apresentados a Danielle (Alicia Vikander), uma biomatemática em testes dentro de um traje especial esperando a oportunidade de embarcar ao fundo do oceano para entender mais a origem da vida, em contraponto, James More (James McAvoy) está em um lugar totalmente isolado do mundo, preso ao fato de estar em uma missão de espionagem no continente africano, mais precisamente, na Somália. Ao meio de tudo, as cenas sempre correm sem uma ordem cronológica, mudando sem suavidade. Nessas idas e vindas, já estamos em um hotel, onde os dois se conhecem e começam a criar laços de um amor instantâneo.
É neste instante que o filme começa a perder o rumo. Diante de uma linda fotografia, um dos pontos altos do filme, o casal se entrepõem em suas solidão, fazendo perder as diretrizes que a trama proporciona pelo seu tema. Com a separação forçada, o drama cai na “breguice” e nuances das metáforas. As angústias, o isolamento e sofrimento que James McAvoy sofre, até tentam nos passar algo de útil, algo racional, mesmo trabalhando no seu pensamento da humanidade dos jihadistas, que o mantém como preso, em meio a guerra. Por outro lado, Alicia Vikander não foge do drama/suspense superficial imposto pelo diretor, não tendo um aprofundamento, mesmo com o seu lado passional cativante.
O fato é que, Wenders tentou fazer um filme para criar caminhos para um debate. Como ele mesmo disse, “Fé e ciência são elementos que não deveriam entrar em conflitos, deveriam enriquecer um ao outro”. Nesse sentido, a película mostra os aspectos inerentes ao modo de idealizar um pensamento sobre tal assunto. A fragilidade da drama, contudo, é exposta de maneira confusa para o complemento da trama, fazendo com que o expectador deduza as sequências dos protagonistas.
Submersão não encontra sua ideologia e se perde no caminho, não tendo o impacto que queria causar. Dentro de suas limitações do roteiro, que é simples, não ouve possíveis conflitos que pudessem ser uma base da história para ser interessante, mesmo com todo o seu conteúdo de abordagem política e religiosa. Ainda bem que não vimos um “dramalhão” aqui!
Título Original: Submergence
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