Crítica: La Casa De Papel – Parte 2 (2017, de Álex Pina)

Após o tremendo sucesso da primeira parte de La Casa de Papel aqui no Brasil, a Netflix se movimentou rapidamente para dar continuidade na série e disponibilizou neste mês de abril a segunda parte, dividida em nove episódios. Se já estávamos demasiadamente envolvidos com todas as ações do bando de macacão vermelho, a nova parte só aguçou ainda mais nossa atenção. Cheia dos seus bons cliffhangers, La Casa de Papel se encaminhou para o desfecho do maior assalto da Espanha, e conseguiu fazê-lo de maneira interessante para série.

O plano do Professor (Álvaro Morte) ainda segue em perfeita harmonia, mesmo com a proximidade da inspetora Murillo (Itziar Ituño) de desvendar o caso. Enquanto isso, os nossos “amáveis” bandidos seguem em seu caminho, quase que sem volta. Com o andar da carruagem, o temperamento deles começam a se diversificar, pondo em perigo o plano de assalto do Professor. As emoções, o drama e a tensão os cercam por todos os lados. O sistema nervoso e o fadigado corpo corrói os personagens, mesmo com a segurança de seguir adiante com o plano, determinado a mais tempestuosa necessidade da improvisação de suas ações.

Tóquio ainda segue narrando todos os fatos que rondam a história e não somente isso, sempre impulsiva, é ela que retém as rédias da ramificação de tudo que acontecerá. A importância do seu relacionamento com Rio (Miguel Herrán), ainda tem sua relevância, porém são os outros arcos que começaram a ter seus destinos traçados, o que chama ainda mais a atenção do espectador. Podemos dizer que Denver (Jaime Lorente López) seja o mais afetado pelo conjunto da obra, deturpando o equilíbrio de suas emoções, envolvendo tanto Mônica (Esther Acebo) quanto ao seu pai Moscou (Paco Tous). Nairóbi (Alba Torres) e Berlim (Pedro Alonso) são os pilares de liderança do bando. A química de antipatia existente entre eles acarretam em bons conflitos diretamente interessantes para a trama. O que realmente peca, nos seus poucos buracos do roteiro, é o desleixo da relação entre Professor e a inspetora Murillo. Mesmo com um desfecho bem interessante para os dois, o trabalho do inesperado envolvimento deles beira ao clichê dos romances mexicanos. 


O mais contraditório de todo o plano foi o de não criar laços afetivos por quaisquer pessoas. Isso foi determinante para uma desenvoltura da série. Mesmo com alguns sacrifícios relativos, Alex Pina, categoricamente, abusou da carga dramática. Foi assim que aproximou ainda mais La Casa de Papel do público, dos bandidos. Afinal de contas, o carisma que poderíamos ter pelos inocentes reféns foi de “ralo” por causa do “maldito” Arturito (Enrique Arce).


Com as bastantes reviravoltas, La Casa de Papel conseguiu prender toda a perspectiva do público. Álex Pina, direcionou mutualmente bem as filosofias de seus personagens, coordenou muito brilhantemente as fotografias e planos para dar dramaticidade a série; e, mesmo àqueles que não eram essenciais diretamente para a trama, implementaram uma visão desvairada, contradizendo que sempre os “mocinhos” são os mais nocivos de toda a história. O desfecho foi o mais coeso para a trama e pode sim, surpreender muita gente.

Título Original: La Casa De Papel

Direção: Álex Pina

Elenco: Álvaro Morte, Úrsula Corberó, Alba Flores, Pedro Alonso, Miguel Herrán, Jaime Lorente López, Paco Tous, Darko Peric, Itziar Ituño, Enrique Arce, María Pedraza, Esther Acebo, Kiti Manver, Roberto Garcia, Clara Alvarado, Juan Fernández, Fernando Soto e Mario de la Rosa.

Sinopse: 
Após uma das assaltantes ser expulsa da casa, ela é colocada para depor e as coisas começam a ficar tensas e o plano do Professor é colocado em xeque. Nesse meio tempo, os reféns estão planejando uma nova fuga enquanto o clima esquenta entre os ladrões. Será que o professor já previa tudo isso? Com Raquel se aproximando cada vez mais da verdade, o destino dos protagonistas começa a ser selado.

TRAILER:



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