Crítica: Vende-se Esta Casa (2018, de Suzanne Coote e Matt Angel)

O suspense e o terror são dois dos melhores gêneros do cinema americano e vem em uma crescente incrível nos últimos anos. Um dos maiores desafio para quem escolhe fazer filmes nesse seguimento, é criar elementos novos e surpreender, já que todos os filmes preferem o “jump scare” fácil e preguiçoso. Vende-se Esta Casa até consegue criar uma ou outra cena que te prenda, mas os excessos de clichês não deixam o filme engrenar.

A premissa é básica e chega a ser bem clichê para filmes desse gênero. Acontece uma tragédia na família e uma mãe muda com seu filho adolescente para a casa da irmã, em uma pequena cidade perto de uma montanha. Ao chegar na casa, coisas estranhas começam a acontecer.

A direção da dupla estreante têm bons momentos, principalmente nas cenas de suspense. James Wan fez escola, né? O modo como ele filma essas cenas em Sobrenatural e em Invocação do Mal com certeza inspirou os diretores de Vende-se Esta Casa. A câmera sempre flutua suavemente com os personagens e nas cenas de suspense, a casa e os cômodos são filmados em 360 graus, o que aumenta a tensão, junto com uma trilha muito bem selecionada, tudo isso colabora para que várias cenas boas de suspense sejam feitas, principalmente nos dois primeiros atos, mas o filme têm três defeitos grandes: montagem, roteiro e performances. Então, por mais que tenham ótimas cenas de suspense, que conseguem criar um clímax bacana e momentos de tensão, quando elas acabam, sobra um roteiro oco.

O roteiro também é da dupla de diretores Suzanne Coote e Matt Angel, se eles acertam a mão na direção em vários momentos, como roteiristas eles erram bastante. Os diálogos são mal escritos e são curtos, não há um desenvolvimento de personagens e o filme não consegue sair do mesmo lugar. Tem uma cena que era para ser super emocional e que mostrava um pouco da relação dos dois protagonistas, mas é tudo tão raso, que não tem muito o que os atores salvarem ali. Ficou a impressão de que faltou algumas páginas do roteiro.

A montagem do filme também é de doer, principalmente quando eles se mudam. Existem várias cenas avulsas e alguns cortes secos horríveis, parece que foram tiradas algumas cenas do filme e que não há conexão nenhuma de uma cena para a outra.

O elenco é sofrível. Dylan Minnette, que entregou boas performances em 13 Reasons Why e em O Homem nas Trevas, não consegue entregar bons resultados aqui. Ele está completamente apático, seu personagem não ajuda, mas Minnette entregou uma performance sem carga dramática nenhuma e ele é inexpressivo, não reage em nenhum momento. Na tal cena dramática que eu citei ele não convence que pode ser um bom ator. Piercey Dalton consegue se sair um pouco melhor, mas ainda assim, é uma atriz fraca, além de não parecer ser mãe, ela passa o filme todo no piloto automático, sem criar nenhuma empatia com o público, sem carisma, sem expressões, sem nada. O resto do elenco é esquecível, exceto Patricia Bethun, que consegue passar verdade em sua personagem.


Vende-se Esta Casa é confuso e não consegue prender o público por muito tempo, ainda que tenha momentos de tensão e um clímax que começa a ser construído, a péssima montagem, o roteiro mal escrito e as atuações medíocres não deixam o filme acontecer.



Título Original: The Open House

Diretor: Suzanne Coote e Matt Angel.

Elenco: Dylan Minnette, Piercey Dalton, Sharif Atkins, Aaron Abrams e Patricia Bethune.

Sinopse: Depois de uma tragédia, uma mãe e o filho adolescente vão viver nas montanhas numa casa desocupada de parentes. Lá, forças aterrorizantes e misteriosas os aguardam.

                                            Trailer:

Deixe uma resposta