Crítica: The Sinner (2017, de Derek Simons)


Ame-o ou odeio-o. Esse é o dilema que você viverá em boa parte deste drama/mistério que ronda toda história desta minissérie, indicada ao Globo de Ouro. E por que digo isso? Bom, geralmente histórias de mistério querem mostrar fatos para nos prender durante todos os episódios, cada um deles é importante para o complemento e entendimento da trama, porém, você pode ficar confuso durante toda a jornada e ter que rever mais de uma vez a cena, ou até mesmo o episódio, para entender tal informação, e isso pode atrapalhar o entendimento do enredo demonstrado. Mas calma, The Sinner nos surpreende, apesar de ter mais flashbacks que o normal, o que é a essência da série, ficamos pregados o tempo todo para juntar as peças do quebra cabeça, entrar realmente na pele de um detetive e questionar todos os atos, fatos e evidências que aparecem. Então, se aprochegue e leia o que temos a dizer sobre The Sinner, originalmente criada pela USA Network, junto com a Netflix, que tem os direitos de exibição da série, e que já se estabiliza positivamente no conceito dos críticos.


Baseada no livro de Petra Hammesfahr, The Sinner, apresenta de imediato uma família bem feliz, passando mais um momento reunidos à beira do lago, contudo, Cora Tannetti (Jéssica Biel) entra em surto e assassina brutalmente um jovem na praia. A premissa de toda história se baseia deste ponto, tentando entender os motivos para tal pertubação da protagonista. Com a ajuda do detetive Harry Ambrose (Bill Pullman), única pessoa de confiança de Cora, as pistas vão aparecendo, mas os verdadeiros motivos ainda são ocultos. 


Com o passar dos primeiros episódios, notamos os relatos de extrema pertubação de Cora, com raízes em seu passado, qualificando suas ações. O jogo com o que o roteiro tenta introduzir o público que assiste é bastante interessante. O modo aleatório de cenas, pistas e até mesmo personagens, consegue confundir o rumo da história, tentando salientar perspectivas para criamos alternativas para um resultado não contraditório, em questão. A personagem de Jéssica Biel deixa nos entender que, nosso cérebro consegue absorver tamanhas informações que não conseguimos desenvolver, sem ajuda da psicologia. É neste momento que somos imersos para todas as possíveis finalidades. A direção se concentra em imergir personagens coadjuvantes que imprimem e modificam a personalidade de Cora até cometer todas as suas ações, um ponto bastante interessante da série.

Ambrose tem também seus momentos peculiares, mas não deixa se atingir para ajudar Cora. Logo, o aprofundamento de sua história possa ser narrada em uma segunda temporada, já confirmada pela Netflix. Seu papel é fundamental para o desenrolar da série, auxiliando e burlando qualquer tipo de empecilho criado a ele. A química da dupla ajudou muito nas cenas de maior tensidade, acolheu o público e foi isso que propôs Derek Simons, trazer o público para o lado desses personagens. Já Christopher Abbott, vivenciando o marido de Cora, Mason Tannetti, foi a única baixa que tivemos em toda a série. Mesmo com todo método de ir atrás dos fatos, de sempre estar junto da esposa, não conseguiu cativar o público. Em todas suas cenas, a mesma expressão de ”cara de bunda”, sendo totalmente ”fakeado”, o que incomodava bastante.

O ritmo lento da série não deixa cair no cansaço, ele é proposital pelo desempenho de narrativa da história, ora pelos seus diálogos, ora pelos pensamentos de Cora e Ambrose para entender fatos, ora pelas lembranças que vem à tona da memória de Cora. Isso ajuda a compreender os reflexos remetidos aos ”flashbacks”, que são constantes para o entendimento do enredo e fortalece ainda mais a junção dos fatos e no montar do quebra cabeça dos acontecimentos passados de Cora. O jogo de câmeras também é um diferencial da série, com boas tomadas que possam lembrar o suspense de Breaking Bad, antecedendo alguns acontecimentos.


The Sinner conseguiu entregar uma proposta interessante de série criminal dramática, mesmo tendo outras boas e consagradas, sua autenticidade e coragem de imergir em um mundo de psicologia, fez com o que Jéssica Biel brilhasse em um papel bastante difícil, cativando o público e trazendo seu lado dramático, dando identidade à personagem. Se você ainda não assistiu The Sinner, corra pra ver, são apenas oito bons episódios, com contextos excepcionais, fotografias excelentes a todo instante, boas cenas e principalmente estar assistindo Jéssica Biel.

Título Original: The Sinner

Diretor: Derek Simons

Elenco: Jessica Biel, Bill Pullman, Christopher Abbott, Dohn Norwood, Jacob Pitts, C.J. Wilson e Abby Muller

Sinopse: A investigação acerca de um crime precisa acabar quando se sabe qual foi o crime e quem foi o criminoso? Quando uma jovem mãe de família comete um crime nefasto em público e se vê incapaz de explicar o motivo que a levou áquele estado de fúria súbito, um investigador se torna cada vez mais obcecado em entender as profundezas da psique da mulher, desenterrando os momentos de violência que ela tenta manter no passado, longe dos olhos do mundo. 

Trailer:



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