Em meio a tantos filmes dos EUA e Inglaterra, temos a presença dos bons – e as vezes ignorado pelo público – outros filmes estrangeiros (porque tem que se levar em conta que os dois primeiros também são estrangeiros). E dessa vez temos 120 Batimentos Por Minuto, um filme francês, que além de ser o representante do país na corrida pelo Oscar, vem sendo por muitos o favorito.
Baseado nas experiências do próprio diretor, o longa narra uma passagem da história do grupo ACT UP de Paris, que na época, intensificava seus esforços para que a sociedade reconhecesse a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids, que matava cada vez mais. O relacionamento sorodiscordante de Nathan (Arnaud Valois) e Sean (Nahuel Pérez Biscayart), guiará o espectador para as manifestações e reunião do grupo, e também para o universo diferente de cada um dos personagens coadjuvantes, tão cativantes quanto os protagonistas.
E assim o filme segue, lógico, há uma pegada ativista no filme, além de uma série de questionamentos, motivações e reflexões que nos fazem realmente pensar e ver que nem tudo vai além de escolher um lado na discussão, mas é mais que claro que o filme não teria algo muito interessante para mostrar se fosse só isso, então é escolhido emergir no relacionamento de dois personagens da trama, e aí mora o maior problema.
O contraste entre os dois é muito claro, e ao decorrer do filme isso pode tanto como ser ignorado pelo público comum, como muito irritante e problemático. O espectador pode comprar o filme pelo seu ritmo rápido e contagiante do 1º ato, e detestar a lentidão e leveza do segundo. Como pode entender o porquê isso acontece, mas nem sempre essa compreensão existe.
Um trabalho incrível de Robin Campillo (tanto de roteiro, como em direção), atuações densas, trilha sonora tocante, fotografia linda e um argumento extremamente importante, fazem de 120 Batimentos Por Minuto um dos meus favoritos do ano, e sem dúvida, um grande filme. Recomendável a todos os públicos.
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