Crítica: Roda Gigante (2017, Woody Allen)



Ginny (Kate Winslet), uma ex-atriz, Mickey (Justin Timberlake), escritor de peças e Carolina (Juno Temple), jovem aventureira; os três acabam caindo no velho triângulo amoroso. Se fosse apenas isso, poderia estar tudo bem e seria como qualquer filme de romance mundo afora, mas estamos falando de Woody Allen, o escritor e diretor, e ele não brinca em serviço quando o assunto é drama. 







Carolina é enteada de Ginny,  que por sua vez é casada com Humpty (James Belushi). Ginny vive um caso tórrido com Mickey, até o momento em que ele conhece Carolina e acaba se apaixonando. Ginny vive uma vida infeliz, com um casamento que mantém pelo comodismo e para ter um lar para seu filho Richie (Jake Gore). Richie já um menino nitidamente problemático, por viver nesse lar infeliz e pelo vazio deixado com a partida do pai biológico. Pai que partiu pelos problemas – antigos – de fidelidade da mãe. 



Dado esse pequeno resumo do filme e do drama apresentado nele, dá para ter uma noção da história complexa, comovente e ao mesmo tempo, cativante. Cativante no sentido de ter personagens tão profundos em suas individualidades. Veja Ginny, uma mulher do lar, mãe, com um emprego que não é dos sonhos, mas é o que paga as contas. Vive uma vida infeliz, mas floresce ao lado de Mickey. Humpty é um homem que ficou viúvo e encontrou em Ginny um refúgio, como ela também encontrou nele, mesmo com todos os seus problemas. Carolina deixou Humpty de lado ainda jovem para se casar com um gangster, mas seu casamento vai por água a baixo e encontra em Humpty seu pai um refugio. Temos Richie que apesar de ficar em segundo plano no filme, é um personagem que expressa problemas devido a negligência e os problemas da mãe, Ginny. E, por último, Mickey, o verdadeiro Don Juan e narrador dessa história com vários altos e baixos, como é a vida e como metáfora como é uma Roda Gigante.
Woody Allen foi esperto ao inserir todo esse drama num cenário dos anos 50, década colorida e vibrante, assim como a agitada, barulhenta e bela Coney Island. Uma espécie de ilha, com um parque de diversões, praias e muito sol, pois o filme se passa no período de verão. Um cenário perfeito para uma história de amor, onde se passa um verdadeiro drama. O filme possui uma fotografia incrível, com bons ângulos, e cenários que contam a história junto à narração de Mickey. Mas, são as cores, nuances e tons que contam a história e se transformam no filme de acordo com os acontecimentos e diálogos, diga-se de passagem, também são maravilhosos. Algo impecável, além de tudo que já foi citado aqui, mas o que merece destaque é o figurino. Todos usam trajes belíssimos e muito fiéis ao período retratado no filme; a figuração torna o filme magnífico até nos detalhes. 
Diante de tantas coisas boas, fica difícil criticar essa obra de Woody Allen. Poderíamos falar a respeito do uso do triângulo amoroso, talvez, mas seria muito supérfluo, pois é uma característica forte do diretor trabalhar com conflitos amorosos, se ele fizesse isso e parecesse uma novela mexicana (nada contra) era uma coisa, mas não, ele cria dramas que causam um impacto, com personagens fortes e marcantes. Algo que dá para apontar como negativo, é o fato do filho dela (Richie) não ter ganhado mais destaque no contexto geral do filme e só aparecer de vez em quando como se estivesse ali apenas preenchendo lacunas de maneira grotesca sempre queimando coisas. Mas, isso acaba sendo um detalhe diante de todo o resto que consegue se sair muito bem. Um ótimo filme, para os fãs de Woody Allen então, um presente de natal ligeiramente atrasado.    
Título Original: Wonder Wheel 
Direção: Woody Allen
Elenco: Kate Winslet, Justin Timberlake, Juno Temple, Jim Belushi, Jake Gore, Tony Sirico, Steve Schirripa
Sinopse: A atriz Ginny (Kate Winslet), casada com Humpty  (James Belushi), acaba se apaixonando pelo salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Mas quando sua enteada, Carolina (Juno Temple), também cai de amores pelo rei da praia, as duas começam uma forte concorrência.

Trailler


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