Crítica: Borg vs McEnroe (2017, de Janus Metz)

 Antigos rivais, melhores inimigos.

Quem é fã de Tênis sabe sobre a Final do Campeonato de
Winbledon, no Sábado, 5 de julho de 1980. Aclamado pelo público e os
comentaristas presentes, como o maior jogo esportivo do século durante 28 anos.
Os dois melhores tenistas da época competindo para serem o maior do mundo. Apesar
da diferença de país e de vida, eles eram iguais em reagir as revezes da
competição. Lutando contra seus demônios interiores para deixarem sua marca no
mundo.



O tetracampeão sueco de 24 anos Bjorn Borg (Sverrir
Gudnason) estava em busca do quinto título enquanto o seu rival, o americano de
20 anos, John McEnroe (Shia LaBeouf), desejava a conquista do seu primeiro
troféu. Borg era conhecido por seu temperamento explosivo pelos mais próximos,
para controla-lo, mantinha uma rotina rígida e severa para garantir seu bom
desempenho. Não poupando sua namorada Mariana Simionescu (Tuva Novotny) do seu
descontrole emocional. McEnroe, apesar das suas habilidades natas e da sua
velocidade, ele não hesitava em corrigir o juiz e a plateia quando as regras
eram quebradas por seus adversários. Isso já gerou inúmeras manchetes esportivas na
época sobre o prodígio problemático assim como suas inúmeras saídas noturnas
com Vitas Gerulaitis (Robert Emms).



Essa biografia dramática do gênero esportivo é uma coprodução
da Suécia, Dinamarca e Finlândia dirigida pelo sueco Janus Metz, vencedor do
Grand Prix da Semaine de la Critique do Festival de Cannes por Armadillo
(2010). Ele define o longa como a versão Tênis de Touro Indomável (Scorcese,
1980). A preparação de atores contou com o treinamento esportivo de Jarkko
Nieminen e Veli Paloheimo, nenhum dos dois atores principais se encontrou com
os atletas representados.


Durante o filme, é exibido todo o campeonato até o
jogo-clímax. Os flashbacks são mais dedicados para os primeiros anos de Borg.
Seus treinos de rebater a bola no portão da garagem, seus acessos de raiva por
fracassar nas competições escolares e a dedicação total e exclusiva do seu
treinador, o Tricampeão de Winbledon, Lennart Bergelin (Stellan Skarsgard), para
leva-lo à liga profissional na adolescência, aqui interpretado por Leo Borg,
filho do atleta.



A trilha sonora casa muito bem com as personagens. Uma sinfonia
clássica industrial para o introvertido Borg e um metal ao lado de eletrônica
para mostrar a extroversão de McEnroe.



Nesse longa-metragem, Sverrir tem uma boa atuação em todas as cenas do longa em
jogo e nos descontroles emocionais, percebe-se a caracterização de olhar e gesto
de um antissocial no limite de sua ansiedade. Shia é mais conhecido
pelo público por entrega total aos seus papéis a ponto de se caracterizar
fisicamente, imitando o corte de cabelo do seu personagem. Stellan, embora
aparenta passividade, deixa uma forte presença em cena no papel coadjuvante do
treinador durão/ figura paterna encorajadora.



Ao longo de 28 anos, antes de ser substituído pela partida Federer vs
Nadal, o jogo representou dois extremos lutando para mostrar quem é o melhor.
Por isso, foi conhecido como A guerra do Fogo e do Gelo. A rivalidade demonstra
como duas medidas de um mesmo talento tem as mesmas chances de vitória e
derrota, e são iguais quando competem em campo. Uma verdadeira aula sobre
competição e auto-controle.




Título Original: Borg vs McEnroe

Direção: Janus Metz

Roteiro: Ronnie Sandhal

Elenco: Sverrir Gudnason, Shia LaBeouf, Stellan Skarsgard, Tuva Novotny, Robert Emms, Leo Borg.

Sinopse: Wimbledon, 1980. O mundo aguarda pelo momento em que verá Björn Borg, tenista número um a nível mundial, conquistar o seu quinto título. No entanto, poucos conhecem o drama que se desenrola nos bastidores: com apenas 24 anos, Borg está no seu limite – exausto, desgastado e repleto de ansiedade. O seu adversário, John McEnroe, 20 anos, está, entretanto, decidido em substituir o seu antigo herói no trono de Wimbledon.

Trailer

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