Crítica: Esta É a Sua Morte (2017, Giancarlo Esposito)




Ninguém dúvida que estar no meio de um tiroteio possa mudar a forma como você pensa e criar uma certa crise existencial sobre os rumos da vida e do futuro, e esse foi exatamente o estopim do filme. Giancarlo Esposito, que após um tremendo sucesso na pele de Gus Fring (Breaking Bad), retorna em mais uma direção, contando com um elenco de peso, a história é uma crítica sobre os reality shows e até onde as pessoas estão desesperadas para conseguir dinheiro. Porque de uma coisa ninguém duvida, a miséria vende! Limites? Não existe essa palavra aqui. 



Após o assassinato seguido de suicídio ao vivo no programa de Adam Rogers (Josh Duhamel), onde o mesmo usa o corpo para proteger uma concorrente, impedindo que o desfecho fosse ainda mais trágico, ele acaba virando herói nacional instantâneo. Chocado, diria que até transtornado foi sua reação após o incidente, certo de que seria demitido, o jogo vira e o canal (juntamente com ele) decide criar assassinatos “éticos”, onde o participante que cometer suicídio, ganhará uma pomposa quantia em dinheiro (???). Mas tudo dentro da lei. Já que essa ideia é para “ajudar” as pessoas, segundo a moralidade distorcida do apresentador. 


Entretanto, algo que começa como uma forma – mesmo que distorcida – de ajudar as pessoas, vira puro e unicamente entretenimento, e dos piores. Onde quem se mata de forma mais elaborada ou mais interessante, ganha mais que seus concorrentes, isso mesmo, as pessoas começaram a competir para ver quem iria morrer da melhor forma para o expectador. A mudança também é visível no apresentador, que começa o programa com uma ideia e aos poucos é dominado pela ganância e porque não, pela vaidade, já que o seu programa, antes de programação tola e sem conteúdo, vira o número um da América. Vimos isso nas atitudes e até mesmo na forma de se vestir. O programa vira um coliseu dos tempos modernos, a plateia é instigada a participar e a cada programa eles querem mais sangue. É interessante notar que em determinados momentos, uma luz vermelha é ligada e reflete em cada expectador da plateia, dando um ar sombrio e assustador, até porque, é isso mesmo que eles querem, morte! Sangue! Independente de como vai ser. E ai daquele que se matar de uma forma chata.




O personagem de Giancarlo, Mason, vem como um lembrete, de que, mesmo tudo estando contra você, ainda há uma chance pelo simples fato de você estar vivo. A direção do mesmo é bem direcionada, porém deixa a desejar no desenvolvimento de alguns fatos, e de certa forma, na explicação dessa atitude da sociedade em aceitar tal “entretenimento”, a resolução do filme é um tanto quanto corrida e, todo mundo parece criar consciência ao mesmo tempo. Os personagens em si parecem apáticos a tudo, sendo muitas vezes complicado dizer o que eles realmente querem passar ao público, ficando confusas suas atitudes. As mortes são bem elaboradas e sem nenhum pudor, ponto positivo, já que era para chocar mesmo. O filme parece querer tocar a todo custo a ferida do moralismo, da hipocrisia e da discrepância da sociedade atual e faz isso de forma rasa e corrida, poderia ter sido melhor elaborada, porém é um filme feito para entreter e se você estiver com tempo, não é uma perda total. 

Nome Original: This is Your Death – The Show


Direção: Giancarlo Esposito


Elenco: Josh Duhamel, Sarah Wayne Callies, Giancarlo Esposito, Famke Janssen, Caitlin Fitzgerald


Sinopse: O universo dos reality shows visto a partir da história de Adam Rogers, um homem narcisista e implacável, que tem como único propósito que seu programa seja o mais assistido da televisão. Em sua busca por audiência, Adam desenvolve um reality show impactante e inédito na TV, com regras rígidas e brutais, que levarão os participantes a ultrapassarem qualquer limite da ética e dos valores humanos para alcançarem seus objetivos.


Trailer:


Imagens:






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