Crítica: Disjointed (2017, Chuck Lorre)

A premissa da série é simples, Ruth (Kathy Bates) é uma defensora da liberação da maconha desde os primórdios de sua vida, finalmente está vivendo seu sonho, sendo a dona de uma loja de produtos derivados da cannabis, entre seus empregados está seu filho Travis (Aaron Moten), Jenny (Elizabeth Ho), Olivia (Elizabeth Alderfer) e Pete (Dougie Baldwin), e por último e não menos importante, o segurança Carter (Tone Bell). Basicamente conhecemos o dia a dia dessa galera que passa cerca de 80% do tempo chapada, o que é o pano de fundo para toda a história desenrolar. 


Se você já assistiu as séries dirigidas por Chuck Lorre (Two And a Half Man, The Big Bang Theory, Mom) vai perceber que o dedo dele está em todo o roteiro e na forma que a comédia é conduzida. Com um texto inteligente e escrachado em diversos momentos, a narrativa mostra um pouco de tudo, desde os “maconheiros” que trazem a má fama aos outros como diz Ruth, até aqueles que fumam para tentar esquecer ou melhorar uma dor física ou psicológica, como é o caso de Carter. 


Diferente das outras comédias da Netflix, essa é uma sitcom sem tirar nem por, poucos ângulos de câmera, dois ou três cenários onde tudo acontece, onde a interação dos personagens é o ponto forte. Apesar de no primeiro momento parecer repetitivo e um pouco cansativo, a história vai ganhando o expectador minuto a minuto, vemos uma tentativa da direção de dar uma nova cara a comédia, como por exemplo, fazendo o que seria propaganda de TV se a maconha fosse legalizada e insere uma narrativa alternativa, mostrando um canal do Youtube onde vemos as aventuras de dois maconheiros estereotipados, o que é HILÁRIO, chego a dizer que foi uma sacada de mestre inserir isso na série. 


Como toda história pede, há uma tentativa de romance, porém não funciona tão bem. Se você assistiu Mom, vai conseguir sacar na história os momentos frenéticos de comédia mesmo quando as coisas não vão tão bem. O drama fica camuflado enquanto os personagens estão em situações engraçadas, só depois descobrimos seus problemas reais, o que vai muito além dos sorrisos. Cada qual respondendo a sua maneira. Mas todos sempre se ajudando. Kathy Bates sem sombra de dúvida é o pilar da história, carrega toda a trama nas costas e o faz com a leveza necessária. A interação dos demais atores também é boa, apesar de no começo eles parecem um pouco perdidos, ela vai melhorando gradualmente. 


A série chega para quebrar esse tabu do esteriótipo, porque querendo ou não, eles usam e abusam dele. Por exemplo: quem fuma maconha não quer nada da vida, é burro, ou sofre de algum tipo de amnésia. Resumindo, a versão retrógrada que todos tem ou tiveram de quem faz uso da maconha. É uma série inteligente pelo simples fato de pegar todo o preconceito envolvido e fazer um humor sutil com todos os pontos fortes que a palavra ‘maconha’ promove. Se estava na dúvida de assistir, pega aquele domingo preguiçoso e deixa rolar. Vale a pena!




Nome Original: Disjointed


Direção: Chuck Lorre


Sinopse: Na história, Bates interpreta uma mulher que durante anos lutou pela legalização da maconha. Agora ela é a proprietária de um estabelecimento que oferece a maconha como medicamento. Com ela trabalham três funcionários, mais seu filho de vinte e poucos anos e um guarda de segurança cheio de problemas, sendo que eles passam mais tempo fumando que trabalhando.


Elenco: Kathy Bates, Aaron Moten, Dougie Baldwin, Jessica Lu, Michael Trucco, Tone Bell, Elizabeth Alderfer, Elizabeth Ho.


Trailer: 



E você querido leitor, já viu a série? O que achou? 


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