Crítica: Em Guerra por Amor (2016, Pif)

Tragicômico além do Poderoso Chefão
Pierfrancesco Diliberti ou simplesmente Pif dirige, escreve e protagoniza uma comédia dramática documental como seu segundo longa-metragem sobre a máfia. Ao dar inicio com A Máfia só Mata no Verão (2013), ele presta uma homenagem aos policiais, aos juízes e outros mortos por combater a organização criminosa iniciada na Sicília que se estendeu por toda Itália. 


Aqui os personagens possuem os mesmos nomes do filme anterior, mas com histórias de vida diferente. Pif interpreta Arturo Giammaresi, um imigrante siciliano morador no bairro de Brooklyn, Nova York, apaixonado por Flora (Miriam Leone). Esta é prometida a Carmelo (Lorenzo Patané), o filho de Don Tano (Mario Pupella), o braço direito do poderoso gangster ítalo-americano Lucky Luciano (Rosario Minardi). A única solução para travar este casamento passa por Arturo viajar até à Sicília, onde habita o pai de Flora, tendo em vista a pedir a mão da amada em casamento.

O ano é 1943. Militares americanos fizeram a Operação Husky, para as Forças Aliadas conseguirem entrar na Itália a partir da Sicília, eles recorrem a Lucky Luciano e a máfia da região para enfrentar o governo de Mussolini em troca de cargos do poder público e anistia dos seus crimes. Sem dinheiro e sem saber da situação, Arturo ingressa como pracinha e volta a sua terra natal. Enquanto ocorre a politicagem, bombardeios e planos de assassinatos, ele fica alheio a tudo como um turista.




A commedia all’italiana vai além da trilogia Poderoso Chefão, ela recorre aos filmes italianos protagonizados por Alberto Sordi como La grande guerra e Mafioso. Pif transmite o lado atrapalhado, peculiar e ingênuo protagonista de um inglês escasso unicamente interessado no paradeiro do sogro. Não faltam gags relacionado a cultura siciliana como a figura do burro voador, as estátuas de Mussolini e da Nossa Senhora contribuindo para momentos emocionalmente poderosos da perda de confiança no ditador e a falta de fé nas figuras sacras em proteger o povo, ou as encrencas do cego Saro (Sergio Vespertino) e do manco Mimmo (Maurizio Bologna), dois amigos inseparáveis e quase sempre esfomeados, ou as tentativas de Flora para adiar o casamento com Carmelo, ou o escárnio em relação ao self malfeito do casal protagonista . 

O drama está por conta do trio de coadjuvantes como tenente Philip Catelli (Andrea Di Stefano), que percebe todas as mudanças com a entrada dos aliados na Sicilia. Sebastiano (Samuele Segreto), um rapaz que vive com a mãe e com o avô, enquanto aguarda pelo regresso do pai. Agostino (Antonello Puglisi), o avô de Sebastiano, um conservador admirador de Mussolini.


Além do uso de cenários em tela verde da Grande Maçã americana e de sua capital e locações externas de Palermo em meio a fotografia e figurino de época para dar veracidade aos fatos incluindo documentos históricos e pessoas verídicas; Pif vem dotado de um argumento certeiro, boas interpretações, uma energia contagiante e uma capacidade notável de reunir o humor e a tragédia.





Título Original: In Guerra per Amore

Direção: Pif

Roteiro: Pif

Elenco: Pif, 

Miriam Leone, Andrea Di Stefano, Stella Egitto, Maurizio Marchetti, Samuele Segreto.

Trailer



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