Crítica: Prison Break – 5ª Temporada (2017, Nelson McCormick)

A nostalgia falou alto quando a Fox anunciou uma nova
temporada de Prison Break. Comemoramos o reencontro e aguardamos ansiosos pela
série que, parando para pensar, era realmente necessária? 

Um “remember” não é necessariamente ruim, desde que tenha
uma liga, uma história e personagens para segurar tudo isso. Porém, Prison
Break
esteve longe de mostrar a que veio desde o primeiro episódio – se quiser,
você pode ler as primeiras impressões aqui – relembrando apenas o porquê a sua quarta
temporada deveria ter sido a última. O grande problema é que o roteiro entrou
em um loop infinito de mesmice. Michael sempre salvando o mundo, Lincoln
tentando pagar a “dívida” que tem com o irmão e nesse meio tempo sempre
precisando ser salvo, seja dele mesmo ou de outras pessoas. Os outros
personagens, mesmo sendo conhecidos, não fazem tanta diferença na trama, tanto
que, se inserissem pessoas novas para o papel, daria o mesmo sentido ao
desenvolvimento que, nesse ano, foi o pior até agora. 


Mais uma vez Michael está tentando escapar de uma prisão,
mas agora, o “grande vilão” é alguém tão inteligente quanto ele, pelo
menos, é isso que tentam passar. Uma pessoa que secretamente controla
determinados planos da CIA ao seu favor. Pode parecer novidade, mas nos faz
lembrar da Companhia, vilão anterior, que também era parte de uma corporação
secreta que precisava da ajuda – forçada – de Scofield.


Não me entendam mal, foi uma série muito interessante de ser
vista. Mas isso a 12 anos atrás. Não adianta querer jogar o mesmo formato no
colo do expectador que hoje está acostumado com grandes produções como, Game of Thrones por exemplo, e achar que vai se sair bem (não foi uma comparação, apenas quis questionar a qualidade). O foco da trama sempre foi
Michael e como ele lidaria com os obstáculos, sejam eles quais fossem, e sempre
acabava numa prisão, por ter que salvar alguém ou fazer isso por alguém. Os
personagens que interagiam com ele antes, mostram hoje como estão depois de
tanto tempo e as cicatrizes e pesares que o tempo deixou. Poderia sim ter sido
melhor explorado, pois muitas vezes as interações são superficiais. As cenas de
ação variam do mirabolante ao inacreditável, passando pelo exagero. O realismo
que anteriormente a série tentava passar com toda a inteligência e explicações
do porquê disso e aquilo, agora são deixados de lado. O fato da prisão ser no Oriente Médio, mostrando todas as barbáries que acontecem lá graças ao
Estado Islâmico, mesmo sendo mal desenvolvido, seja uma tentativa de inserir a
obra no mundo atual. 

Digo e repito que Wentworth Miller é um ótimo ator e de fato
tem uma ótima química com Dominic Purcell, tanto que ambos eram parceiros em
outras séries de sucesso (The Flash e DC Legends of Tomorrow). Poderiam ter
ficado por lá inclusive. O último episódio trouxe um pouco de frescor aos bons
tempos da série, nos lembrando que nem tudo era ruim, mas não salva o todo, nos
deixando a pergunta: Qual o propósito desse retorno? Foi inteiramente marketing
para alavancar audiência? Ou eles quiseram tentar uma volta com boas intenções? 

Por fim, entregam um roteiro preguiçoso onde nada realmente
muda, chegando a ter episódios cansativos e maçantes, personagens superficiais,
e uma trama oca. Como dizem por aí “de boas intenções o inferno está cheio”




Direção: Nelson McCormick


Elenco: Wentworth Miller, Dominic Purcell, Sarah Wayne Callies, Amaury Nolasco, Roberto Knepper, Rockmond Dunbar, Inbar Navi, Mark Feuerstein. 


Sinopse: No novo capítulo deste intenso drama, acompanharemos os acontecimentos que seguem a aparente morte de Micahel Scofield (personagem de Wentworth Miller). Quando evidências surgem de que Michael ainda está vivo, Sara Tancredi (Sarah Wayne Callies) e Lincoln Burrows (Dominic Purcell) se unirão para ajudá-lo a fazer a maior fuga de toda a série.


Trailer:



Imagens:


Em Legends of Tomorrow


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