TOP 10: Melhores Séries Estreantes da Mid Season 2017



Mid Season, no mundo das séries é o nome dado ao tempo entre a Fall e Summer Season de dois anos. Sendo “a temporada de meio”, onde geralmente, estreiam séries descompromissadas ou apenas para ocupação de grade dos canais e serviços de Stream. Hoje em dia, com tanta disputa por audiência, esse período chama cada vez mais atenção, inserindo ótimos shows e programas de/da TV no mundo da 8ª Arte. Como por exemplo, American Crime Story, The Night Manager, Preacher, Better Call Saul, Demolidor, True Detective, Prision Break, Silicon Valley, Hannibal, House of Cards, Bates Motel, Vikings, The Americans, Rectify entre outros.  


Baseado nas estreias desse período em 2017, vos trago, com ajuda de alguns membros do Minha Visão do Cinema, um TOP 10 com as melhores estreantes:


10ª – Big Little Lies
| Pequenas Grandes Mentiras (Por Eduardo Ben Lima):





De tempos em tempos, somos surpreendidos por seriados
excepcionais, que através de incríveis reviravoltas mostram a que vieram
abordando conteúdos realíssimos, e, por conseguinte, chocando o espectador. É o
caso de
Big Little Lies, recente série da HBO.

A obra, dirigida por Jean Marc Vallée (que também comandou
duas das atrizes no filme Livre, em 2014), é baseada no livro escrito por
Liane Moriarty e inclui um elenco de peso, composto por Reese Whiterspoon,
Nicole Kidman, Shailene Woodley, Laura Dern, Alexander Skarsgård, Zoë Kravitz e
Adam Scott.

Primeiramente, é preciso prestar bastante atenção ao que
acontece na trama, por mais que seu conceito não seja difícil de compreender e
o desenvolvimento às vezes seja um tanto arrastado. No entanto, em meio a estes
breves sete capítulos, o revertério mais mórbido ocorre no último episódio, que
sem dúvidas é o melhor de todos, pois interliga passado e presente, ligando
todos os pontos e, dessa forma, provando que a intenção dos produtores em
deixar o público boquiaberto no desfecho há de se manifestar. Aliás, a
estratégia de cada personagem para com os telespectadores é inacreditável! Cada
mistério envolto na história, cada segredo oculto, cada intriga que permeia o
cotidiano das protagonistas só contribui para que a “máscara caia” e suas vidas
aparentemente perfeitas se transformem numa verdadeira desordem. Enfim, está
mais do que recomendada àqueles que apreciam temas realistas, tensos,
necessários e que infelizmente fazem parte de nossa sociedade. Pequenas
Grandes Mentiras
 nada mais é o retrato da mulher moderna sendo muito bem
apresentado e concluído em tela. Agora, que a segunda temporada seria muito
bem-vinda, disso não há dúvida. Então se a mesma for lançada algum dia,
tomara que mantenha o mesmo nível que a primeira: imperdível!
9ª – American Gods |
Deuses Americanos:

O drama é centrado em uma guerra entre os velhos e os novos
deuses. Os seres bíblicos e mitológicos estão perdendo cada vez mais fiéis para
novos deuses, que refletem o amor da sociedade por dinheiro, tecnologia,
celebridades e drogas. Shadow Moon (Ricky Whittle) é um ex-presidiário que
agora serve como segurança e companheiro de viagem para o Sr. Wednesday (Ian
McShane), um homem fraudulento que é, na verdade, um dos velhos deuses, e está
na Terra em uma missão: reunir forças para lutar contra as novas entidades.

Com um tom “darkness” tanto em linha de fotografia quanto de
história, American Gods traz uma
história interessante de uma perspectiva talvez não tão interessante assim.
Somos guiados por acontecimentos muitas vezes sem explicações (o que não é um
problema, mas) em uma história lenta que pode ser até mesmo maçante.

Apesar disso, se você estiver disposto a esperar a história
tomar forma, poderá haver compensações. As cenas de ação valem a pena, e apesar
de sua lentidão em desenvolvimento, cada segundo pode ser apreciado, seja por
seu visual exótico ou uma trilha sonora que apesar de estar a todo o momento
ali, dá vivacidade as cenas e história. Com umas pitadas de humor, e atuações
interessantes de McShane (Deadwood) e Schreiber (
13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi) nesse contexto, American Gods tem um estilo diferente do que vemos na TV e, até
agora, agrada bastante.
8ª – Sneaky Pete:





Produzida por Bryan Cranston (Breaking Bad), Sneaky Pete
conta a história de um ex-presidiário, que, após deixar a prisão, assume a
identidade de seu antigo colega de cela para fugir de seus credores enquanto
acaba se envolvendo com os negócios de sua nova família.

Sim, é uma série com um nome importante em sua produção,
Bryan Craston, que também atua na série, não em tempo integral por não ser o
protagonista, mas por um tempo apresentável. Porém, estamos falando da série, e
como série Sneaky Pete se apresenta
bem, apesar de uma história bem clichê (por isso não mantive em minha grade de
séries), é digna de certa atenção. Com um bom roteiro nas mãos de Graham Yost (Justifield) e
uma história – apesar de uma temática clichê – original, não relaxa e lesa na
criação de um carisma, mas surpreende na qualidade de construção e
desenvolvimento da história principal.
7ª – One Day at a
Time | Um Dia de Cada Vez:





Uma família americana com raízes próximas em Cuba, composta
por uma mãe recém-divorciada e ex-militar que precisa criar sua filha
adolescente e o filho mais jovem, com a ajuda de sua mãe, uma cubana
conservadora, e seu amigo Schneider.

One Day at a Time traz
de volta, no melhor sentido para uma era de mainstream, o famoso estilo sitcom,
abordado em muitas séries de humor. E, logicamente, One Day at a Time é uma série de humor, mas que vai além, abordando
temas como preconceito, xenofobia, machismo e outros, principalmente com uma protagonista
solteira, mãe, de origem cubana e chefe do lar. Não é aquele tipo de série
humorística que agrada a todos, mas traz temas importantes, tem um carisma
sensacional e, certamente é oportuna e relaxante. Recomendo pelo menos o
piloto.
6ª – The Good Fight
(Por Natália Vieira):





Dos criadores Robert King e Michelle King, The Good Fight é
o spin-off da aclamada série
The Good Wife. Estrelada por Christine Baranski e
Cush Jumbo, que reprisaram as personagens Diane Lockhart e Lucca Quinn.
The
Good Fight
conta a história um ano após os acontecimentos da series finale de
The Good Wife, no qual uma enorme fraude financeira destruiu a reputação de uma
jovem advogada, Maia (Rose Leslie), ao mesmo tempo acabando com toda a poupança de sua
madrinha e mentora Diane Lockhart, forçando-a a sair da Lockhart & Lee e se
juntar a Lucca Quinn em outro escritório de Chicago.

The Good Wife foi uma das melhores séries dos últimos anos,
talvez você não concorde, mas tinha tanta alma e tanta verdade nos personagens
que, quando ela acabou, muitos fãs ficaram órfãos. Eis que, sem ser tão
divulgado, o spin-off The Good Figth é lançado, dando de certa forma,
continuidade a história. Com o mesmo formato e pouquíssimos atores repetidos, a
série ganha um novo tom sem necessariamente voltar a história original. Porém a
qualidade é inquestionável, e mantém os padrões que estamos acostumados,  spin-off sempre me deixam com o “pé atrás”,
apesar do sucesso, nunca se sabe como a série aguentará por si só, mas tenho
uma ótima impressão sobre o que está por vir. A série é atual, envolvente,
séria e ao mesmo tempo engraçada, toca naquelas feridas que a sociedade muitas
vezes finge não ver. Como eu costumava dizer sobre The Good Wife, é uma série
elegante. Vale muito a pena deixar se envolver.
5ª – A Series of
Unfortunate Events | Desventuras em Série (Por Paulo Brandão):




O que você lerá te deixará em um estado emocional negativo
entre a depressão e a ansiedade. Antes do próximo parágrafo, sugiro que leia
uma crítica sobre um longa-metragem sobre duas irmãs da realeza que se amam
apesar do poder congelante de uma delas ou o top 10 dos melhores desenhos
produzidos por japoneses com final feliz, apesar de haver lutas sangrentas e
homens romanticamente passivos. Considere-se avisado.


A série de treze livros infanto-juvenis escritos por Daniel
Handler sob o heterônimo Lemony Snicket que narra os eventos de infortúnio e
sofrimento dos órfãos Baudelaire: a inventora Violet,o leitor voraz Klaus e a
recém-nascida Sunny. Cuja fortuna é cobiçada pelo seu parente distante, Conde
Olaf, que usa todos os artifícios para consegui-las como disfarces,
assassinatos, seqüestros e outras vilanias. Apesar disso, não há restrição para
a tragicomédia, expressão que aqui significa, com humor em situações de perigo
ou tristeza até o mais sensíveis dos leitores podem ler, embora o autor
recomende diversas vezes não o fazê-lo para evitar o sofrimento e ser alvo de
riso.

Logo após o filme de 2004 (Brad Silberling, 2004), quatro
livros se tornaram oito episódios da primeira temporada de uma websérie da
Netflix sob a narração de Patrick Warburton. A trindade de protagonista é
interpretada por Malina Weissman, Louis Hynes e Presley Smith, sendo o papel do
antagonista a cargo de Neil Patrick-Harris, tendo Daniel Handler como produtor-executivo e
roteirista.

Então se você curte casamento arranjado com menores de
idade, atores renomados como coadjuvantes, uso excessivo de computação gráfica
em cenários, mortes conforme o medo da vítima, música deprimente e viciante,
comédia em cima do sofrimento alheio e trabalho escravo na industria
audiovisual, então assista. Isso é para você.
4ª – Dear White
People | Cara Gente Branca:




Ambientada em uma faculdade predominantemente branca, a
série acompanha um grupo diversificado de estudantes enquanto enfrentam tensões
raciais, que frequentemente são varridas para debaixo do tapete. Dear White
People
satiriza a “América pós-racial” ao retratar a vida de estudantes negros
em uma conceituada universidade predominantemente branca e, conta também uma
história universal sobre trilhar o próprio caminho.

Sim, eu sei, é uma série que é alvo de muito “hate”, seja
antes de ser lançada pela sua temática, ou depois por citações a Game of
Thrones
, Tarantino e a cultura pop em geral, mas confie e relaxe que ela vai
muito além disso e, até mesmo crítica as críticas de quem fala isso.

Aborda diversos temas atuais e alarmantes, transitando entre
várias perspectivas, transmitindo que até mesmo quem está certo, pode estar
errado. Dando ao fundo histórias e tramas envolventes. Além de uma qualidade
audiovisual que, na minha opinião, é de grande qualidade.

Sendo um tapa na cara da sociedade, mostrando-nos que termos
como “América pós-racial” só nos mostra cada vez mais, o quão problemático é o
nosso mundo. Com um episódio que entra na minha lista de melhores do ano (01×05
– Chapter V, dirigido por Barry Jenkis, diretor do premiado Moonlight),
certamente entra também na lista de melhores séries do ano. Recomendadíssima!



Confira nossa crítica em: http://minhavisaodocine4.hospedagemdesites.ws/2017/04/critica-dear-white-people-1-temporada.html
3ª – FEUD: Bette and
Joan:




A história centra-se na batalha de bastidores entre Bette
Davis (Susan Sarandon) e Joan Crawford (Jessica Lange) durante a produção do
filme What Ever Happened to Baby Jane? de 1962.

Com uma história sobre uma das maiores brigas de Hollywood
do século passado, vai além, pincelando em assuntos como, fim de carreira,
poder da mídia, machismo e sociedade. Criada por Ryan Murphy, tem uma qualidade
de ponta, aliás estamos falando de uma série dele no canal FX, com um elenco de
Oscar.

Não traz nada de novo sob o sol, mas se reutiliza do
clássico com ainda mais classe, dando originalidade a uma história que talvez,
não teria tanto potencial como foi reproduzida em tela. Sendo assim, uma série
recomendada, e não apenas pela sua qualidade de reprodução de história, mas
também por atuações deslumbrantes, tanto como de Susan Sarandon quanto de
Jessica Lange, que apresenta um dos melhores antagonismos já vistos em 2017 na TV.



Confira nossa crítica em: http://minhavisaodocine4.hospedagemdesites.ws/2017/04/critica-feud-1-temporada-bette-and-joan.html
2ª – Legion:




David Haller (Dan Stevens) é um mutante (filho do professor
Xavier), que ao ser diagnosticado com esquizofrenia é internado em um hospital
psiquiátrico. Mas com a chegada de uma nova paciente: Syd Barret (Rachel
Keller), as coisas mudam, e David tem um real encontro com seus poderes.

Legion é uma obra fascinante, e das atuais, com certeza uma
das melhores do mundo da 8ª arte (TV). Que traz referências e agrada ao público
de diversas outras artes também, seja pelas músicas, citações ao cinema antigo,
cores, arquitetura, roteiro, cinematografia, enfim, por toda a obra. Desse
mundo em que está ficando cada vez mais popular as séries de heróis, não me
arrisco, mas tenho certeza, que Legion é a melhor. Recomendável a todos, menos
aos que tem repúdios por começos lentos (que por sinal, se forem assistir,
podem se tornar fans desse estilo audiovisual em que se tem como prioridade o
roteiro, mas no caso de Legion, parece que a prioridade se tornou a qualidade
do show em todos os termos, e não só um). ASSISTAM!

Acrescento aqui um comentário da crítica de James Poniewozik
do The New York Times

Legion apresenta um drama de super-herói como viagem
psíquica, distinguindo-se em um gênero superlotado, definindo seu drama mais
atraente na mente de seu protagonista. Não é um show de quadrinhos: é uma
viagem de cabeça, e é espetacular.

Na sociedade totalitária de Gilead, há uma escrava para
produzir uma criança para o comandante Waterford (Joseph Fiennes) e sua esposa
Serena Joy (Yvonne Strahovski) chamada Offred (Elisabeth Moss), que procura a
filha tirada dela. Baseada no livro best-seller
O Conto da Aia, de Margaret
Atwood.

Sensacional! Essa palavra define o que The Handmaid’s Tale
se propõe a fazer, e acaba fazendo com maestria. Abordando assuntos como
estupro, política de pão e circo, fanatismo religioso, sistema totalitário,
desvalorização e objetificação da mulher, entre outros. Tudo isso acionado e,
colocado minuciosamente no roteiro e desenvolvimento da trama.

Tendo o realce de cada recurso audiovisual possível no
contexto da série. Seja pela fotografia escura, trilha sonora, enquadramentos e
etc. Sem falar das atuações, aliás, que atuação da Elisabeth Moss (Mad Men),
toda dor, angústia, terror sendo passados em gestos e olhares que não podem ser
vistos. Magnífico!

Aliás, The Handmaid’s Tale como citado no início é
sensacional. E tudo o que foi escrito aqui foi apresentado apenas em um
episódio piloto, na qual se fosse me dado mais tempo passaria horas
dissertando. Fui sem expectativas, volto com aplausos para uma das prováveis,
se não, a melhor obra televisiva do ano e, certamente uma das mais importantes.

O que achou do TOP 10? Concorda? Discorda? Colocaria em outra ordem? Adicionaria outra série? Comente pra sabermos suas opinião! 😀

1 thoughts on “TOP 10: Melhores Séries Estreantes da Mid Season 2017”

  1. Todos são excelentes, mas devo admitir que amo a série House of Cards, acho que é o melhor! Amo o elenco, falar da Robin Wright significa falar de uma grande atuação garantida, ele se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. O mesmo aconteceu com esta produção Blade Runner 2 que estreará em TV para mim é um dos grandes filmes de Hollywood e o melhor filme de ficção cientifica! Se vocês são amantes do género, este é um que não devem deixar de ver.

Deixe uma resposta