Critica: Ichi – O Assassino (2001, de Takashi Miike)




Inspirado no mangá Koroshiya Ichi de Hideo Yamamoto, o filme conta a história de um assassino (Nao Omori) mestre nas artes marciais que usa um uniforme com a pintura do número um nas costas (Ichi é o número um em japonês) e dá chance zero de sobrevivência às suas vítimas. Apesar do instinto assassino, ele possui uma mentalidade de criança de seis anos e um histórico de bullying durante a escola e no trabalho, deixando-o psicologicamente e emocionalmente manipulável. 

Complexidade do personagem titular exigiu demais do Nao Omori ao interpretar alguém tolerante em ser xingado e humilhado verbalmente em público por crianças e adultos, mas reage fisicamente a uma agressão feita por criança ou adulto. Mantendo o fetiche de ver mulheres sendo agredidas, fruto de um estupro assistido por ele durante o colegial.



Já na primeira cena, um cafetão está espancando e violentando uma prostituta que pede por ajuda e, do lado de fora da janela, um homem assiste tudo enquanto goza. Do seu sêmen (é real), aparece o título do filme. A seguir, o chefe Anjo é brutalmente assassinado a golpes marciais e suas entranhas e sangue espalhados pelo quarto são removidos por um grupo de homens especializados e comandados por Jiji (Shin’ya Tsukamoto). O vice-chefe da gangue, aprendiz e bode expiatório de Anjo com sorriso de Glasgow (corte nas bochechas para expandir a boca), Kakihara (Tadanobu Asano) inicia uma caçada pelo submundo da Yakuza e das gangues subsidiárias para saber o paradeiro de seu chefe, da amante e do dinheiro em sua posse.

Mais um destaque das atuações para esta filmagem de violência explicita. Tadanobu Asano incorporou perfeitamente bem o sadomasoquismo de Kakihara bem como seus interrogatórios de fazer inveja ao mais cruel dos lideres da Yakuza.


Há cenas de torturas, autoflagelamento, sexo masoquista e mortes por lâminas protagonizadas por Kakihara, em contraponto, temos a fragilidade e a covardia de Ichi enquanto ninguém o agride bem como sua amizade com Takeshi (Hiroshi Kobayashi), o filho solitário de um dos membros da Anjo. Segundo Miike, a sequência do ator Susumu Terajima pendurado por ganchos na pele e introdução de agulhas precisou de um dia inteiro para ser feita, doze horas de maquiagem e doze de filmagem.

Dos coadjuvantes podemos destacar a prostituta Karen (Paulyn Sun), cuja interação com ambos os personagens, os conduzem as suas próprias epifanias contribuindo para o desfecho junto com o enigma das intenções secretas de Jiji sobre os dois protagonistas.


Violência estilizada pelos litros de sangue jorrados, pelos hematomas e pelo corte de membros graças às referências aos filmes sobre a máfia do Japão e seu submundo do crime.
Para quem for assistir o filme, espere por um suspense repleto de cenas surpresas, flashbacks com estupro e choro masculino, ou melhor, suor escorrendo dos olhos de um adulto. Não creio em insensibilidade da audiência pela violência e nem em fins justificam os meios, afinal, ninguém é imune ao sofrimento em causa e conseqüência. O resultado é um filme de yakuza controverso em alguns países pelo seu conteúdo violento e sexual.



Título Original: Koroshiya Ichi.


Direção: Takashi Miike


Elenco: Nao Omori, Tadanobu Asano, Shin’ya Tsukamoto, Paulyn Sun, Hiroshi Kobayashi


Sinopse: Anjo, um chefe da máfia Yakuza, desaparece com três milhões de ienes. Os membros de sua gangue, liderados pelo masoquista Kakihara, iniciam uma busca, mas os métodos sangrentos provoca a decadência de sua gangue. Para complicar, tem o misterioso Ichi, um assassino psicopata com uma infância obscura e controlado por um policial aposentado.






Trailer:





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