Crítica: A Lei da Noite (Ben Affleck, 2017)


Quando li sobre A Lei
da Noite
e que Ben Affleck (Batman
vs Superman: A Origem da Justiça
,
Argo
, Garota Exemplar) iria tanto
dirigir como fazer o roteiro do longa, fiquei animado, gosto dos trabalhos
dele, principalmente por
Argo.
Quando saiu o trailer, expectativas lá no alto. Quando assisti ao filme, me
perguntei: “Cadê aquele filme de ação vendido no trailer acompanhado de um
roteirista e diretor de Oscar?”.

O filme conta a história de Joe Coughlin (Ben Affleck),
filho mais novo de um capitão de polícia, que se envolve com o crime
organizado. Ele aproveita seus dias rodeado por dinheiro e poder, mas suas
escolhas podem levá-lo à prisão, ou até mesmo à morte. É uma adaptação do livro
escrito por Dennis Lehane (Ilha do Medo,
Sobre Meninos e Lobos).

Mesmo vendendo um filme diferente em seu trailer, dá para
continuar a assistir sem expectativas. Em seus primeiros minutos há uma
sequência de cenas violentas mostradas sem pudor, o que é ótimo, mas para por
aí. Na continuidade do filme, Ben Affleck opta por editar todo esse tipo de
cena, deixando de lado essa falta de pudor que agradava no filme.


A história começa a ser maçante, cansativa, botam-se
gatilhos óbvios a acontecimentos do enredo. Em seu decorrer o roteiro se torna
uma premissa interessante, inteligente, toca em assuntos como fanatismo
religioso e racismo, mas quando se vai passar do “a” ao “c” se pula totalmente
o “b”, apenas por continuação a trama principal. O que ocasiona em falhas
sequenciais na construção de tom e personagem.

O protagonista, diretor e roteirista Ben Affleck, está
caricato, faz uma atuação que equipara ao seu nível de direção e roteiro do
filme. Zoë Saldaña (Guardiões da Galáxia,
novo Star Trek), tem uma personagem
que é de importância tanto para o protagonista quanto para a trama, mas mal
aproveitada, mal escrita, o que interfere em seu nível de atuação. A única
atuação que agrada e, por incrível que pareça bem escrita é a de Elle Fanning (The Neon Demon, Malévola, Super 8), que
tem uma premissa e poder em tela maravilhosa (foco em suas cenas com Ben Affleck).


Mas apesar dos apesares, não há em sua maioria pontos
negativos. A fotografia é belíssima, há tons de amarelo, marrom, que estão em abundância
no filme. As cores saltam para fora, como se estivessem vivas. E o design de
produção está perfeito, se encaixa belamente com a fotografia e o figurino da
década de 20. Ben Affleck se aproveita disso, faz uma bela temática em volta
dessa época e, utiliza grandes planos em ‘slow-motion’, ressaltando toda essa
beleza. 


Com nada em sua maioria, A Lei da Noite é um filme que agrada, mas ao mesmo tempo
decepciona, seja por um trailer que não condiz ou a expectativa do novo
trabalho de Ben Affleck. Um filme que não recomendaria, mas se for dito “Vou
assistir
A Lei da Noite”, não
desaconselharia.
 

Título Original: Live by Night

Direção: Ben Affleck

Elenco: Ben Affleck, Zoë Saldaña, Elle Fanning, Sienna Miller, Chris Cooper, Chris Messina, Scott Eastwood, Brendan Gleeson, Remo Girone.

Sinopse: Situado em Boston, A Lei da Noite segue a vida de um ladrão que se tornou o maior vendedor de rum do Costa do Golfo, tudo isso na década de 1920, em plena Lei Seca americana, período em que a produção, distribuição e venda de bebidas alcoólicas era completamente proibida.
Trailer:


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