Crítica: Horizonte Profundo – Desastre no Golfo (2016, de Peter Berg)

Horizonte Profundo conta a história do desastre de Deepwater Horizon, o maior desastre em usinas petrolíferas da história dos Estados Unidos e tenta humanizar os personagens que vivenciaram aquela tragédia – pelo menos alguns deles.






A direção do filme é de Peter Berg e ele parece não visar nada além de fazer um bom filme desastre, atingindo seu objetivo. No começo do filme, o diretor usa de takes que enaltecem a grandeza da plataforma, e isso dá uma sensação enorme de medo no público, talvez por já sabermos que o desastre vai acontecer. Berg faz algo muito interessante, que é usar o que está em segundo plano sempre estar vivo e chamar a atenção por sua escala. A tensão – que é muito bem construída, aliás – aumenta quando vemos uma quantidade impressionante de fogo e o diretor foi muito meticuloso ao cuidar dessa questão no filme.


O roteiro é relativamente funcional. A primeira metade é eficiente ao explicar que o acidente não foi exatamente inesperado e nos fazer entender o porque da tragédia ter acontecido, mas o filme falha em nos fazer nos importar com os personagens – pessoalmente, apenas fiquei preocupado com os personagens de Mark Wahlberg, e isso se deve muito à sua relação com esposa e filha – , Kurt Russell e Gina Rodriguez.


Esses três, aliás, são os destaques interpretativos do filme. Mark Wahlberg está ótimo como um homem que se importa não apenas com a sua vida, mas também tem a obrigação de se preocupar com o futuro de sua família. Você consegue ver o drama do personagem na interpretação de Wahlberg. O sotaque sulista do ator me incomodou muito, porém. As vezes ele tenta imprimir um sotaque muito forte, mas em outros parece esquecer disso. Kurt Russell está muito bem como um homem imponente e sério, mas quando a parte do incêndio chega, Russell também manda muito bem. O personagem dele é um dos que mais sofrem durante o desastre e o seu sofrimento é muito bem transmitido para o público tanto pelo ator quanto pelo diretor. Gina Rodriguez está excelente no filme, a personagem dela não aparece tanto quanto os outros personagens, mas a atriz faz de cada cena que ela tem no filme um belo momento.


Os atores do elenco coadjuvante não comprometem, mas também não chamam atenção. John Malkovich, Kate Hudson, Dylan O’Brien, J.D Evermore e muitos outros fazem todos um bom trabalho.


Tecnicamente o filme é quase perfeito. Os efeitos especiais são imperceptíveis em 95% do tempo, a edição e mixagem de som são impecáveis, a edição do filme é perfeita, a fotografia é muito bonita e a trilha sonora ajuda consideravelmente na criação tão bem sucedida da tensão no terceiro ato. No entanto, a montagem é falha por deixar muitas cenas que não precisavam estar no filme, e isso prejudica demais o ritmo da produção. O filme poderia ter no mínimo 15 minutos a menos.


Deepwater Horizon é um bom filme desastre. Não passa disso, porém. Tem uma direção muito boa, atuações competentes e é tecnicamente excelente. O roteiro não nos instiga na história e a montagem prejudica diretamente o ritmo do filme, que poderia ser muito mais curto. As indicações que o filme recebeu ao Oscar (Melhores Efeitos Visuais e Melhor Edição de Som) foram merecidas, mas eu não acho que vá ganhar em nenhuma das categorias nas quais foi indicado.



Título Original: Deepwater Horizon


Direção: Peter Berg


Elenco: Mark Wahlberg, Kurt Russell, Dylan O’Brien, Kate Hudson, John Malkovich, Gina Rodriguez, J.D. Evermore, John L. Armijo


Sinopse: Baseada em eventos reais, a história se passa no Golfo do México, na plataforma de perfuração marítima Deepwater Horizon. Diante de um dos piores vazamentos de petróleo na história dos EUA, Mike Williams e os demais trabalhadores embarcados lutam para escapar com vida do terrível acidente.

TRAILER:


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