Crítica: Moana: Um Mar de Aventuras (2016, de John Musker e Ron Clements)



O mais novo filme da Disney conta a história de Moana (dublada pela estreante Auli’i Cravalho) cujo o sonho é desbravar os mares que cercam a ilha de seu povoado. Seu pai, Tui (Temuera Robinson, conhecido por seu papel como Jango Fett nos episódios II e III de Star Wars) chefe da tribo da ilha, acredita que o lugar de Moana, como sua sucessora, é ficar na ilha junto com todos para proteger o seu povo. Mas devido a uma antiga lenda dos ancestrais da garota ela é chamada pelo Oceano para ajudar o semi-deus Maui (Dwayne Johnson) a acabar com uma maldição que assola todo o arquipélago.

A representatividade feminina e de uma nova etnia é muito bem feita, novamente, pela Disney, que vem amadurecendo cada vez mais ao trazer as minorias para a tela do cinema e para o público infantil; fazendo com que seus filmes seja além de sucesso de público, sucesso de crítica. Só que a questão que eu quero abordar quanto ao filme é além dessa representatividade que, logicamente, agrada qualquer pessoa que seja minimamente preocupada com as questões sociais.

Levando em conta que a animação que antecedeu Moana nos estúdios Disney foi Zootopia, que ganhou o Globo de Ouro 2017 e a votação que fizemos com todos os redatores do blog de melhor animação lançada no país no ano de 2016, podemos perceber que a animação que chegou este ano no país é inferior em muitos aspectos cinematográficos para o filme anterior.

O maior problema do filme é que ele se pauta unicamente na questão da representatividade. O que, volto a dizer, para nossa época é algo extremamente significativo e necessário, mas o conjunto da obra é muito fraco em relação a seu antecessor. Seu roteiro tem falhas que a muito tempo não era visto em um filme de animação da Disney, tornando a experiência na sala de cinema um pouco menos agradável.

Apesar de um bom primeiro ato e uma ótima apresentação de personagens, que chega a ser comparável com a qualidade dos minutos iniciais de Como Treinar Seu Dragão (2010), em Moana, a premissa do argumento é incoerente e desde o começo a história se mostra equivocada. Por exemplo, a personagem que teria como seu maior desafio o Oceano, é ajudada pelo mesmo a chegar até seu destino e é o grande responsável pela jovem conquistar seu triunfo na jornada, deixando a questão do que realmente o quê a protagonista está lutando contra para conquistar seu objetivo. Se o primeiro ato é digno de elogio, o segundo ato começa a se arrastar e deixa um total desinteresse para um terceiro ato sem emoção e incoerente.

Quanto ao desenvolvimento dos personagens da história, é inegável que Moana tem um arco que cumpre sua função muito bem. O galo Hei Hei é um bom alívio cômico, sendo a única peça da obra que conseguiu entreter as crianças na sala de cinema o filme todo. Já Maui é um personagem onde suas motivações não são bem exploradas, suas piadas geralmente não funcionam como apresentadas no trailer e a função que ele cumpre é simplesmente dar prosseguimento a jornada da heroína Moana.

Ainda tratando de personagens, uma grande sacada, pelo menos no conceito, foi de colocar o Oceano como um personagem no filme. Só que a ideia acabou muito mal executada e qualquer emoção na aventura da heroína é causada pela insensatez do mesmo, que hora ajuda a protagonista e hora é negligente quanto a suas necessidades.

O filme é um sucesso de crítica por conta dos descontos “carinhosos” atribuídos a ele. Mas não é por ser um filme infantil que ele pode ser incoerente, e não é por ser um filme que representa muito bem as minorias que pode esquecer de contar a história de forma sensata.

Outro ponto positivo fica por conta das animações que são muito bem feitas e atinge um novo nível nesse quesito. A movimentação do cabelo dos personagens de acordo com o vento, por exemplo, é algo que deve ser reparado com muita atenção no filme.

Os diretores do filme também são responsáveis pelas clássicas animações, Pequena Sereia (1989), Aladdin (1992) e Hércules (1997), e mostram que estão prontos para também fazer parte deste novo estilo de filmes da Disney, mas especificamente em Moana a parceria não funcionou na hora de contar uma boa história.

Título Original: Moana

Direção: John Musker e Ron Clement

Elenco: Auli’i Cravalho, Dwayne Johnson, Temuera Robinson

Sinopse:
Moana – Um Mar de Aventuras, do Walt Disney Animation Studios, traz para as telonas a história sobre uma adolescente polinésia de 16 anos (voz de Auli’i Cravalho na versão original) que se aventura pelo Oceano Pacífico para desvendar o mistério que envolve seus ancestrais. Durante esta grande aventura, ela encontra o “espirituoso” e poderoso semideus Maui (voz de Dwayne Johnson na versão original) e, juntos, eles embarcam em uma viagem cheia de ação, enfrentando criaturas inusitadas, algumas até ferozes, e muita diversão.

TRAILER:





E vocês, acharam a crítica coerente? Comenta aí embaixo o que achou do filme e se eu estou sendo muito ranzinza.

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