Crítica: Ilha do Medo (2010, de Martin Scorsese)



A trama de Ilha do Medo se passa nos anos 1950, em uma instituição psiquiátrica destinada a criminosos com alguma doença mental e que é situada em uma ilha. O clima sombrio logo indica que o filme irá explorar a tensão envolvendo a busca por uma desaparecida da Shutter Island Aschecliffe Hospital e uma possível conspiração envolvendo a administração local. Logo, os agentes Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e seu parceiro Marshal Chuck Aule (Mark Ruffalo) suspeitam que os médicos que trabalham na instituição realizam experimentos antiéticos e ilegais nos seus pacientes.


Enquanto Teddy está se inserindo no contexto da ilha, o funcionamento do hospital e a vida da desaparecida, o espectador também vai se envolvendo na trama – e este é um dos pontos fortes do filme. Ao longo da investigação, também vamos conhecendo os dramas pessoais de Teddy, que tem um passado marcado por uma grande tragédia. Muitas pistas (como as férias do psiquiatra responsável pelo tratamento da paciente desaparecida e a negação ao acesso de arquivos antigos dessa paciente) apontam para a descoberta de algo terrível em relação à ilha. Para piorar a situação, uma tempestade deixa o presídio incomunicável e os investigadores não conseguem sair dali. Tudo parece se encaminhar para uma conspiração macabra, porém, o final é surpreendente e inesperado.

Scorsese é um diretor brilhante e tem vários filmes marcantes no currículo, tais como Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, e O Lobo de Wall Street. Em Ilha do Medo, ele conduz a trama de uma maneira em que o espectador fica envolvido, curioso, e ao mesmo tempo com medo do que está por vir. Essa é a principal característica para um bom suspense: a conexão com o público. É necessário que a história contada seja interessante, que traga o mistério e pitadas de terror na medida certa para prender a atenção. E nesse ponto, Scorsese traz todo seu talento para contar essa história. A fotografia escura, as memórias e sonhos de Teddy e a ótima atuação de Leonardo DiCaprio são outros motivos que colaboram para o sucesso da trama. Mark Ruffalo, Ben Kingsley (que interpreta o diretor da instituição) e Michelle Williams (dando vida a esposa de Teddy) também estão bem, mas a estrela do filme realmente é DiCaprio.

Conforme os segredos vão sendo revelados, a tensão aumenta e os mistérios vão sendo elucidados. O roteiro é bem amarrado e o final, apesar de surpreender, consegue preencher as lacunas deixadas pelo mistério. Isso não significa que não restarão dúvidas, e provavelmente o espectador terminará o filme pensando sobre tudo que aconteceu, ainda digerindo todos os acontecimentos.

Ilha do Medo vale a pena, pela trama bem construída, pelo clima de suspense também bem feito, pela atuação de Leonardo DiCaprio, e por ser um ótimo exemplar de filme com plot twist. Este é um filme daqueles que deixam o público inquieto, mesmo após o seu final. Um bom suspense.

Título Original: Shutter Island

Direção: Martin Scorsese

Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Michelle Williams.

Sinopse: 1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e anti-éticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa.

TRAILER:





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